Eu te vejo e te aceito

16/11/2015

Ser aceito é uma das coisas boas da vida, faz com que nos sintamos queridos. Não se trata de concordar ou discordar é apenas aceitar, aceitar que esta forma de agir é o possível nesse momento para essa pessoa.

Muitas vezes queremos mudar o jeito de ser da pessoa para que ela caiba na nossa maneira de enxergar a vida, mas ela é como é. Ela é como Deus a fez. Antes de ser ela já é e não há nada que possamos fazer para muda-la. Somente a própria pessoa se muda, se quiser.  Em Êxodo 3.14, lemos: “Deus disse a Moisés: Eu sou o que sou.” Deus dispensa autodefinição e maiores explicações sobre quem é. Ele simplesmente é, existe e sempre continuará sendo. Cada uma de nós é como é sem muitas explicações, mas plena de vivências, de sentimentos, de histórias.

Somos feitos de afetividade e não só de carinho. O que une as pessoas é a afetividade que se torna mais evidente quanto mais diferente forem. Se fossemos todos iguais não existiríamos. Eu sou diferente de você e tanto eu quanto você podemos nos perceber melhor porque existe o contraste, existe a diferença. Quando você chega diferente o meu eu aparece. Até mesmo a consciência aparece pelo contato, a consciência existe porque há o diferente. Tudo é diferente de tudo caso contrário não perceberíamos nada. Esse jogo dinâmico de contato dá-se pela afetividade.

O oposto disso é ser normal. Nesse caso o ser normal é ser igual, agir igual não discordar, não questionar simplesmente se deixar conduzir, e assim agindo deixar de existir. É viver na monotonia, na mesmice, na letargia, na não vida, no vazio, no buraco da existência, na insatisfação.

O monótono literalmente faz dormir, apaga a consciência. O ser normal apaga tua existência e te coloca a um passo da doença. Quanto mais do teu jeito você tiver coragem de ser mais consciente e ativa estará. Estar em paz com suas opções corrobora para a aceitação do jeito das outras pessoas. Se permitir existir faz com que aceite a existência da outra pessoa. Querer mudar o outro é ter a pretensão de mudar a obra divina. Eu sou o que sou você é o que é e em harmonia podemos viver.

Ser aceita é tão prazeroso, é como se eu te dissesse você existe. Eu te vejo e te quero. Eu me relaciono com você do jeito que você é e não tenho problemas por você ser assim. Ser normal é deixar de existir ser diferente, ser você mesmo, é afirmar tua existência, portanto cumprir um mandato divino. Deus te fez assim: diferente. Deus te fez uma pessoa única e querida.
 


Autor(a): Pa. Celia Gil Pereira
Âmbito: IECLB / Sinodo: Sudeste
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 35805
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Lamentações 3.25
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