Friedrich von Bodelschwingh (1877-1946)

Obra e Biografia

29/06/2012

Bodelschwingh, Friedrich von (1877 – 1946) HPD nº 50

Nasceu no dia 14 de agosto de 1877, em Bethel próximo de Bielefeld, Alemanha.

Faleceu dia 4 de janeiro de 1946, em Bethel, próximo de Bielefeld, Alemanha.

Friedrich era o mais novo de 4 irmãos. Os seus pais (Friedrich e Ida von Bodelschwingh) já haviam perdido 4 outros filhos em 1869. Ele costumava ser chamado de “Fritz”, para distingui-lo do “Vater Bodelschwingh”, seu pai, Friedrich senior.

Cresceu no meio de crianças epilépticas. Estudou em Bonn, Basel, Tübingen, Greifswald e Göttingen. Seus professores teológicos eram H. Cremer e Adolf Schlatter. Seus interesses e talentos para a ciência sugeriram a carreira acadêmica, mas o pai o chamou (1901) para colaborar em Bethel. Após o falecimento do pai (em 1910) Fritz assumiu a direção das instituições de Bethel, cargo que exerceu por 35 anos com genialidade. Bethel passou pelos anos difíceis da Primeira Guarra Mundial e, apesar da grande inflação, cresceu muito sob a direção de Bodelschwing filho. Principalmente desenvolveu-se a área de ensino (escolas para rapazes, ginásio para moças, ensino superior) e da medicina. Bethel tornou-se o centro para pesquisas e tratamento de epilepsia. Como pregador Bodelschwingh sabia transmitir a Boa Nova tanto aos humildes epilépticos, quanto aos inteligentes acadêmicos. Ele conseguia aconselhar como verdadeiro médico de almas, pois possuía o dom de ver com o coração. E possuía verdadeira autoridade espiritual, que nasceu do seu profundo amor às pessoas.

Em 1933 os representantes das diversas Igrejas Territoriais da Alemanha indicaram seu nome para o cargo de Bispo da recém-organizada Igreja Evangélica da Alemanha, pois ele gozava da confiança das diferentes correntes eclesiásticas. Ele respondeu: prefiro ser Diácono Nacional (Reichsdiakon) em vez de Bispo Nacional (Reichsbischof). Ele foi eleito, mas permaneceu no cargo somente por 27 dias. Pois o regime nacionalista inventou o cargo de Comissário Nacional para Assuntos de Igrejas, cargo esse assumido pelo P. Ludwig Müller, amigo de Hitler. Bodelschwing, no entanto, continuou sendo respeitado por muitos como conselheiro (clandestino) da Igreja.

Em 1939 Hitler começou a ação chamada de “eutanásia” = boa morte, mandando matar doentes incuráveis. Bodelschwingh, logo que descobriu essa ação, denunciou-a como camuflagem, e protestou, primeiro diante de ministros e no fim diante do próprio Hitler, contra o planejado homicídio. Desde o início ele recusou-se de preencher os questionários exigidos referente aos doentes. Uma comissão de médicos, então, ocupou a sede administrativa de Bethel, e preencheu os questionários. O médico particular de Hitler visitou pessoalmente algumas vezes Bethel. Depois disso a ação “eutanásia” foi cancelada. Bodelschwingh confessou mais tarde, que esta foi a luta mais difícil de sua vida. Com sua personalidade forte ele conseguiu salvar a vida de mais de 6000 doentes que estiveram aos seus cuidados.

Nos últimos dias da Segunda Guerra Mundial, quando as tropas americanas já estiveram se aproximando, pastor Fritz pregou na Sexta-Feira-Santa na igreja em Bethel sobre as tres cruzes de Golgota, baseado em Lucas 23,39-43:

As decisões histórico-mundiais, que atualmente acontecem, perdem seu peso, comparadas com a decisão da história da salvação tomada no Gólgota. O que aconteceu nas seis horas no Gólgota tem conseqüências para a eternidade. As maiores ações de Deus sempre permanecem um mistério para nos. Desejamos que hoje Deus nos dê uma nova visão para o mistério de Gólgota.”

Naquele culto de sexta-feira-santa P. Fritz von Bodelschwingh cantou pela primeira vez em público aquele hino que ele já havia composto em 1938: “Nun gehören unsre Herzen ganz dem Mann von Golgatha” = Nossos corações pertencem ao varão de Gólgota HPD nº 50, (na tradução de Lindolfo Weingärtner).

Fontes:

- R. Frick, Artigo “Bodelschwingh, Friedrich v.” em RGG³, Vol.I, Tübingen, 1957³
- Friedrich Wilhelm Bautz Bodelschwingh, Friedrich von em BBKL Volume I (1990), Colunas 649-651.
 


Autor(a): Leonhard Creutzberg
Âmbito: IECLB
Natureza do Texto: Música
Perfil do Texto: Autor Letra
ID: 15526
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Há algo muito vivo, atuante, efetivo e poderoso na fé, a ponto de não ser possível que ela cesse de praticar o bem. Ela também não pergunta se há boas ações a fazer e, sim, antes que surja a pergunta, ela já as realizou e sempre está a realizar.
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