Galo Verde promove seminário de educação ambiental em Blumenau (SC)

A educação reduz a pegada ambiental

06/09/2014

PAGV Emilio Voigt
PAGV Lucia Sevegnani palestrando
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PAGV participantes
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A constatação é de um grupo de mais de 30 pessoas que estiveram em Blumenau (SC), no sábado 6 de setembro, para o segundo seminário do Programa Ambiental Galo Verde (PAGV). O tema do evento foi o papel da educação na consciência ambiental.

O encontro, no auditório da Escola Barão do Rio Branco, reuniu voluntários e voluntárias dos sínodos Vale do Itajaí e Norte Catarinense da IECLB, da Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB) de Blumenau e Pomerode (SC), da Diocese católica de Blumenau especialistas em gestão ambiental.

Logo após a saudação do diretor da Barão, professor Marcos Silva, e da reflexão de abertura do pastor sinodal Breno Carlos Willrich, os coordenadores do PAGV, pastores Clovis Horst Lindner e Emilio Voigt, falaram dos objetivos do Galo Verde para envolver as igrejas na defesa da criação segundo o lema A Criação é de Deus; a Responsabilidade é Nossa.


Na escola - Em palestra, os professores Sandoval Pinheiro (Química) e José Sommer (gestão ambiental) apresentaram o programa de educação ambiental da Escola Barão, um dos projetos-piloto do PAGV. Sandoval falou dos programas de reciclagem da escola, a fábrica de sabão líquido com óleo de cozinha, a produção de papel reciclado e o projeto de empreendedorismo que transforma lâmpadas fluorescentes em decoração. A escola também recolhe pilhas e baterias com participação dos estudantes.

Já o professor Sommer, ligado à Fundação Municipal do Meio Ambiente de Blumenau, apresentou o Programa Ambiental Barão. Em parceria com a paróquia Blumenau-Velha Central, uma área de preservação promove educação ambiental. Em outros dois projetos, a escola participa de programas de reflorestamento e sequestro de carbono, como o que é promovido pela Fundação Vianei junto à comunidade indígena Xokleng.


Desconectados - Na segunda palestra, a professora (FURB) e ambientalista Lúcia Sevegnani, presidente da Associação Catarinense de Preservação da Natureza (Acaprena), mostrou que estamos desconectados do planeta.

Os agrônomos não sujam mais as mãos de terra, critica Lúcia. Como médicos, limitam-se a fazer análises e receitar corretivos, lamenta. Mesmo o agricultor vê a terra apenas como parceira de um negócio e entende a receita do agrônomo como remedinho.

Adão perdeu a relação com a terra da qual é formado, fulmina Lúcia. Não vemos problema na sistemática extinção de espécies ou na devastação da Amazônia, exemplifica. Se isso afeta o nosso clima aqui no sul ou causa escassez de água em São Paulo, não mexe conosco, diz.

Exigentes, vamos ao mercado e compramos frutas e verduras pela aparência, tamanho e cor, e não atinamos que os crescentes casos de câncer não se originam em fatores genéticos, mas na quantidade de 'remedinho' usado na terra, acrescenta.

Para a ambientalista, o único 'remédio' contra a falta de conexão da humanidade com o planeta é a educação. Lúcia enalteceu as igrejas e o Galo Verde. Os grupos que se reúnem no espaço eclesial são terra fértil para semear uma nova cultura ambiental, conclui.


Projetos - No Brasil desde 2012, o PAGV tem seis projetos-piloto em atividade. Durante o seminário, além do projeto da Escola Barão, outros dois foram apresentados. A construção da nova sede sinodal do Vale do Itajaí foi introduzida pelo engenheiro Renan Lindner, responsável pelo projeto ambiental do prédio.

Renan demonstrou o impacto ambiental da construção civil sobre o planeta. Uma residência de tamanho médio, ocupada só por três ou quatro pessoas, tem um dos mais altos custos ambientais conhecidos, explica. Desde a produção de aço e cimento, vidros e revestimentos, e a energia consumida para isso, com tempo médio de uso de 40 anos e os custos da posterior demolição, há um impacto gigantesco.

Tal impacto é minimizado com a redução do consumo de energia é água, pondera. Revestimentos e materiais menos impactantes, cuidado com iluminação e equipamentos de menor consumo de água e energia ajudam nisso. Isso está sendo feito na futura sede sinodal desde a obra, conclui.

Outro projeto-piloto, o mais novo deles, vem da paróquia de Itapema-Porto Belo (SC). Apresentado por Walter Montá, presidente da paróquia e coordenador do grupo de gestão ambiental da paróquia, o projeto está elaborando o programa ecológico e levantando a pegada ambiental.

O projeto de Itapema serviu de modelo para que o prof. Nélcio Lindner, integrante do PAGV, detalhasse funcionamento e modo de elaboração, fazendo os encaminhamentos para o futuro do Galo Verde.


Impactante - O seminário impactou os participantes. Eu saí do seminário despedaçada. Nada confortável. Mas mostra o quanto o Galo Verde é necessário. Que Deus nos dê sabedoria nessa tarefa, postou em sua página no Facebook Marianne Maier, integrante do conselho sinodal do Norte Catarinense.

A normatização de procedimentos, a montagem de um grupo de auditores, a formação de parceiros do projeto e as primeiras certificações estão no horizonte. A tarefa deixa de ser um adendo para tornar-se essencial ao testemunho das igrejas. Por isso, o envolvimento de cada vez mais lideranças no PAGV é fundamental.
 

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