Falecimento do P.Otto Carlyle Tollefson

26/01/2011

P. Otto e esposa Barbara, na comemoração de suas Bodas de Ouro, em julho de 2005

No dia da véspera de Natal, faleceu o mui querido e amado P.Otto Tollefson.
Ele nasceu em 16 de Janeiro de 1931 em Fergus Falls, MN, EUA.
Graduou-se Queen Anne HS, Lutheran Bible Institute, PLU e Luther Seminary, Minneapolis. Atuou como missionário no Brasil de 1958 a 1977.

P.Otto faleceu aos 79 anos de idade, no dia 24 de dezembro de 2010 às 16:55 hs, de câncer no cólon.

Veio ao Brasil, enviado pela Igreja Evangelica Luterana dos EUA, para inicialmente permanecer em Campinas por 1 ano - SP e Cianorte - PR, trabalhando durante 7 anos como Reitor de escolas da missão e também colaborou com o Pastorado e então a missão, indicou o seu nome para a comunidade como pessoa que poderia talvez assumir o trabalho em Joinville. Sendo então transferido para Joinville a convite da Diretoria da CEJ, em 1965, permanecendo até 1976.

Quando a família chegou em Joinville, sentiu um choque cultural, pois a cultura de Joinville era completamente diferente daquele que passou em Campinas e dos sete anos no norte do Paraná – Joinville era uma cidade nova, arquitetura diferente; aqui as igrejas eram grandes, tradicionais. Quando chegaram em Joinville, haviam poucas Escolas Bíblicas. Horas bíblicas eram realizadas nas igrejas ou no salão da paróquia, eram mais em forma de preleções. Diz o P.Otto, que no Programa de Mordomia e Evangelização, os membros assumiram uma parte do trabalho e lideraram grupos E.C.O. (Sigla dos grupos de estudo com objetivo de Estudar, Compartilhar e Orar) e assim grupos de 8 a 12 pessoas se reuniam nas casas. Chegou a ter, se não se engana, 52 grupos. Mais tarde também iniciaram o programa que se chamava Encontros no Caminho - 5 estudos anuais sempre nos meses de maio a setembro, também dirigidos pelos membros. Os Pastores se reuniam para orientar os líderes. Isso deu mais um impulso, pois quando os membros tem que liderar grupos, eles se aprofundam mais na fé e assim eles podiam no âmbito da casa, compartilhar e trocar idéias, e não só ouvir. Externar opiniões. Descobriram que os dirigentes, alguns, mesmo não tendo muita formação, às vezes eram os melhores dirigentes de grupos. Eles tinham um Dom Espiritual para liderar seu grupo.

Uma recordação que ele guardou pela passagem por Joinville, foi de como a Comunidade, os Pastores eram muito ligados, todos se apoiavam mutuamente. Trabalhavam como equipe, em todos os sentidos. Ele era encarregado do Departamento de Evangelização e Mordomia e em colaboração com os demais pastores, exemplo disso era o P.Werner Zieschler, que fazia as traduções dos estudos do português para o alemão, para publicar nas duas línguas e os outros pastores também estavam envolvidos nos treinamentos dos visitadores da Mordomia.

Ao deixar a Comunidade de Joinville, disse que nunca havia chorado tanto. Naquela época, pensar em deixar a Comunidade foi difícil, porque tinham decidido ficar no Brasil até ao final do Ministério. Porém sentiram que era necessário voltar aos Estados Unidos, devido a situação familiar. A sua sogra estava com problemas de saúde a Bárbara como filha única, longe, e três filhos que precisavam ingressar nas universidades nos E.U.A. Então decidiram, que era melhor voltar. Mas foi muito, muito difícil deixar o Brasil.

P.Otto voltou ao Brasil diversas vezes, mas na última, ficou impressionado com o crescimento da C.E.J.. Quando saíram, havia sete paróquias. E agora (final de 2005) são dez, totalizando mais de vinte igrejas e pontos de pregação. Percebeu também o trabalho de serviço de assistência social, grupos de trabalhos, freqüência aos cultos, etc. Disse, que espera que continue assim.

A esposa do P.Otto, a Dna. Bárbara, disse, que pelo trabalho do seu marido, teve oportunidade de conhecer muitas pessoas na cidade, e um dos primeiros trabalhos foi a direção de um Coral da Juventude da Comunidade, que na época era uma coisa nova. Desse trabalho ela gostou muito, enfatizou. Ficou como regente do grupo até saírem de Joinville. Foi um desafio muito gostoso e continua tendo boa amizade com muitos até hoje ainda. Também não havia grupo de senhoras em português, pois naquela época eram todos em alemão. Ela foi convidada a iniciar o trabalho com um grupo em português, na Paróquia Cristo Bom Pastor, mais tarde um grupo na Cristo Redentor e também, ainda um grupo na Martin Luther. Disse ela, que foi uma coisa bem simples: tinham estudos bíblicos, tempo de oração; foi um grupo que ficou muito unido, e dentro do grupo cada uma ficou se conhecendo melhor; orando, e também ficaram conhecendo melhor a bíblia e de como ser líder de grupo.

Em suma, dna. Bárbara disse que Deus tinha lhes prometido dirigir e abençoar suas vidas, dos que O amam e eles dão graças a Deus que Ele deu a oportunidade de trabalhar no Brasil, especialmente em Joinville e isto lhes trouxe alegria e propósito de vida. Admira o que Deus lhes proporcionou!.

Em resumo, esta foi a trajetória do P.Otto e de sua esposa Bárbara em Joinville.

Conteúdo baseado na entrevista concedida ao sr. Nivaldo Klein, para o Joinville Luterano, edição 33 de mar-abr de 2006.

Otto e sua esposa Bárbara foram integrantes ativos no International Lutheran Marriage Encounter (Encontro do Diálogo) no Brasil, Noruega, Finlândia e Islândia. Otto deixou enlutados sua esposa Bárbara, com quem era casado há 55 anos, filhos Scott (Donna), Dean (Cindy) e Joel (Carrie), filhas Helen (Roger King) e Adel (Gordon Phillips), e 10 netas.

Não temos palavras para expressar nossa tristeza com o falecimento deste servo que ensinou e pregou os verdadeiros valores do Reino e através de sua vida exemplar de marido, pai, e avô, mostrou que o segredo de vida feliz é firmado em Jesus Cristo. Por onde passou, semeou; muito colheu, mas também, muitas sementes germinaram, cresceram e estão dando frutos, e que só a eternidade verá, o que sua vida de fé e dedicação gerou na vida dos que estavam em sua volta. Servo fiel, que trabalhou e lutou até seus últimos dias para o Reino de Deus.

Colaboração de Ralf e Eliane Kirsten

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