Gauchinho era um andarilho e beberão. Sua maior paixão era seguir pelas estradas. Apenas quando a situação apertava, ele encontrava um “porto seguro” numa família amiga de Garuva, onde passava uma temporada para se reestabelecer. Entretanto, de coração inquieto, sempre de novo, voltava ao trecho. Sem julgamentos, procuro aprender com a sua situação. É importantíssimo que toda pessoa tenha um canto que o acolha, seja família, emprego ou igreja. Sempre de novo precisamos ser gratos por novas chances. Contudo, de nada adianta se não houver compromisso com o despertamento e a mudança. É preciso avaliar a caminhada e, ainda mais importante, dar um novo destino à vida. Convém o arrependimento, de tal forma que gere compromisso com o Evangelho. Não penso apenas no Gauchinho. Olho à minha vida. Dia a dia, preciso compreender o amor de Deus, renovando meu pacto com o seu Reino. Infelizmente, Gauchinho morreu atropelado na rodovia, próximo ao seu porto.
De José Carlos Papae, “Noites Traiçoeiras” na voz de Vera Lúcia.