Figueira no alto da torre

15/09/2012

“Agora que fomos aceitos por Deus pela nossa fé nele, temos paz com ele por meio de nosso Senhor Jesus Cristo. Foi Cristo quem nos deu, por meio da nossa fé, esta vida na graça de Deus. E agora continuamos firmes nessa graça e nos alegramos na esperança de participar da glória de Deus”. Romanos 5.1-2
Aí está ela... a figueira crescendo no alto da torre na nossa igreja, em Coronel Barros. É muito fácil imaginar como ela foi parar ali: a poeira acumulada na torre, a umidade das chuvas, os passarinhos que fazem ali uma parada para o descanso... Não foi preciso muito esforço e logo a figueira estava na torre da igreja. Cresceu sem que percebêssemos, resistiu a secas, inverno  e temporais, e ali está. Poderia ser um exemplo de esperança e perseverança para nós, mas nesse caso não é.
Olhar para ela causa preocupação. A figueira é uma árvore frondosa, de crescimento vigoroso, e ficamos observando com medo de que em algum momento as densas raízes vão se aprofundar mais, ao ponto de comprometer a estrutura da torre e talvez, fazer cair os sinos da igreja. Pensar nessa possibilidade pode fazer muitas pessoas imaginarem cenas dramáticas e até trágicas, orquestradas pela figueira na torre instalada.
A figueira pode bem ser uma parábola, uma comparação. Na vida em família, no viver em igreja, comunidade, no testemunho do Evangelho no nosso dia-a-dia, muitas vezes o edifício da nossa fé e testemunho correm sério risco de serem invadidos e abalados. O individualismo, a busca pelo acúmulo de bens e dinheiro, as críticas destrutivas, os velhos preconceitos e tradições muitas vezes são como a figueira no alto da torre: sem que percebamos, vão tomando conta de nossa vida e de nossos relacionamentos, vão minando a alegria da nossa fé, ameaçando derrubar o edifício da nossa esperança.
Esperança... Precisamos saber com muita clareza qual é a nossa esperança. Porque, se não soubermos nem mesmo isso, como vamos manter o edifício da nossa vida preservado? Como vamos enfrentar as dificuldades de relacionamento, as diferenças de opinião na família, na igreja, no trabalho, na política?... A nossa esperança, a base firme da nossa fé é o próprio Cristo, o qual nos anima e fortalece para vivermos a alegria de um novo tempo já aqui e agora, superando dores, desunião, intrigas, injustiças e vivendo sinais do reino entre nós. Assim como você se prepara para lançar fora tudo o que ameaça o edifício da sua esperança, a figueira na torre da igreja será removida. Quando sabemos com clareza qual é a nossa esperança, ou seja, em que cremos, então podemos enfrentar os temporais e até, quem sabe, uma figueira infiltrada. Vamos conseguir superar as dores e testemunhar a fé na qual somos criadas e sustentadas. Irmãs e irmãos, desejo a vocês com muito carinho, Paz e Bem!
“Mas é preciso que vocês continuem fieis, firmados sobre um alicerce seguro, sem se afastar da esperança que receberam quando ouviram a boa notícia do evangelho.” Cl 1.23a
 


Autor(a): Pastora Carla Andrea Grossmann/Coronel Barros
Âmbito: IECLB / Sinodo: Planalto Rio-Grandense
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 16742
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É isto que significa reconhecer Deus de forma apropriada: apreendê-lo não pelo seu poder ou por sua sabedoria, mas pela bondade e pelo amor. Então, a fé e a confiança podem subsistir e, então, a pessoa é verdadeiramente renascida em Deus.
Martim Lutero
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