Nome: Melita Christmann
Tempo de participação na IECLB: desde o Batismo
Comunidade: Gustavo Adolfo
Paróquia: Castelo Forte - Santa Cruz do Sul/RS
Sínodo: Centro-Campanha-Sul
Melita Christmann dedicou muitos anos de sua vida à Comunidade Evangélica Gustavo Adolfo, no bairro Santo Inácio, em Santa Cruz do Sul/RS. Melita conta que o bairro se chamava, inicialmente, Três Barulhos. As ruas eram de chão batido e não havia muitos moradores. Atualmente o bairro é denominado Santo Inácio, as ruas são calçadas e há muitos moradores.
Tudo começou quando os evangélicos luteranos começaram a se reunir na escola Petituba para celebrar seus cultos e para reuniões da OASE. Era o ano de 1972. Os primeiros chás da OASE foram realizados numa das salas de aula desta escola. Melita lembra que não havia louça para fazer o primeiro chá. Para suprir esta lacuna, cada participante trazia suas louças de casa e as colocava à disposição. O dinheiro arrecadado com o primeiro chá foi destinado à compra de louça.
Em seguida, uma das famílias da comunidade doou um terreno para a construção da capela e do pavilhão. A partir daí, passou-se a fazer a festa comunitária, aqui denominada de “quermesse”. Melita conta que, muitas vezes, batia de porta em porta pedindo doações. As pessoas colaboravam de bom gosto e ofereciam açúcar, farinha, arroz e vários objetos para a realização da rifa. Em algumas ocasiões, doavam até dinheiro com generosidade.
Nessa época, a massa (macarrão) para o almoço era toda feito à mão por ela. Lembra-se ainda hoje da quantidade de ingredientes que usava para fazer a massa e como a abria com o rolo, à moda antiga. Tudo era feito com muita alegria e em mutirão. No domingo, outras senhoras se reunião e, juntas, faziam a salada e todo o restante da comida. Os homens se ocupavam em assar o churrasco, e depois tudo era servido nas mesas, pois não havia um buffet à disposição.
A turma era muito boa e tudo dava certo. Terminado o almoço, tudo era retirado das mesas e todo o serviço de lavar, secar e guardar era feito pelas mulheres, muitas vezes ajudadas pelos seus companheiros. Os três casais que trabalhavam na cozinha se divertiam muito enquanto faziam seu trabalho. Sempre sobrava uma ocasião para dançar uma valsa. Ali tudo era feito com muita alegria. Trabalhava-se muito, mas também era recompensador.
Ela conta que, antes do pavilhão da comunidade ficar pronto, fechavam-se parcialmente as laterais com lonas para realizar a quermesse. Era necessário que alguns homens dormissem no local para impedir que pessoas estranhas entrassem para dar desfalques. Já às 5 horas soltavam-se fogos para acordar os voluntários, que vinham em seguida para os trabalhos.
Melita sempre participou da OASE e do coral. Lembra com tristeza que teve que abandonar o coral recentemente, pois a saúde já não permitia a participação regular. Recorda que, junto com as companheiras, fez várias campanhas para ajudar asilos, pessoas doentes ou carentes. Participou ativamente do grupo de visitação. Ela lembra que inicialmente tinham que fazer as visitas aos sábados, pois durante a semana cada uma das mulheres tinha a sua rotina de trabalho. Conta que mais tarde, quando aposentadas, juntamente com Amanda Christmann e Elanie Haas, passaram a fazer visitas com maior frequência, alegrando a família visitada com canções e orações. Aliás, com certeza, cantar sempre foi uma de suas grandes alegrias.
Hoje com 88 anos, viúva, mãe de três filhos e com cinco netos e sete bisnetos, Melita guarda com carinho essas boas lembranças e gosta de falar sobre elas. Atualmente ainda participa da OASE, dos cultos e estudos bíblicos. Ela, que participou de tantas visitas, manifesta agora grande alegria pela visita que o grupo da comunidade e OASE lhe faz, especialmente no seu aniversário. Melita guarda boas lembranças e é muito agradecida a Deus por ter-lhe dado tantas oportunidades para servir à causa do seu Reino.
Em toda a sua vida participou da IECLB e sente orgulho de sua comunidade e igreja. Hoje mora com as filhas, é muito lúcida e leva uma vida tranquila.
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