Em 01 de abril o P. Dr. Valério Shapper da EST falou sobre cidadania. Ninguém nasce cidadão/ã, mas torna-se. Pois, cidadão/ã é aquele/a que, consciente de seus deveres e direitos, protagoniza a sua história em sociedade. Para isso, temos que ser coerentes. Não temos duas caras: uma para Deus e outra para o mundo.
Mas, confundimos estadania e cidadania. A primeira delega poderes ao estado e espera dele as suas benesses; numa relação de clientelismo, aonde os direitos são concedidos ou negados (conforme interesses). A segunda, é o ato de formar-se cidadão/ã, conhecendo os direitos e conquistando o espaço na sociedade. Enquanto a estadania leva a pessoa ao assistencialismo, a cidadania leva a reivindicar os direitos. Portanto, só se torna cidadão/ã aquele/a que, livre, assume sua responsabilidade social.
Em Lutero temos três estamentos (máscaras de Deus no mundo). A Igreja proporciona o ouvir da palavra de Deus e a comunhão. No estamento da política, a cidade/estado cumpre o dever de educar e encontrar os meios para a proteção da população. E na economia - o âmbito da casa, num aspecto amplo - se exerce a função de nutrir a vida (trabalho, lar, reprodução material e biológica).
A política se apresenta como ordem emergencial de Deus. Seu papel é combater o pecado, criando as normas necessárias à condução e proteção da vida; bem como à convivência em sociedade. Porém, é a relação entre os estamentos - conectados pela intenção amorosa de Deus - que define a atuação do/a cristão/ã, enquanto cidadão/ã.
No encontro demos um passo para formar uma rede cidadã de apoio. Para isso é necessário vencer o medo de, como igreja, assumir o papel de protagonista na história contemporânea. Imagine os políticos tendo que prestar contas de seus atos, diante de cristãos/cidadãos (ãs) conscientes de seus direitos?! Para isso, venha juntar-se a essa rede!