História de vida de Eda Haefliger Wedig

04/04/2018

 

Nome: Eda Haefliger Wedig

Participação na IECLB: desde o Batismo

Paróquia: Evangélica de Confissão Luterana em Arabutã/SC

Sínodo: Uruguai

É com alegria que participo dessa campanha “Em comunhão com as vidas das mulheres”, contando minha história na IECLB, ligada a Paróquia de Arabutã – SC.

Eu, Eda Haefliger Wedig, professora aposentada, coordenadora paroquial da OASE, completei meus 74 anos de idade. Nasci em 08 de dezembro de 1943 na casa de meus pais em Arabutã, na época município de Concórdia – SC, onde resido até hoje. Sou filha de Jorge Haefliger e Anna Sipp Haefliger, que vieram de Roca Salles – RS em maio de 1934. Meu pai era professor em Linha Borges de Medeiros – RS.

Fui batizada na igreja da Paróquia Evangélica de Confissão Luterana em Arabutã, com quatro dias de idade. Meus pais contaram que o pastor vinha de longe, a cavalo, para realizar cultos, batizar as crianças e realizar as visitas. Às vezes pousava na casa dos meus pais. Contaram também, que minha madrinha me levou à igreja para batizar, porque minha mãe não tinha condições para me acompanhar. O vestidinho de batizado, branco, longo com fitinha cor-de-rosa, ainda usei com três anos de idade no casamento da minha irmã mais velha, situação bem diferente da de hoje. Meus pais tiveram nove filhos para alimentar e sustentar, mas a bênção de Deus esteve sempre presente.

Meu pai, professor e agricultor, substituía o pastor em chamados urgentes, quando este não podia se fazer presente por motivo da longa distância e da falta de meios de comunicação.

Aprendi a temer e amar a Deus desde criança. Meus pais ensinavam hinos de louvor a Deus e pequenas orações que a gente decorava. Quando criança, antes de dormir, eu orava em voz altar a oração em língua alemã: “Ich bin klein, mein herz ist rein, soll niemand drin wonnem, als Jesus alein”. A mãe, ao lado do pai, nos educava com bons conselhos: “Kinder, seid gehorsam, weil der lieber Gott seedt alles was ir tuht”. Filhos, sejam obedientes, porque Deus vê tudo o que vocês fazem. 

Gostava muito dos hinos e programas natalinos dos quais participava desde criança. Meus dois anos de doutrina foram difíceis, porque o catecismo era na língua alemã e eu não conseguia ler bem. Mas, graças a Deus, quando a gente não conseguia pronunciar as palavras, meu pai ajudava. Fui confirmada no dia 4 de dezembro de 1955. Depois da confirmação comecei a participar do grupo de jovens da IECLB de Arabutã. Os encontros eram bem dinâmicos e agradáveis, cantávamos, líamos a Bíblia e brincávamos. Às vezes tínhamos encontros com outros grupos de jovens. O meio de transporte para visitar outros grupos era um caminhão aberto. Na carroceria, colocávamos tábuas de madeira que serviam de assento.

Lembro que, por volta de 1958, a juventude de Arabutã e Nova Estrela estavam no caminhão, em cima da balsa do Rio Uruguai, indo para um encontro de jovens em Getúlio Vargas – RS. O pastor Kurt Felder, que viajava conosco durante a viagem, fez a seguinte recomendação: “Jovens, procuram manter um semblante alegre”, “Ein sonntags gesicht”.

Além da Bíblia, a assinatura da revista Mundo Jovem, durante a minha juventude, me auxiliou muito na minha vida espiritual e profissional. Com 21 anos de idade assumi o cargo de professora do curso primário. Na escola, lecionei a disciplina de Educação Religiosa. Lia a Bíblia das Crianças, cantava com meus alunos da 1ª série canções com gestos, o que faziam com alegria. Guardo até hoje meu caderno de cantos que organizei na época. Uma das canções que cantava com os meus alunos e eles adoravam:

/: Deus é bom pra mim :/ Feliz estou cantando eu vou
/: Deus é bom pra mim :/ Seguro estou andando eu vou

Mais tarde assumi as aulas de Educação Religiosa de 5ª a 8ª séries ginasiais. Participei de vários cursos e orientações do Sínodo. Por algum tempo assumi o ensino confirmatório na nossa comunidade. O que ainda hoje, às vezes, faço quando o pastor tem outro compromisso. Fui também secretária na diretoria da nossa igreja. 

Com a emancipação do nosso município fui convidada para atuar no setor social da Prefeitura de Arabutã. Trabalhei com famílias carentes, pessoas doentes, Grupos de Idosos, Clubes de Mães, sempre levando uma palavra de amor e fé, orando com eles e por eles.

Por algum tempo reuni em minha casa, crianças e adolescentes, ensinando bordado e outros trabalhos manuais. Ainda hoje, recebo crianças em minha casa para auxiliá-las nas tarefas escolares, juntos brincamos, escrevemos e cantamos.

Diversas vezes hospedamos em nossa casa, pessoas vindas da Alemanha para intercâmbio do Grupo de Convivência da IECLB. Hospedar, acolher, aconselhar, ajudar pessoas é tarefa da vontade de Deus. É tarefa que nos dá alegria, bom ânimo e paz. Deus seja louvado pelas bênçãos que nos dá quando nele permanecemos.

Coordeno e participo com alegria de alguns grupos de estudos bíblicos em nossa Paróquia. Este ano completo quatro anos de Coordenadora Paroquial da OASE. Quero dar os parabéns e agradecer aos grupos da OASE que sempre se dispõem para auxiliar nas programações das suas comunidades.

Sou casada com Remidio Wedig, temos duas filhas, Josiane Carine e Miriam Ediane. Curiosidade: O mês de Dezembro é especial para mim porque nasci, fui batizada, confirmada e casei neste mês. Também em Dezembro fiz minha primeira carteira de motorista. Gosto muito de ler, escrever e realizar trabalhos manuais, além de cuidar da nossa casa, do nosso jardim e da nossa horta.

Tive que incluir nesta minha história um pouco da história de outras pessoas, porque sozinha ninguém faz história.

Agradeço e louvo a Deus pelas bênçãos que Ele colocou no meu caminho, pessoas que me ensinaram e ajudaram a fazer a minha história. Agradeço e louvo pelos ensinamentos e exemplos de Jesus que nos mostram o caminho do bem. Na vida não encontramos apenas rosas, há também espinhos, mas estes nos ensinam a viver mais próximos de Deus, a dar mais valor à vida. Aprendi que por meio de Jesus Cristo, só em Deus encontramos a verdadeira paz.

“Que a nossa gente aprenda a usar o seu tempo fazendo o bem e ajudando uns aos outros...”. Tito 3.14


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