Heinrich Schütz (1585-1672)

Obra e Biografia

29/06/2012

Heinrich Schütz (1585-1672) HPD nº 220

SCHÜTZ, Heinrich (latinisado: Henricus Sagittarius), compositor alemão, evangélico luterano.
Nasceu: 8 de outubro de 1585 em Köstritz (Vogtland, Domínio Reuß), Saxônia, Alemanha.
Faleceu: 6 de novembro de 1672 em Dresde, Saxônia, Alemanha.

Heinrich foi filho do conselheiro, estalajadeiro e posterior (1619) burgomestre de Weissenfels, Christoph Schütz (1551-1631) e sua terceira esposa, Euphrosyne ns. Bieger (+1635), que no ano 1590 haviam mudados para Weissenfels (Saxônia-Anhalt). Cedo o seu tio, o organista Heinrich Colander (*1557), e o músico de Weissenfels Georg Weber (1538-1599) estimularam o talento musical do menino. Em 1599 o Landgrave Moritz (o Sábio) de Hesse o mandou buscar para Kassel. Ali Heinrich recebeu boa educação musical e lingüística na escola da Corte e no Ginásio Mauritianum, até 1606.

Em setembro de 1608 ele se matriculou em Marburgo, para estudar jurisprudência; porém, já no ano seguinte interrompeu os estudos, e viajou para Veneza, Itália. Munido com uma bolsa de estudos de 200 Táleres anuais, pagos pelo Landgrave, ele se tornou aluno de Giovanni Gabrieli (até o falecimento deste em 1612). Fruto deste aprendizado é o seu “Livro de Madrigais”, que reflete totalmente a tradição italiana. Retornado a Kassel, Schütz teve que contentar-se com o mal remunerado cargo de segundo organista da Corte, além de servir como secretário e tutor do príncipe.

Por isso, a partir de 1614, ele procurou contato com a Corte na Saxônia, contra a vontade do Landgrave Moritz. Ali foi aceito em 1617 como Maestro da orquestra da Corte, e empregado em 1619 como Oberhofkapellmeister (Maestro-mor). As condições de trabalho na Corte causaram algumas vezes tensões entre Schütz e o Eleitor Johann Georg I (1585-1656), mas ele permaneceu no cargo até sua morte em 1672.

Em junho de 1619 Schütz, então com 33 anos de idade, casou com a jovem Magdalene Wildeck (*1601), filha de um funcionário da Corte. Porém, após 6 anos de vida matrimonial ela foi infectada por varíola e faleceu. Em 1619 Schütz publicou sua primeira obra feita em Dresde: os Salmos de Davi, 26 composições sobre Salmos, para vários coros. Depois do falecimento da esposa Schütz passou novamente um ano na Itália, de outubro de 1628 até Novembro de 1629. Inspirado por novas experiências ele compôs a primeira parte de sua Symphoniae sacrae. (A segunda parte seguiu em 1647, e a terceira em 1650).

De volta em Dresde em fins de 1629 Schütz realizou, junto com Francesco Castelli († 1631), a reorganização da vida musical na Corte. A guerra dos 30 anos e os emergentes problemas financeiros na Corte exigiam diminuição do número de músicos da orquestra, e conseqüentemente simplificação das composições de Schütz.

Entre 1633 e 1644 Heinrich Schütz fez três viagens prolongadas para Copenhague, Dinamarca. Ali foi nomeado, em dezembro de 1633 para o cargo de Maestro-Mor da orquestra real dinamarquesa. Depois fez uma visita na Corte em Hildesheim (Hannover) e outras em Brunsvig. E sempre foi criando outras composições. Em 1648 compôs os 27 Motetes de Geistliche Chormusik, com os primeiros passos para a polifonia. Após o fim da Guerra dos 30 Anos (1648) a situação financeira na Corte de Dresde piorou, e Schütz diminuiu o ritmo de criar novas obras.

Em 1651 Schütz requereu sua aposentadoria e comprou uma propriedade em Weissenfels, onde pretendia passar seus últimos anos. Em 1655 ele foi nomeado Maestro-Mor da Corte em Wolfenbüttel e em 1660 para o mesmo cargo na Corte de Zeitz. Johann Georg II. o nomeou Maestro-Mor da Saxônia e finalmente o desligou das obrigações na Corte, aposentando-o com 800 Táleres. Depois Schütz circulou, como inspetor da vida musical, entre Weißenfels, Dresde, Halle, Leipzig e Zeitz . Em 1658 foi aceito na Sociedade Frutificadora (para fomento da língua alemã) com o nome de »der Preiswürdige« (Merecedor de Prêmio). Nos anos seguintes ainda compôs algumas obras para a Corte da Saxônia Eleitoral. Entre elas destacam-se A Paixão segundo Lucas e A História da Paixão e Morte de Jesus segundo Mateus.

Depois do falecimento de sua irmã, a Viuva Justina Thörmer (1672), Schütz volta a residir em Dresde, onde no dia 6 de novembro do mesmo ano ele é ceifado por um ataque de apoplexia. Na cerimônia fúnebre o pregador falou sobre Salmo 119,54: Cantabiles mihi erant justificationes tuae in loco peregrinationis meae (Teus mandamentos são motivo dos meus cânticos no tempo da minha peregrinação).

Schütz foi pioneiro da música sacra evangélica na Alemanha, caracterizada em grande parte pela aceitação do estilo sonoro veneziano. Ao lado de Hans Leo Hassler, Leonhard Lechner¹ e Johann Hermann Schein² – Heinrich Schütz é mestre do Motete de palavras bíblicas que integra a linguagem do Madrigal na música sacra.

Em nosso hinário encontramos uma melodia de Heinrich Schütz, criada em 1661, para o hino de Cornelius Becker »Wohl denen, die da wandeln« (EG, 18ª ed. nº 472) = HPD nº 220 Bendito aquele que anda.

Fonte: Klaus-Gunther Wesseling Schütz, Heinrich em BBKL, Volume IX (1995), Colunas1058-1077

Notas:

1 Leonard [Leonhard] Lechner (*1553 em Etschthal, Tyrol; +1606 em Würtemberg, Alemanha) foi compositor austríaco da escola de Orlando di Lasso.

2 Johann Hermann Schein (*January 20, 1586 – +November 19, 1630) was a German composer of the early Baroque era. He was born in Grünhain and died in Leipzig. ...
 

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Autor(a): Leonhard Creutzberg
Âmbito: IECLB
Natureza do Texto: Música
Perfil do Texto: Autor Melodia
ID: 15356
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