Nome: Mirian Eberhardt Alves
Tempo de participação na IECLB: desde o Batismo
Comunidade: Concórdia
Paróquia: São José dos Pinhais/PR
Sínodo: Paranapanema
“Graças dou por esta vida, pelo bem que revelou,
graças dou pelo futuro e por tudo que passou”.
Esse trecho do hino traduz um pouco do que sinto: GRATIDÃO. Gratidão porque no dia 22 de março de 1950, eu, Mirian Eberhardt Alves, nasci na localidade de Rio Bonito, município de Joinville/SC. Fui batizada, frequentei Culto Infantil, Ensino Confirmatório, Grupo de Jovens e casei na Comunidade Luterana de Rio Bonito.
Vivi minha infância cercada de muito carinho e atenção, pois meus pais tinham um armazém (ou casa de secos e molhados, bar e sorveteria), onde sempre circulava muita gente. Ali já sentia o quanto é importante a boa relação com as pessoas. Também na vida comunitária, onde igreja, escola e família se completavam. Tenho lembranças muito fortes de vivências com a minha avó Ana, que influenciaram e serviram de alicerces para a minha vida de fé: por exemplo, todas as noites ela orava em voz alta em seu quarto e pedia que eu a acompanhasse. Cantava pequenos corinhos, alguns deles em alemão, que falavam de fé e confiança em Deus. Hoje vejo que isso foi fundamental, pois creio na boa semeadura e no crescimento no devido tempo.
Assim, fui crescendo. Depois da Confirmação, já fiz parte da equipe do Culto Infantil, que foi sempre prazeroso, e colaborei na liderança do Grupo de Jovens. Foram muitos os encontros paroquiais e congressos de jovens, peças de teatro, evangelizações em que alimentei meu espírito e pude testemunhar o amor de Cristo. É verdade que houve momentos de dúvidas, de questionamentos, mas não chegaram a me afastar. Pelo contrário, fiz uso do versículo bíblico de Filipenses 4.13: “Tudo posso naquele que me fortalece”. Inclusive vencer a depressão.
Cursei a Escola Normal (Magistério) no Colégio Governador Celso Ramos, em Joinville. Trabalhei cinco anos na Fundação Municipal 25 de Julho, em Pirabeiraba, Joinville/SC. Essa entidade tinha como objetivo orientar e capacitar o agricultor e a sua família nas atividades agropecuárias e nos cuidados com a saúde e alimentação. Foi nesse trabalho que Deus colocou alguém muito especial em minha vida, meu marido, Francisco. Casamos em junho de 1973, na Comunidade Luterana de Rio Bonito.
Os caminhos de Deus são perfeitos e maravilhosos. Há algum tempo, eu não entendia por que sair de Joinville e ir morar em Ponta Grossa e, depois, em São José dos Pinhais/PR. Hoje vejo com clareza que Deus só queria me dar a oportunidade de trabalhar em Sua seara. Quando viemos morar em São José dos Pinhais, não havia comunidade luterana no município. O que fazer? Sempre que podíamos, apesar dos filhos pequenos, participávamos dos cultos na Comunidade da Cruz, em Curitiba. Mas eu sentia muita falta de uma comunidade onde pudesse congregar – viver comunidade. Foi quando surgiu a ideia de iniciarmos um grupo de estudos bíblicos em São José dos Pinhais, na casa de uma família que conhecemos na Comunidade da Cruz.
Dali para iniciarmos os trabalhos da OASE foi rápido. Em agosto de 1977, a OASE realizou sua primeira reunião na casa da Sra. Ursula Rothert. Não demorou e a garagem da nossa casa passou a ser local de culto da futura comunidade. Ganhamos algumas cadeiras, alguns hinários e; uma vez ao mês nos reuníamos em culto. Assim nasceu e cresceu a Comunidade Concórdia de São José dos Pinhais, contando com o entusiasmo e a dedicação do pastor Friedrich Genthner. Hoje a comunidade tem o seu templo, é bastante ativa e é orientada pelo pastor Dr. Marcos Augusto Armange.
Temos nosso grupo de OASE Sara, onde podemos colocar em prática a Comunhão, o Testemunho e o Serviço. Faço parte deste grupo há 37 anos, colaborando na sua coordenação, como secretária, presidente ou tesoureira, não importa a função. O que me alegra é reunir as senhoras e auxiliar na grande semeadura do Reino de Deus.
A OASE nos proporciona momentos ímpares, de muitos desafios. Quando organizamos nosso primeiro evento, o “Café do Avental”, para arrecadar fundos para iniciar a comunidade, não tínhamos nenhuma infraestrutura. Tudo foi emprestado ou alugado, louças, toalhas, cafeteiras, salão. Mas tínhamos algo muito precioso, um brilho no olhar, um coração cheio de sonhos e a certeza de que estávamos fazendo algo bom e agradável a Deus - seja de solidariedade, quando visitamos asilos ou organizamos campanhas para a aquisição de roupas de cama, quando apoiamos o trabalho do Culto Infantil, seja de ternura, quando nos colocamos ao lado de nossas irmãs em suas dificuldades, ou quando exultamos de alegria nos momentos de conquistas, de superação e felicidade, simplesmente por estarmos juntas.
Outro trabalho que eu senti muito prazer em realizar foi como orientadora das crianças do Culto Infantil; foram alguns bons anos. Pois eu creio que as crianças vivem o seu relacionamento com Deus de uma forma tão pura, sincera e bonita que não tem como a gente não se envolver. Assumimos um compromisso com Deus de orientá-las no caminho da fé.
Francisco e eu nos deixamos cativar por mais um trabalho da nossa Igreja, que é o trabalho com casais. Foram muitos os retiros de que participamos, e em outros auxiliamos na coordenação. Pois acreditamos que um bom relacionamento entre marido e mulher e, por consequência, entre pais e filhos fará a família um pouco mais feliz. Esse é um trabalho com o qual ainda gostaríamos de colaborar.
Mas caminhando e crescendo junto com o trabalho na Igreja está a minha realização como mãe, esposa e avó. Deus me presenteou com três filhos maravilhosos: Fábio, casado com Cintia; Luciana, casada com Lauro; e Marco Aurélio, casado com Anelisa. E agora, para enfeitar ainda mais a nossa família, temos quatro netos, João Eduardo, Pedro Antonio, Laura e Felipe.
Agradeço a Deus diária e eternamente por essa família e pela oportunidade de servi-lo dentro da Comunidade Luterana e também fora dela, onde o amor alcança.
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