Eis que as trevas cobrem a terra, e a escuridão, os povos; mas sobre ti apareceu resplandecente o Senhor, e a sua glória se vê sobre ti (Isaías 60.2).
Promessa de Deus para a vida da gente. Estas foram as palavras ditas pelo grande profeta Isaías, que viveu há mais ou menos 700 anos antes de Jesus Cristo. Palavras tão confortáveis e de uma tranqüilidade e certeza tão grandes.
A época que nós vivemos agora é de festa, Carnaval, a grande festa, festa do povo, festa de luxo. Mas também é o final, para as Igrejas Cristãs, final da época chamada Epifania, onde se reflete a revelação de Deus numa criança (Deus criança) para entrada numa época onde se reflete sobre a paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo, uma época marcada pelo arrependimento.
No tempo de Jesus a festa judáica da Páscoa era celebrada para lembrar a saída do povo de Israel do Egito. Era a grande festa de memória da ação de Deus na vida daquele povo. Para celebrar a páscoa judáica o povo matava um cordeiro, chamado de cordeiro pascal. Este cordeiro deveria ser sem defeito, macho e de um ano. Depois do sacrifício este cordeiro era assado e consumido em família, no próprio templo ou em casa.
No dia seguinte começava-se a comer o pão sem fermento. Este pão sem fermento, “Pão Asmo”, era consumido por sete dias. Nestes sete dias os judeus também comiam ervas amargas e bebiam vinho e água. A páscoa era a lembrança da promessa de um novo céu e uma nova terra, onde de fato reinava justiça e amor.
Com a vinda de Cristo tudo isso se torna realidade. Jesus Cristo é essa promessa concreta de Deus na vida da gente. Jesus dá um novo sentido para a festa da páscoa judáica. Com sua vinda no meio do povo Ele se coloca em favor de todos e todas. Ele lembra seu povo que ele mesmo será o cordeiro imolado, que irá morrer para salvar muitos. Por isso, no meio da paixão, da dor, da morte, nós pessoas cristãs celebramos a vida.
A promessa do profeta Isaías é concreta e atual. Acredito que podemos viver sempre nestas duas realidades: festejar e alegrar-se, e ao mesmo tempo ter esperança na promessa de vida boa de Deus. Uma não afasta a outra. Festejamos quando estamos alegres. Não queremos que nossa alegria afaste nosso compromisso de vida boa, não somente para nós, mas também para outros. Esta é a proposta concreta da Deus e ela compromete nossa vida como pessoas cristãs neste mundo.
Altemir Labes
Pastor Sinodal
Sínodo Nordeste Gaúcho