Êxodo 2.1-10

Dia das Mães - Prédica

10/05/2003

 

Dia das mães
Mensagem: Ex 2.1-10.
Leituras: Lucas 2.41-52 Prov 6.20-23

A idealizadora deste dia foi uma mulher chamada Ana Jarvis, natural dos Estados Unidos. Ana era muito unida com sua família. Seu pai havia falecido em 1902 e três anos depois, sua mãe também faleceu. Com o sofrimento da perda de seus pais, Ana realizou a primeira celebração do dia das Mães em sua própria casa, no segundo domingo de maio de 1907. A celebração foi tão comovente que se repetiu nos próximos anos e como Ana não queria que esta celebração ficasse sendo algo pessoal, ela iniciou uma campanha para que todos os filhos e filhas pudessem honrar e homenagear suas mães vivas ou mortas. Assim, ela enviou cartas, visitou políticos e religiosos até que o presidente dos Estado Unidos proclamou o 2O. domingo do mês de maio como o dia das mães e, aos poucos, esta data foi internacionalizada, sendo que no Brasil a data foi oficializada no ano de 1932.

Ler o texto bíblico Ex 2.1-10. Este texto, querida comunidade , é muito apropriado para o dia das mães pois nos dá algumas pistas sobre o que representa ser mãe.

O texto nos fala sobre como as mulheres e as mães agiram para preservar a vida que estava ameaçada pelo poder do rei, do faraó, que ordenou às parteiras que matassem todos os meninos israelitas que nascessem a fim de que povo de Israel que estava escrevo no Egito não aumentasse mais e não fosse uma ameaça à corte do Egito. Porém as parteiras desobedeceram às ordens do faraó e permitiram que o povo de Israel se tornasse forte e numeroso.

E nesse contexto encontra-se o nascimento de Moisés, um dos principais personagens na história da salvação do povo de Israel. Este menino nasce diante da ameaça de ser more, e é a sua mãe biológica que tenta preservar sua vida, colocando-o no rio Nilo a fim de que fosse adotado por alguém; aparece na história a filha do faraó, que foi mãe adotiva de uma criança abandonada; o texto fala ainda de um outro tipo de mãe, a mãe de leite que se oferece para amamentar e cuidar do nenê, que era na verdade, sua mãe biológica; por fim, aparece ainda a irmã mais velha de Moisés, provavelmente de outro casamento da mãe ou do pai, que cuida e zela pelo irmão menor. Todas elas, as mulheres e mães se unem para preservar a vida, Dom maior de Deus.

Querida comunidade, este texto bíblico nos mostra que a mãe biológica de Moisés que se torna ama de leite do próprio filho não é tão insensível a ponto de deixar o menino ao sabor do destino. Ainda que nos dias de hoje haja notícias surpreendentes de mães que abandonam seus filhos em lixeiras, esgotos, ou em portões de casas, não é essa a atitude irresponsável que a mãe de Moisés toma, isto porque a criança continua sendo observada. Ela não fica sozinha um minuto sequer; a irmã mais velha vela pela criança, ela a acompanha pela margem do rio para saber o que vai acontecer com ela. Se algo de inesperado acontecer, ela estará por perto. Assim podemos perceber que há uma nítida estratégia da mãe e da irmã do menino Moisés a fim de preservar sua vida tão fragilizada. Esta estratégia conta também com a cumplicidade da princesa, da filha do faraó, que prontamente aceita a sugestão da irmã do menino em ir buscar uma ama de leite para seu sustento e crescimento sadio.

O futuro da criança não se deixa à mercê da fatalidade. Deus não age de forma milagrosa aqui, mas Deus age e salva através as mulheres que foram instrumentos da preservação da vida.

Prezados irmãos e irmãs, as mulheres deste texto uniram-se para lubridiar o poder opressor do faraó e, assim, preservar a vida de uma criança inocente. Dessa forma elas também se tornaram mães da criança.

Assim como a mãe biológica que pariu a criança não pôde ficar com seu filho por causa do poder opressor do faraó que queria exterminar com todos os meninos israelitas, encontramos também na nossa sociedade aquelas mães que geraram a criança e que, por falta de condições para criá-lo não podem continuar com ela, diante a vida ameaçada da criança optam em doá-la a alguém que ofereça as mínimas condições para seu desenvolvimento digno. Quantas mães são obrigadas a abandonar seus filhos? Quantos motivos estão por trás desse ato julgado como desumano? Algumas mães dão suas crianças para adoção, outras simplesmente as abandonam, na lixeira, no esgoto. Será que uma mãe que gera pode abandonar seus filhos, estando ela em condições normais? Com certeza não, o que leva muitas mulheres a cometer este ato é a faltas de perspectiva num mundo vazio, violento e miserável. Como estas mães se sentem nesse dia?

O texto também nos fala de outro tipo de mãe, aquela que cuida dos filhos de outras. Cada vez mais as mães trabalham fora, são independentes e assumem parcial ou totalmente o sustento da família. Elas necessitam de outras pessoas que façam as vezes o papel de mãe. Se não for o parceiro, o esposo, são as mulheres da creche, as professoras, as Tias, as babás, as vovós e tantas outras. Essas mães que assumem cada vez mais a função de cuidar e ensinar os filhos de outras são mais e mais procuradas na nossa sociedade. E será que elas recebem, a devida gratidão nesse dia das mães, será que elas também são lembradas nas homenagens de hoje.

Ainda temos as mães adotivas, que acolhem em sua vida e em seu coração a criança gerada por outra mulher. Dedicam a ela todo carinho, atenção e um grande amor. As crianças adotivas são os filhos do coração, pois são sempre desejadas e amadas. O amor das mães adotivas é muitas vezes maior do que o de mães biológicas, mas mesmo assim, as mães adotivas são desprezadas em algumas culturas por não poderem Ter filhos próprios.

Já lembramos vários tipos e jeitos de ser mãe. Incluímos aqui também as mães solteiras que por opção ou não assumem sozinhas a maternidade. É comum encontrar mulheres que tiveram um relacionamento casual e que desejam criar sozinhas seus filhos. Com certeza é uma decisão corajosa que deve merecer o respeito de todos nós; aqui incluímos também as mães separadas, divorciadas que cumprem o papel de mãe e de pai. Não por último, queremos também lembrar daquelas que não podem ser mães, quer seja por problemas biológicos ou por simples opção. Muitas vezes são consideradas com coitadas e a elas é dito que não sabem qual é a alegria de ser mãe. Hoje em dia aumenta o número de mulheres que optam pior não ser mães, pois sabemos que a maternidade não deve ser uma imposição social para a realização da mulher, mas deve antes de tudo, ser uma opção consciente e responsável.

Nesse dia internacional das mães queremos lembrar todas as mulheres que dedicam ou dedicaram parte de sua vida para cuidar de pessoas frágeis e vulneráveis a fim de conduzi-las para uma vida própria e autônoma, lembrando que não é a maternidade que dignifica ou valoriza a mulher, mas sim sua capacidade de atuar e optar sempre pela vida, assim como fizeram as mulheres do texto bíblico que se uniram para preservar a vida.

Que deus continue abençoando a todas a mães mulheres que desejam lutar sempre pela vida, pelo amor e pela justiça.

Amém.

História - A criança e Deus.

Pastora Cristina Scherer
Palmas-TO


Publicado originalmente no site Grupo Emaús
 


Autor(a): Cristina Scherer
Âmbito: IECLB / Sinodo: Brasil Central / Paróquia: Palmas (TO)
Área: Missão / Nível: Missão - Família
Área: Confessionalidade / Nível: Confessionalidade - Prédicas e Meditações
Testamento: Antigo / Livro: Êxodo / Capitulo: 2 / Versículo Inicial: 1 / Versículo Final: 10
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Prédica
ID: 41191
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