Há momentos em que nós não conseguimos explicar o nosso problema e não vemos nada além dele. Dá impressão de que o próprio caminho da vida fica sem sentido. Por exemplo, confio em Deus de que ele me ajudará na busca por uma reconciliação no casamento, ou na melhora da saúde que está fragilizada ou ainda na busca por um emprego para poder me manter. Mas, e quando nada acontece? O que é confiar em Deus quando me sinto sozinho ou parece que minha oração não alcança os céus?
Irmão/ã, talvez seja saudável lembrar-se de não ser tão exigente consigo mesmo. Veja que os maiores personagens da Bíblia ficaram profundamente perturbados com as crises das suas vidas. O rei Davi não comia e não se deixava consolar enquanto orava pela vida de seu filho enfermo. Jó fala com palavras vivas e fortes da angústia de sua alma. Tem ainda o choro de Ana por não ter filhos. São alguns exemplos que mesmo na confiança podemos chorar e lamentar. Mas o Senhor não deixou nenhum destes personagens. Também não deixa você sozinho.
Não tenha medo de ser honesto com Deus. Você se lembra do Abraão idoso que duvidava da promessa de ser pai? E Davi que expressa seus lamentos nos Salmos? São muitos os exemplos que temos nas Escrituras das pessoas que expressaram diante de Deus toda sua dor e assim aprenderam a confiar nele nos vales escuros das suas dúvidas. São trechos difíceis da vida, mas é neles que conhecemos mais de Deus e mais de nós mesmos.
Dê um passo de cada vez. Dividir a jornada em pequenos passos por vezes ajuda. Jesus disse para não nos preocuparmos com o amanhã já que o dia de hoje tem problemas suficientes. Quando nossas emoções estão turbulentas devemos nos contentar com pequenos passos e com a segurança daquele que disse: “Nunca te deixarei nem de desampararei” (Hebreus 13.5).
Não seja autodestrutivo. Quando estamos desapontados ou desesperados facilmente queremos acabar com tudo. Quantos pensamentos e palavras negativas dirigimos para nós mesmos? Que eu não consigo? Não posso? Para mim nada dá certo? Além disso, é ainda preciso aprender a pedir a Deus para que nos ajude a evitar a descarregar a nossa ansiedade, ira ou desespero naqueles que estão ao nosso redor.
Não subestime Deus. Uma das grandes verdades da Bíblia é que quando estamos desesperados, Deus não está. Se Deus não responde às nossas orações no tempo ou no modo como esperamos, é porque ele vê o que nós não vemos. José aprendeu a confiar em Deus depois de ter sido vendido como escravo pelos irmãos mais velhos. Ele fez das lutas e traumas de sua vida um campo onde aprendeu a confiar e esperar em Deus. Anos depois, quando se encontrou com seus irmãos pôde dizer: “Vós bem intentastes mal contra mim, porém Deus o tornou em bem” (Gênesis 50.20). Ele pôde perceber e testemunhar a presença ativa de Deus em seus dias mais difíceis.
Peça, mas não exija. Em momentos de desespero nós achamos que sabemos o que precisamos de Deus. Creio que Deus compreende sim a nossa fraqueza e medo. Contudo, ele também é aquele que nos convida a olharmos numa noite clara para o céu estrelado e assim sossegarmos em sua presença. Francis Schaeffer, filósofo cristão, disse: “Quando estou na presença de Deus, parece profundamente impróprio pedir alguma coisa”. Compare essa afirmação com Jó 42.
Irmãos e irmãs, a confiança em Deus passa por provas. Nestas ocasiões nossos sentimentos ficam perturbados. Mas não desanime e não perca sua confiança! Deus age sempre em seu benefício.
Vamos orar: “Pai Celestial, eu quero confiar em ti. Mas por vezes fico muito confuso. Perdoa-me, por favor, por sempre querer respostas. Obrigado por seres tão paciente comigo. Por favor, ajuda-me a ter paciência enquanto espero pelo tempo certo para ver os teus planos, que são melhores que os meus. Amém”.
