História de vida de Edy Nelda Picoly

24/07/2015

 

 

Nome: Edy Nelda Picoly

Tempo de participação na IECLB: desde o Batismo

Comunidade: Martin Luther

Paróquia: Santa Cruz do Sul

Sínodo: Centro-Campanha-Sul
 

 

 

 

 

Meu nome é Edy Nelda Picoly. Tenho 89 anos e sou natural de Santa Cruz do Sul/RS. Casei em 1946 e fui morar em Porto Alegre, no Bairro Petrópolis. Meu marido era católico, e durante nosso casamento nunca tivemos uma discussão sobre religião. Era bem democrático. Ele me acompanhava aos cultos e eu o acompanhava à missa. Foi meu marido quem deu início à minha apreciação da música clássica. Ele era sócio da Sociedade Sogipa de Porto Alegre, e o Clube tinha um Departamento “Club Hazden”, que tinha uma Orquestra que se apresentava uma vez ao mês no Teatro São Pedro, em Porto Alegre. Os músicos eram todos amadores. Meu marido tinha um conhecido que tocava 2º violino na Orquestra. Então, todo mês, íamos ao teatro fazer companhia para a esposa dele. Diz um ditado: Música é vida interior, e quem tem vida interior jamais se sentirá só.

A vida foi passando, e vieram os filhos (um filho e uma filha). Mas algo faltava. Sempre me lembrava de que a mãe e a tia falavam da OASE, em Santa Cruz, que elas frequentavam toda semana.

A Sra. Seelig, que também era de Santa Cruz, convidou-me para participar de um grupo de senhoras para fazer trabalhos manuais, ler a Bíblia e orar. Nossas reuniões eram quinzenais. No final do ano, os trabalhos eram doadas à OASE do Centro. Depois de certo tempo, surgiu o projeto de construir uma igreja no Bairro Alto Petrópolis. Aí nossas ações foram para a igreja. Fizemos chás, rifas... tudo que a OASE fazia era para angariar fundos. Enfim, foi inaugurada a Igreja São Lucas (acho que é o nome, não me lembro). 

Quando faleceu meu pai, minha mãe ficou muito abalada; então um vizinho que tinha uma coleção de orquídeas a incentivou a começar uma plantação de orquídeas. Meu marido também foi se entusiasmando, e até hoje coleciono orquídeas. Cada cidade tem uma Associação de Orquidófilos, e os associados se reúnem uma vez ao mês. Nas nossas reuniões se fazem muitas amizades, e para as exposições cada associado leva de três a cinco plantas. Além das orquídeas, sempre gostei de jogar tênis. Agora que não posso mais, acompanho pela TV todos os torneios.

Quando meu marido faleceu, resolvemos voltar para Santa Cruz, pois as filhas queriam estudar na faculdade. A filha já estava morando com minha mãe há um ano; ela estava cursando Educação Física e, para ajudar nos custos do curso, dava aulas de tênis.

Minha vida em Santa Cruz transcorria normalmente. Frequentava a OASE Centro, até que uma tarde, veio a Sra. Traude Ott veio me visitar e me convidou para ser a presidente da OASE Centro. Logo neguei o convite, alegando não saber as normas da OASE. Mas a Sra. Traude foi categórica, dizendo que iria me orientar se eu tivesse problemas. Assim fui presidente da OASE Centro no ano de 1975-1977. O Pastor Klaus Werner foi o pastor naqueles anos. Em 1977, foi realizado o primeiro Baile do Chucrute, que acontece até hoje.

Uma tarde, meu amigo Walter Wazlawick, que era o gerente do Hospital Ana Nery naquela época, pediu que eu fosse até lá que ele queria me fazer uma proposta. Pediu que eu fosse duas ou três vezes por semana lá e servisse de intermediária entre os diversos departamentos e a direção do hospital. Mas esse serviço seria voluntário. Assim aconteceu durante uns meses, até que, numa tarde , meu amigo me perguntou se eu não queria trabalhar na farmácia do hospital, porque o lugar estava vago. Conhecia um pouco de remédios, pois o marido era funcionário da Schering e, quando aparecia um produto novo, ele comentava comigo qual a função do medicamento. Foi assim que eu comecei minha nova função.

Enquanto trabalhei no Hospital, quando um conhecido estava internado, fazia visitas ao doente, dando consolo e esperança para a recuperação e fazendo uma oração. Trabalhei 9 anos no hospital ao lado de Mari Schmidt - ela no escritório e eu na farmácia. Ao completar 60 anos, em 1986, me aposentei. Comecei a frequentar a OASE Centro, pois, enquanto trabalhava, isso não era possível.

O dia da OASE era dia de alegria, pois o encontro com amigas era muito bom. Na abertura da OASE, a presidente falou que era dia da votação das coordenadoras e que cada membro era candidata. Houve a votação e eu fui escolhida vice coordenadora para um período de 2 anos.Fiquei na Coordenação 8 anos, 4 anos como vice e 4 como titular. Nesses anos, recebi muitas bênçãos, mas também muitos desafios, e Deus me guiou com bondade e amparou os meus passos. Nesses seminários para coordenadoras recém-eleitas, gostei de conhecer a Diretoria da OASE Nacional. Nesses encontros conheci a Sra. Lilian Lengler.

Em 1998 me retirei da OASE Centro e ingressei na OASE Martin Luther, que foi criada em 1997. A OASE Martin Luther é menor, e, depois de três anos, fui eleita secretária. Depois de muitos anos, quando foi a instalação da Pa. Anelise Abentroth e do P. Vilmar Abentroth, qual a minha surpresa ao me encontrar com Lilian Lengler, que é a mãe de nossa pastora.

Até hoje, com minha fragilidade (quase não posso mais caminhar muito longe), pego o telefone e ligo para todas as mulheres da OASE e conhecidas no dia do seu aniversário. Canto os parabéns e digo palavras e mensagens bíblicas para elas. É o que ainda posso contribuir. Com a ajuda da pastora e do pastor, que me buscam de carro, ainda participo do grupo de canto da Comunidade e da OASE. Enquanto Deus me permitir, quero servir com alegria.

Essa é a minha história e caminhada pela Igreja. Até aqui me trouxe Deus, guiou-me com bondade. Obrigada, Senhor, pela tua presença constante ao meu lado, em ti confio plenamente e rendo-te graças pelas bênçãos e proteção para todo o dia que está à minha frente.
Abraços.


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