Espero a chuva cair

13/09/2007


Querida e querido internauta!

Sempre de novo Deus nos dá a oportunidade de conhecer novas pessoas e a partir deste conhecer, surgem novas amizades. Durante o Curso de Integralização que minha esposa e eu fizemos na Universidade Metodista de São Paulo, conhecemos uma pessoa fantástica. Além de ser um querido colega (ele também é pastor), tornou-se, durante os estudos de 1 ano, um irmão de caminhada. Mas tem mais: além de ser gente finíssima, é um escritor de mão cheia e de coração pulsante. O nome deste meu grande amigo e irmão é Nilson da Silva Júnior, agente de pastoral universitária no Instituto Educacional Piracicabano. Para quem gosta de bons textos, pode tranqüilamente investir seu tempo lendo seus excelentes textos no seguinte endereço: http://revnilsonjr.wordpress.com/

O texto abaixo é dele, e quero agradecê-lo de coração por me dar o direito de publicá-lo em nosso site. Valeu, pastor Nilson!

 

Espero a chuva cair

 

Sempre gostei de chuva. Desde que me entendo por gente sou fã dos trovões e rajadas de vento. Sinto-me até melhor para dormir quando o “céu está desabando”! Mas preciso admitir que existem momentos complicados, resultados dessas demonstrações de força da natureza.

Tenho boas e más recordações das chuvas de que tanto gosto. Lembro-me de uma tempestade ocorrida em nosso município em que muitos estragos foram vistos… o vento foi tanto que, especialmente na área rural, casas foram arrancadas e cabeças de gado mortas. Foi triste acompanhar o drama de famílias desabrigadas e saber do falecimento de várias pessoas, inclusive crianças.

Mas foi já na fase adulta que senti de forma mais séria as intempéries do tempo. Certa vez estava com minha esposa num apartamento de sobreloja que morávamos em Mato Grosso quando começou a chover. Era final de tarde… a chuva veio trazendo um alívio ao calor intenso que passávamos… mas, quando o vento se asseverou, tivemos mais preocupação… a tampa de um buraco de ar condicionado que existia na sala não resistiu e voou casa a dentro… imediatamente corri para impedir que a água nos banhasse ainda mais, mas era muito forte… o forro de PVC também não resistiu, porque a calha não tinha capacidade de vazão suficiente… em minutos vimos tudo ser tomado pela chuva… tudo molhado… televisão, aparelho de som, piano, tapete, quartos… tudo.

Continuo gostando de chuva… mas creio que tenho mais respeito quando o tempo se fecha.

Certos problemas são como as chuvas… vem, abalam, apavoram… e destroem, e se não o fazem, molham, desestruturam e nos tiram a tranqüilidade. Às vezes também vemos um céu nebuloso na ação humana… certas pessoas nos trazem o frescor e a sensação agradável de uma garoa, outras, para nossa tristeza, são como um vento forte ou como os raios e trovões… deixam um rastro de destruição, tristeza e mágoa por onde passam ou sobre quem atingem, vitimando a alegria e a paz dos/as outros/as.

Há problemas e pessoas que vêm sem avisar… entram em nossa vida fazendo portas e janelas bater… jogando sua raiva e descontrole pra dentro de nossa rotina de forma inexplicável… tirando nosso sono.

Imagino que exista uma certa natureza nisso… uma indizível força que nos escolhe, do nada, para testar a paciência… fazendo o sol dos maus e dos bons nascer sobre nós também… deixando-nos ver que não somos mais nem menos que ninguém e absolutamente passíveis das mesmas dores dos/as que sofrem e da mesma alegria dos que riem.

Mas a grande e intrigante pergunta na hora da chuva é o que fazer. Em muitas situações ficamos num corre-corre sem fim, tentando reorganizar o que a “ventania” tenta destruir, procurando agarrar os papéis de nossa vida que começam a ir pelos ares e não sabemos como agir… e se sabemos, nem sempre temos tempo, jeito, de impedir o transtorno.

Em alguns momentos não adianta gritar, correr, enervar… a não ser esperar e se proteger da melhor forma, aguardar que a “natureza” se encarregue de cumprir seu propósito.

Se cremos num Deus que é o Senhor do tempo, dos ares e das chuvas, precisamos acreditar também que Ele domina os vendavais que se formam no decorrer da vida e que sabe os porquês deles, de virem sobre nós e desarticularem nossas vidas! E assim como sabemos que é preciso esperar a chuva cair, devemos aprender que, da mesma forma, é preciso aprender que certos problemas têm sua duração.

Quem sabe pudéssemos parafrasear o sábio Salomão dizendo: Tudo tem seu tempo debaixo do céu… tempo de chover, tempo de esperar parar de chover… tempo de chuva e tempo de sol. (Ecl 3.1).

Que o Senhor de todo o tempo nos enriqueça sempre com Sua graça e paz!

Rev. Nilson

 

Um forte abraço a todas e todos,

Klaus Dieter Wirth, pastor


Autor(a): Paróquia de Uberlândia
Âmbito: IECLB / Sinodo: Brasil Central / Paróquia: Uberlândia (MG)
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 7359
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Lucas 21.33
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