História de vida de Adélia Schenkel

04/07/2016

Nome: Adélia Schenkel
Participação na IECLB: Desde o Batismo
Comunidade: Rincão dos Ilhéus - Estância Velha - RS
Sínodo: Nordeste Gaúcho

A história aqui registrada é de Adélia Schenkel, filha de Alfredo Kieckow e Erminda Kieckow. Ela nasceu a 27 de outubro de 1950, em Linha Olinda, cidade de Nova Petrópolis/RS. Foi batizada em 25/12/1950 pelo Pastor Gustav Adolf Braun e participa da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil desde o seu nascimento. Quando criança participou da escola dominical na Comunidade Evangélica de Confissão Luterana em Nova Petrópolis onde também participou da doutrina e do grupo de jovens.

Na família de Adélia havia seis irmãos e irmãs (três homens e três mulheres). A família tirava o sustento da roça. Desde pequena, Adélia tinha a responsabilidade de tirar leite da vaca de manhã cedo, antes de ir para a escola. A distância entre sua casa e a escola era de aproximadamente 2 quilômetros. Ela fazia este percurso a pé, acompanhada de uma amiga que era sua vizinha. Estudou até a 5ª série do ensino fundamental, com aulas em língua portuguesa.

Adélia ia aos cultos, a cavalo, com seu pai, sua mãe e seus irmãos, e algumas vezes com suas primas Lisete Kieckow e Asta Nienow. A distância entre Linha Olinda e Nova Petrópolis, local do culto, era de aproximadamente 17 km. A doutrina e o encontro de jovens eram realizados num ponto de pregação na escola em Linha Olinda. O pastor que realizou sua confirmação foi Arno Gustavo Wrasse. Depois da confirmação, Adélia participou do grupo de juventude.

Conheceu seu esposo Ernani Schenkel num baile em Linha Nova, e namoraram por quatro anos. O casamento ocorreu no dia 31 de julho de 1971 em Linha Nova. Ernani era membro da IECLB de Linha Nova, e o pastor que celebrou a bênção matrimonial foi Manfred Jacob. Depois do casamento, Adélia foi morar em Novo Hamburgo – RS.

Quando Adélia e Ernani casaram, já tinham a casa, pois, antes do casamento, Ernani comprou um terreno no bairro Rincão, em Novo Hamburgo, e fez uma casa de madeira (chalé) para morarem após o casamento. Adélia recorda que moraram por cinco meses sem luz elétrica. A iluminação era só com velas. Havia poucas famílias no bairro, e de um lado da rua não havia casas.

Depois do casamento, Adélia começou a trabalhar em sua própria casa, montando fivelas para uma metalúrgica. O trabalho era com carteira assinada. Seu esposo trabalhava na fábrica. Por estar registrada na empresa, ela conseguiu, anos depois, se aposentar. Assim, com fé, saúde e esforço conseguiram melhorar a situação.

Em 1983, a sogra, Sra. Marta Schenkel, ficou viúva e foi morar com Adélia e sua família. Adélia cuidou da sogra. Essa época foi muito difícil para Adélia, pois, além da sogra, tinha suas três crianças para cuidar, inclusive uma recém-nascida. Ela contou que orava muito e que seu esposo sempre a aconselhava a ter calma, ficar firme na fé e não se desesperar. O sofrimento causado pela doença e pelo trabalho excessivo e permanente era muito grande. Disse que sua cunhada Rejane Kopper veio algumas vezes do bairro Canudos (em Novo Hamburgo) até o Rincão para ficar e cuidar da sua sogra e das crianças para que ela pudesse participar do estudo na OASE. Mencionou que ao retornar para casa, após ouvir boas palavras de conforto e paz, sempre se sentia mais forte em sua fé. Depois de seis anos, a sogra teve um infarto e faleceu. 

Sua contribuição na comunidade
Em 01 de agosto de 1971, Adélia se tornou membro da Paróquia Trindade, no Rincão, que hoje é Comunidade Evangélica de Confissão Luterana em Rincão dos Ilhéus. Naquela época, a comunidade de Rincão era um ponto de pregação que pertencia à Igreja Evangélica de Confissão Luterana de Novo Hamburgo. Em 1978, por convite da Sra. Atemia Möller (in memoriam), Jeny Schneider, Doris Müller e do Pastor Élio EugenioMüller (in memoriam), entrou na OASE. Neste período, trabalhava em casa para uma metalúrgica, montando fivelas. Lembrou que, na época, a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil estava organizada em região, distrito, paróquia e comunidade. Ela participou de alguns encontros da região e, às vezes, ficava até quatro dias fora de casa. Tudo valeu, e aprendeu muito a valorizar ainda mais o trabalho na OASE. Uma dificuldade que teve foi com a língua portuguesa, pois estava acostumada com o alemão.

Adélia foi presidenta na OASE de 1989 até 1990 e, várias vezes, coordenadora e vice-coordenadora. O seu cargo atual é de coordenadora da OASE. Adélia disse que gosta de participar dos encontros de coordenadoras da OASE e da Assembleia Sinodal da OASE, onde revê as senhoras de outras comunidades, trocam-se ideias e, com isso, ela pode levar sugestões e melhorias para o grupo do Rincão. Participa do grupo de terceira idade e dos trabalhos manuais da diaconia. Sua especialidade em trabalhos manuais é o crochê, que é um dos dons que Deus lhe deu. Adélia diz que sente alegria em ensinar as outras mulheres. Também sente alegria e está sempre pronta para servir onde for preciso nas demais atividades da comunidade. Ela participa da comissão de festas da comunidade, colabora no chá da OASE fazendo deliciosos bolos, na festa e no baile anual da comunidade ajuda na preparação da comida e nas sobremesas de creme de leite e sagu.

Sua família e vida de fé

Adélia tem um filho e duas filhas: Délcio, nascido em 27 de maio de 1972, Marcia, nascida em 23 de maio de 1974, e Raquel, nascida em 12 de novembro de 1983. Todos foram batizados na IECLB. Ela sempre procurou incentivar sua família a participar da comunidade, levando as crianças ao culto infantil. Posteriormente também tiveram participação no grupo de jovens.

Ela e seu marido celebraram as bodas de prata no dia 04 de agosto de 1996. A cerimônia foi oficiada pelo Pastor Anibaldo Evaldo Fiegenbaum (in memoriam), pastor do Rincão dos Ilhéus naquela época.

A neta Sofia nasceu no dia 07 de outubro de 2007, e o neto Davi no dia 20 de setembro de 2011. Adélia sente muita alegria em poder participar de momentos importantes da vida das crianças. Citou a homenagem que recebeu no dia do vovô e da vovó em uma escola em Triunfo, onde o neto Davi estuda. Mencionou com orgulho a neta Sofia, que seguiu sua orientação e está participando do culto infantil em Linha Nova. Disse que sua neta adorou a bíblia para crianças que Adélia lhe deu de presente.

Adélia realizou o sonho de viajar de avião, e conheceu Salvador – BA e Fortaleza – CE. Adélia só tem a agradecer a Deus. Disse que Deus é a fortaleza de seus dias, que sem Deus nada somos e nada podemos realizar.

Atividades de que participa fora da comunidade
Em 2015, ela começou a participar do grupo de terceira idade “Charalina”, pertencente ao projeto social do Hospital Regina de Novo Hamburgo. Os encontros do grupo acontecem uma vez por mês, na parte da tarde, no posto de saúde do bairro Rincão. O objetivo do grupo é reunir-se para cantar, inclusive aprender cantos novos e fazer apresentações para as pessoas doentes que estão nos  hospitais. Para ela, é muito importante poder passar alegria a outras pessoas. Disse que se sente muito feliz por poder aprender cantos em alemão.

Sonhos e desafios
Com a ajuda de Deus, Adélia espera continuar participando por muito tempo da Comunidade com seus dons.


(História de vida coletada por Márcia Laux Blauth e Eliane Maria Koch)


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