Igreja que serve, serve

Artigo

01/05/2006

Escrevo este artigo, com muita alegria e motivado pela esperança pascal, após a Páscoa de 2006. No calendário litúrgico, o domingo depois da Páscoa foi denominado de Quasimodogeniti, traduzido significa como crianças recém nascidas. Páscoa é expressão do renascimento para uma vida nova, vida de amor, vida de serviço. Na IECLB, em muitas das suas comunidades, se conhece e se canta uma canção que diz assim:

Igreja que serve, serve, Igreja que prega e vive,
não serve a si mesma, mas é parceira do Deus Salvador.

O Tema comum de trabalho na Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), no ano de 2006, retrata uma oração: Deus, em tua graça transforma o mundo. E o lema bíblico motivador cita 1 Pe 4.10: Servi uns aos outros, cada qual com o dom que recebeu, como bons administradores da multiforme graça de Deus.

A Igreja cristã é missionária e servidora ao mesmo tempo. Por definição, a Igreja-Corpo de Cristo, tem o seu rosto voltado ao mundo, à semelhança do próprio Deus que se voltou ao mundo, através de revelações, tanto no Antigo Testamento, e de maneira especial em Jesus Cristo, ao povo da Nova Aliança. A Igreja de Cristo não vive separada do mundo, mas está comprometida com este ele. Somos Igreja com o mundo, não para o mundo. Não somos nós, pessoas humanas, que damos garantia de futuro e de sobrevivência à Igreja. Também não foram os nossos antepassados, tampouco serão os nossos descendentes que garantirão o dia de amanhã da Igreja, sob o senhorio de Jesus Cristo. Quem dá estabilidade e assegura o futuro da comunhão eclesial é aquele Senhor que anuncia: Eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos. O verdadeiro tesouro da Igreja de Jesus Cristo é o Evangelho da reconciliação e do perdão dos pecados, por causa de Jesus Cristo.

Páscoa revela o amor de Deus; ele é essencial à edificação da comunidade e instrumento fundamental à transformação das estruturas e sistemas que regem o mundo moderno. O amor, no entanto, não se submete às leis do mercado: do sucesso, da prosperidade, da competitividade ou da produtividade. Quem vive o amor e coloca este presente de Deus a serviço espera que a outra pessoa corresponda ao dom de amar. Nos sentimos livres de qualquer auditoria para avaliar a qualidade e a quantidade dos frutos promovidos pela vivência do amor. A fé no Cristo ressuscitado desenvolve na pessoa humana um novo comportamento, a atitude de amar, servir e de agradecer pelos dons recebidos de Deus. Desde o começo da história das comunidades cristãs, destacou-se a partilha e a prática do serviço comum, por causa do amor sendo dom maior (1 Co 13.13)!

Manfredo Siegle
pastor sinodal do Sínodo Norte-catarinense
da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB)
em Joinville - SC

Diocese Informa - 05/2006

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