História de vida de Marina Bauer

12/05/2016

 

Nome: Marina Bauer

Tempo de participação na IECLB: Desde o Batismo

Comunidade: Rincão dos Ilhéus – Estância Velha

Sínodo: Nordeste Gaúcho

Meu nome é Marina Bauer, tenho 64 anos. Nasci em 22 de março de 1951, em Linha São Jacó, Nova Petrópolis – RS, filha de Leopoldo e Anita Bauer. Somos em 10 irmãos (três falecidos), nove meninas e um menino. Tenho dois filhos, Luiz Gilberto Bauer e Maicon Josué Bauer, e um neto, Rafael, de 3 anos. Fui batizada no mês de abril de 1951, pelo pastor Braun e fui confirmada em Treze Colônias, Nova Petrópolis – RS, pelo pastor Walter. Conheci meu esposo Alceno Bauer na mesma localidade onde fui batizada e recebemos a bênção matrimonial em Treze Colônias, mesma igreja em que fui confirmada. Apesar de meu marido e eu termos o mesmo sobrenome, não somos parentes.

Lembro-me que, na minha infância, meus pais preparavam uma mala de garupa com mantimentos para eu ir à casa dos meus avós para visitá-los. A cavalgada até a casa deles durava mais ou menos 40 minutos. Hoje ainda posso me lembrar daqueles momentos de ajuda para meus avós, e assim sou até hoje, solidária. Como éramos nove meninas, tínhamos que fazer todo o serviço da lavoura, lavrar, cortar lenha, derrubar mato, tirar leite – tudo braçal –, além do serviço doméstico. Por ter que trabalhar, cursei somente até a terceira série do Ensino Fundamental.

A minha juventude foi muito tranquila. Naquele tempo, o respeito era fundamental; bastava um olhar e já entendíamos. Foi nessa época que levávamos, a cavalo, as latas de leite até a estrada principal. Então conheci o jovem Alceno, que morava perto dali. Foi amor à primeira vista. Namoramos um ano e então casamos;, ambos com 19 anos. Continuamos trabalhando na roça junto com os pais dele por um ano, e depois moramos com meus pais também por um ano.

Aos 22 anos, viemos para Estância Velha – RS, Bairro Rincão dos Ilhéus, e moramos no mesmo endereço até hoje. No começo, morávamos numa “meia-água” entre cinco pessoas (o casal, o filho, uma irmã e uma prima), mas depois construímos nossa casa. Nesses primeiros tempos, meus pais nos mandavam o que tinham da roça para nos ajudar (leite, verduras, frutas...). Fomos trabalhar nas fábricas, nasceram os filhos, tivemos momentos bons e momentos difíceis. Mas sempre com fé, esperança e solidariedade.

Durante 20 anos, trabalhei em casa preparando sapatos, com carteira assinada, e, ao mesmo tempo, cuidando de cinco crianças para as mães trabalharem fora. Depois, quando o filho fez 11 anos, comecei a fazer faxinas diárias. Nos últimos anos, ainda venho trabalhando com faxinas um dia da semana e nos outros dias, eu e meu esposo, com jardinagem nas casas. Além disso, planto e cuido de três terrenos, onde produzo e vendo verduras. Em casa falamos sempre alemão, mas nossos filhos só falam português.

Minha caminhada em Estância Velha começou indo uma vez por semana até a Igreja da Ascensão em Novo Hamburgo (IECLB), onde atuavam as Irmãs Hildegard Hertel e Marelize. Elas trabalhavam com assistência social, faziam e ensinavam a fazer trabalhos com retalhos, colchas. Recebíamos alimentos (rancho). Além disso, eu participava dos cultos em Rincão dos Ilhéus e levava os filhos à igreja. Automaticamente já procurava me identificar conforme meus pais, caminhando na fé. 

Sempre participei na Comunidade Rincão dos Ilhéus de Estância Velha – RS, desde que vim morar aqui: nos cultos, nas festas (trabalhando na cozinha), na OASE, no grupo de trabalhos manuais fazendo crochê e tricô, e sou membro assídua. A comunidade da IECLB é a maior força que recebo, e me sinto muito bem acolhida. Sou uma ciclista e vou à maioria dos lugares de bicicleta, apesar dos meus 64 anos. 

Como desafio, gostaria que, quando idosa, Deus me ajude a não adoecer e poder continuar ajudando e participando, sempre de boa vontade. São meus desejos para esta comunidade. Que Deus nos abençoe.


 (História de vida coletada por Norma Terezinha Schüller e Joseida Schütt Zizemer)


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