Igreja em Família

Atos 2.46

24/09/2015

Quero, por meio deste estudo, discorrer/expor sobre a forma em que os primeiros cristãos se reuniam. Um modelo que hoje podemos experimentar nos grupos de estudo bíblico nas casas.

A Igreja do Novo Testamento começou tendo dois tipos de reuniões. Reuniões nas casas e reuniões no templo (At 2.42).

O que a Bíblia quer dizer quando menciona que os cristãos se reuniam no templo? Refere-se a um local próprio para receber as pessoas. Não especificamente dentro do Templo, mas os cristãos se reuniam no pátio do templo. Não havia outro local em Jerusalém que comportasse tantas pessoas. Por ser um local público, facilitava a pregação do evangelho. As reuniões nas casas eram grupos pequenos que hoje alguns chamam de Células, Estudo Bíblico nas Casas e nós aqui na Comunidade de Campinas chamamos de Igreja em Família.

Por não ter um templo próprio para suas reuniões, a igreja do Novo Testamento acostumou-se desde o início a reunir-se nas casas, por exemplo:

Na casa de Maria mãe de Marcos - Atos 12.12;
Na casa de Priscila e Áquila- Rm 16.3-5;
Na casa dos irmãos de Laodiceia e Ninfa - Cl 4.15;
Na casa de Áfia e Arquipo - Fm 1.2;
Na casa de Lídia - Atos 16.14

A chave do crescimento da Igreja do Novo Testamento, é que sabia equilibrar suas reuniões grandes e pequenas, as celebrações nas sinagogas ou pátio do Templo e as reuniões nas casas.

Qual a intenção dos grupos de estudo bíblico nas casas?
É ter um momento de comunhão, de amizade, compartilhar os problemas, dificuldades e também as alegrias e vitórias. Poder orar em público.

Se reunir em Pequenos Grupos é experimentar aquilo que é a essência da Igreja de Jesus Cristo. “Levem os fardos pesados uns dos outros e, assim, cumpram a lei de Cristo” (Gl 6.2).

Laços de amizade são desenvolvidos e cultivados. As pessoas passam a se conhecer e se importar umas com as outras. O valor do “uns aos outros” oportuniza intimidade com os irmãos e a confiança mútua cresce. Vemos isso evidenciado em Atos 2.46, quando a igreja partia o pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração. Em João 11, a amizade de Jesus com Lázaro e sua família fê-lo chorar pela sua morte. A partida de Paulo provocou choro nos presbíteros de Éfeso (atos 20).

Grupo de estudo bíblico nas casas ou Igreja em Família é mais do que uma reunião. É um encontro de Jesus com os seus amados. Jesus está ali. Ele mesmo disse: “onde se reunirem dois ou três em meu nome, ali eu estou no meio deles”. É o encontro estabelecido para experimentar a graça e o amor do Senhor.

Obviamente, esse é um processo e envolve tempo. As barreiras do medo, da desconfiança precisam ser derrubadas. O grande desafio para os grupos nas casas, na igreja, é se tornarem um antídoto para as amizades superficiais, descartáveis e passageiras. Precisamos aprender a tirar o foco do “eu” e colocá-lo em Jesus e nos “outros”.

Em João 15.13; 1 Coríntios 13 e 1 João 3.17, por exemplo, somos ensinados a vivenciar os laços de amor no contexto da comunidade. Laços de amor são como “elementos fortalecedores e facilitadores de comunhão”. O quê obtemos ao participar de um grupo?

- Maior intimidade: cultivo e desenvolvimento de amizades verdadeiras e duradouras.

- Maior flexibilidade: ajustes e adaptações às diversas realidades sociais, emocionais e espirituais.

- Maior integração social: desenvolvimento de relacionamentos familiares.

- Maior mobilidade: as marcas da igreja estão em diversos lugares nos quais as pessoas se reúnem.

- Maior sensibilidade: a concretização do cuidado e auxílio mútuos entre os participantes de um Pequeno Grupo: amar e ser amado, servir e ser servido, consolar e ser consolado, encorajar e ser encorajado, alegrar-se e chorar juntos.

- Oportunidade para servir: somos mobilizados para servir às pessoas.

- Participação por meio dos dons: a descoberta e o uso dos dons possibilitam que as pessoas se tornem frutíferas e abençoem outras pessoas no seu grupo e fora dele. Não queremos ser servidos simplesmente, queremos servir.

- Conscientização ministerial: juntamente com outros irmãos, envolvemo-nos na obra de Deus como fruto da compreensão de que Deus quer usar-nos e nos capacitar pelo seu Espírito.

Que Deus possa motivar-te a continuar, a participar ou a buscar por um grupo de estudo bíblico nas casas. Caso não tenha um grupo na sua comunidade, converse com o/a ministro/a para fomentar a criação de um grupo.  Falo por mim:-“É um momento especial para vivência da comunhão e da espiritualidade”.

Que a graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja convosco!
 


Autor(a): Benito Holz Konflanz - Cand Minist Pastoral
Âmbito: IECLB / Sinodo: Sudeste
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 35081
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