Grávidos com Maria

14/12/2009


O tempo dura bastante para aqueles
que sabem aproveitá-lo.
(Leonardo da Vinci)

Não existe tempo sagrado e tempo profano.

Não existe um tempo para Deus e outro que não é para Deus. Todo o tempo pertence a Deus.

A vida dos seres humanos tem uma cadência: a infância, depois a adolescência, a juventude e a vida adulta. E cada um desses tempos é especial a seu modo.

Assim é com o ano, que tem as quatro estações e a lua, que tem suas fases. Temos também estações e passamos por fases. Algumas são boas, outras são ruins e, novamente, vêm as boas. Os bons períodos não duram para sempre, mas os ruins também não são eternos. Depois de um período tenebroso, sempre vem um tempo mais suave.

Na roça, a vida das pessoas é regida pela natureza. Há o tempo para plantar, o tempo para colher e o tempo para descansar a terra. Nas grandes cidades, às vezes só nos damos conta de que é primavera porque os jardins ficam floridos. Já não temos consciência dos rituais de passagem da natureza.

Na maioria das vezes, é a publicidade que nos alerta para uma mudança de estação, uma mudança de tempo. Alguns, tenho certeza, nem lembrariam que é tempo de Natal se as lojas não estivessem enfeitadas já no final de outubro... Contudo, mesmo nas cidades, quem tem sensibilidade consegue perceber que a natureza nos avisa que é tempo de primavera.

Quando é tempo de Advento, até o vento fica diferente: é uma mistura de um pouco de primavera e um verão que está espreitando por aí. Há um cheiro diferente no ar: o sol, as flores, as pessoas com seus pacotes, as casas enfeitadas.

Tempo de Advento é tempo de espera; tempo de estarmos grávidos. Grávidos com Maria. Advento é um tempo que nos sinaliza que nossos desertos interiores terão um fim, e que chegará o dia em que teremos fartura e abundância. Fartura em nossa pobreza, abundância em meio à falta.

Chegará o dia em que os sonhos de paz dos profetas se realizarão e ninguém mais se armará contra outro. Ah, como temos medo! Maria também teve medo quando o anjo Gabriel lhe apareceu. Que possamos dizer com ela: “Sou tua serva... Sou teu servo, que se realize em mim a tua vontade.”

Deus nos deixa grávidos de esperança; grávidos de forças novas e boas, grávidos de luz, grávidos de desejos de bem.

Deus habita ali onde é acolhido. Maria o acolheu. E você, vai acolhê-lo?

Pastora Vera Cristina Weissheimer - Pastora da IECLB,
Capelã do Hospital Alemão Oswaldo Cruz – São Paulo


Autor(a): Sínodo Sudeste
Âmbito: IECLB / Sinodo: Sudeste
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 7406
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