IGREJA: CORPO DE CRISTO! FAMILIA QUE TRABALHA UNIDA PELO AMOR

15/06/2015

O apóstolo Paulo, na primeira epístola aos Coríntios exorta a unidade. Nos capítulos 12 e 13 Paulo fala sobre a importância dos diversos dons dados por Deus por meio do Espírito Santo, ressaltando o amor com que cada um deve desempenhar a sua função como parte do corpo de Cristo. Veio-me então a lembrança da família, da minha própria família, ou de tantas outras famílias lá no interior, na roça.

Lembrei-me de que quando trabalhávamos na roça, o pai no início da semana, ou de um dia de trabalho, distribuía as tarefas de acordo com a força e o desempenho de cada um, e até mesmo os mais pequenos e mais fracos recebiam a sua tarefa, tais como: levar água pura e fresca para os outros beberem durante o trabalho. Levar o almoço até o acampamento na lavoura para não se perder muito tempo no caminho de ida e volta para casa, para almoçar. Às vezes, cuidar o fogo que fervia o feijão na panela de ferro no acampamento, enquanto a mãe também ajudava na lavoura. Encher a caixa da máquina de plantar com sementes. Dar água aos bois de canga e aos cavalos enquanto os mais velhos descansavam do trabalho pesado.

Tarefas que aparentemente não tinham importância, não eram significativas, frente ao trabalho desempenhado pelos mais fortes, mas, que era de vital importância para o bom desempenho do trabalho. Pois, do contrário, se todos fossem fazer a mesma coisa, quem iria providenciar para que as outras tarefas andassem? Ou então, todos teriam que parar os trabalhos e ir até a fonte beber água, providenciar a sua própria comida na hora do almoço e assim por diante.

Quando algum atrito surgia, sobre quem realizava a tarefa mais importante ou então sobre que os menores não faziam nada, meu pai com a paciência e o amor que não lhe faltavam reunia todos e explicava que o trabalho, a contribuição de todos era de igual importância, e que pertencíamos todos a mesma família, de modo que deveríamos nos respeitar e nos tolerar, amando-nos mutuamente; só assim permaneceríamos unidos e alcançaríamos o nosso objetivo.

Lembrando disso, vejo que a nossa vida em família se assemelha, ou deveria se assemelhar, ao que Deus quer da sua família, da sua Igreja. Podemos ver em 1Co 12.27-30, que Paulo diz aos Coríntios: “vós sois todos membros de um só corpo, que é Jesus Cristo.” Em outras palavras, todos membros da mesma família, todos filhos de Deus.

E dentre esses membros, Deus distribuiu tarefas, de acordo com a sua vontade. Uns, Deus escolheu para apóstolos, outros para profetas, mestres, dons de cura, socorros, governos, variedade de línguas. Assim também, quer Deus que cada um desempenhe na igreja a função que lhe cabe, de acordo com o seu dom, com a sua virtude. E que evitem contendas, desavenças; que não tente um diminuir o outro em vista do seu dom, da sua função. Não podemos todos querer ter o mesmo dom, a mesma função na igreja, pois seria para crescimento nosso e não da igreja de Deus.

Mas, para que não caiamos sempre de novo na inveja, no conflito, Paulo nos mostra o dom maior, o caminho que está acima de todos: o caminho do amor (1Co 13.1-13). Não o que pensamos, o que sentimos e conhecemos por amor, que é mero sentimento humano. O que sentimos é uma centelha do amor que é Deus, de quem procede o amor por nós, seus filhos e filhas, os quais Ele quer que se amem uns aos outros. Isso já foi nos ordenado por Jesus em Jo13.34.

Deus quer que nos amemos, e por isso deu seu Filho para sofrer por nós. Não importa qual é o meu dom, não tendo amor, eu nada sou. Mesmo que eu fale a língua dos anjos, mesmo que reúna em mim todos os dons que possam haver, se não tiver amor nada sou perante Deus e meus irmãos. Ainda que a minha fé possa mudar montanhas de lugar, mesmo que doe todos os meus bens, se não amar, isso nada significa.

Pois, o amor que Deus nos dá e pede que nós nos demos uns aos outros vai além de tudo isso. O amor que Deus quer que tenhamos uns para com os outros, é um amor sem interesses, um amor de que se doa ao próximo, um amor que supera mágoas, desentendimentos, que conserva a verdade e abomina a injustiça.

Esse amor suporta dor e sofrimento e anima os irmãos a crer em Deus na esperança do reino vindouro. Por que tudo o que vivemos aqui passará, mas, o amor não passa. O que vivemos aqui, sabemos e conhecemos em parte. Somente na plenitude conheceremos, e veremos Deus; o Deus que nos ama e quer que nos amemos. Assim, com fé, esperemos em Deus, vivendo em amor uns para com os outros, superando os obstáculos que nos são colocados e sigamos em busca do reino. Por que permanecem a fé, a esperança e o amor; porém o maior destes é o amor.

Que nesse tempo após Pentecostes sejamos todos e todas tocados pelo Espírito Santo e estejamos a postos para colocar nossos dons a serviço da grande família cristã, com a mor e por amor a Jesus Cristo nosso Salvador.
 


Autor(a): Pastor Ademir Trentini
Âmbito: IECLB / Sinodo: Planalto Rio-Grandense
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 33710
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