Nossa reflexão, embora já tenha passado o dia dos pais, nos remete à família. Pois ela é considerada o maior tesouro que Deus nos revelou, um grande presente, uma dádiva.
Muitas vezes, nos deparamos no cotidiano com famílias que passam por conflitos diversos e mágoas contínuas, famílias desestruturadas, onde falta o diálogo e principalmente a fé. Nas palavras do Evangelho de Lucas percebemos a tristeza de um pai diante da ingratidão do filho. Na época, era comum o filho mais novo assumir a responsabilidade pelos pais, e no relato bíblico justamente este é o que age com ingratidão, pedindo sua parte da herança.
“O mundo traz incertezas, mas também ensina”. São palavras de um hino que nos mostra a importância e o valor dos bons conselhos dos nossos pais. O tempo passa e quando o mundo nada mais tem a oferecer, este filho o percebe muitas vezes cheio de interesses, aonde o valor vem pelo aquilo que a pessoa tem e não por aquilo que ela é, contrariando, assim, os preceitos de Deus, que nos ama e aceita assim como nós somos.
Alegrai-vos e regozijai-vos, são as palavras ditas pelo pai. “Este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi encontrado”. Que grande alegria vem do coração daquele pai, ao ver o filho de volta ao lar.
O amor e o perdão tem a última palavra e ambos são frutos da fé. Nos dias de hoje, percebemos famílias convivendo na mesma casa, porém, separados pelo celular, a televisão, etc... Cada um tem as suas verdades e, muitas vezes, deseja permanecer nestas mesmas verdades. Muita coisa se copia e pouca coisa nova se cria. O diálogo fica comprometido e com isso, afeta até mesmo a saúde mental de toda a família.
Quando Lutero fala sobre a importância da família e estudar juntos o catecismo, mostra a fonte mais pura e cristalina que vem através da palavra de Deus. A família que dialoga sobre seus problemas consegue resolvê-los com muito mais sabedoria. Algumas vezes, ouvimos pessoas dizer: “vamos mudar de assunto”, ou “não se fala sobre este assunto”. O que mostra a falta de diálogo e dificuldade de ouvir a verdade, a opinião do outro.
Como família cristã nós somos desafiados a incluir e aceitar cada um da sua maneira de ser, buscar na palavra bíblica a fonte de fé para viver. O diálogo deve constituir-se como um dos pilares mais firmes na edificação do lar e saber que o perdão nos ensina e anima para um novo recomeço.
Cuidar daqueles que um dia perderam noites de sono por nós não deve ser encarado como sacrifício ou como uma cruz a ser carregada, mas sim,como gratidão a Deus, por tudo o quetivemos a oportunidade de vivenciar. Também agradecer pelas pessoas que colocou em nossa vida para a mudança e a transformação. Pelo amor que permanece para sempre, buscando o lar abençoar.
Que Deus seja nosso guia na busca de uma família feliz e comprometida com a fé. Ao recordarmos, como IECLB, a comemoração dos 500 anos da reforma luterana, nas palavras do nosso reformador Martin Lutero “Igreja reformada precisa estar em constante reforma”. Família unida precisa estar disposta ao diálogo, vivendo verdadeiramente o perdão e a fé.
Portanto, alegrai-vos sempre, pois a casa do pai tem um lugar preparado para cada um de nós. Jo 14.