Encenação Natalina - O Natal na família de Catharina e Martim Lutero

01/08/2017



Encenação de Natal
 
O Natal na família de Catharina e Martim Lutero
 
  PERSONAGENS: 1 narrador e 1 narradora, Martim Lutero, Catharina von Bora e 5 crianças nos papéis de Joãozinho, Madalena, Martim, Paulo e Margarete. Pessoas Caracterizadas: Maria e José, anjos, 3 pastores de ovelhas e 3 magos.AMBIENTE: Sala de uma casa com cadeira estofada estilo antigo, outros assentos menores nas proximidades, tapete ao centro com mesinha, enfeites, quadros, vaso de flores, um baú de madeira e uma árvore de natal. (enfeites natalinos e velas para a árvore de natal),manjedoura.  
 
Narrador 1: Pertencemos a uma grande e maravilhosa família, que é a Família de Deus. Nela somos e temos lugar especial. Poder ter e pertencer a uma família é uma bênção de Deus. Significa que temos uma história. Significa que não estamos sozinhos neste mundo. Significa que há pessoas que nos amam, que nos amparam, nos dão apoio, que sorriem e choram conosco por tantas situações que deixam o coração alegre e por outras que fazem lágrimas rolarem no rosto.
 
As famílias não nascem prontas. E também não há receita pronta para a convivência harmoniosa entre esposo e esposa. E os filhos e filhas não trazem consigo um manual de instruções para educá-los para a vida.
 
Narrador 2 - Martim Lutero entendeu a importância e o significado do ingrediente do amor a Deus e amor ao próximo como algo muito importante a ser cultivado na família. Sob esta base construiu um lar feliz e duradouro. Mesmo que não estivesse muito motivado a se casar, o seu casamento com Catarina Von Bora aconteceu na noite do dia 13 de junho de 1525. MartiLutero tinha 42 anos e Catarina, 26.
 
Aos poucos vai surgindo o amor e a cumplicidade entre este casal. Após o seu casamento, quando ele escreve para os seus amigos, Lutero descreve Catarina como uma mulher de muita boa vontade, que combina melhor com ele do que ele mesmo imaginava. Lutero agradece a Deus por ter Catarina ao seu lado.
 
Narrador 1: Lutero e Catarina tiveram 6 filhos: João, Elisabeth, Madalena, Martim, Paulo e Margarete. Lutero via nos filhos e filhas “o fruto e a alegria do matrimônio”. Assim como em nossas famílias, a família de Lutero viveu momentos de grande alegria. Mas também conheceu dias sombrios. A pequena Elisabeth morreu aos oito meses e Madalena aos 13 anos de idade. O amor de Lutero pela sua esposa expressa-se nas palavras: “eu a amo e a valorizo muito”. “Amo a minha Catarina, escreve; amo-a mais que a mim mesmo, seguramente; preferia morrer a vê-la morrer, ela e os filhos.” Numa de suas conversas à mesa, Lutero chamou-a de “a estrela da manhã de Wittenberg”.
 
Narrador 2: Catarina era uma mulher muito ativa, organizada e decidida. Conta-se que a primeira providência tomada por Catarina, depois do casamento, “foi jogar fora a cama de Lutero. Seu colchão de palha não fora sacudido há anos e estava realmente podre.” Ela não esperava as coisas acontecerem. Por isso não hesitou em arregaçar as mangas para reformar e organizar o antigo mosteiro, que o príncipe doou a Lutero, mas que não estava em boas condições de moradia. Catarina administrava as atividades da casa. Cuidava do jardim, das plantações, criações de gado, de porcos, de galinhas e de peixes, cultivou uma horta medicinal. Acolhida também muitos amigos e estudantes de Lutero e ela mesma participava das discussões teológicas que aconteciam ao redor da mesa na cozinha.
 
Narrador 1: Estamos na época do advento e do natal, e hoje queremos conhecer mais de perto como era a vivência na família de Lutero.
 
Cena 1- (A família Lutero está na sala de estar arrumando a árvore de natal)
 
Catharina: Vamos lá crianças, chegou a hora de arrumar a nossa árvore de natal. Peguem aquelas caixas com os enfeites e vamos começar o nosso trabalho.
 
Filho Joãozinho: Oba, eu gosto muito dessa época de natal. Tudo fica muito lindo e muito iluminado.
 
Filha Madalena: Papai, por que comemoramos o natal?
 
Lutero: Querida filha Madalena. O natal é uma das comemorações mais importantes para os cristãos. No natal comemoramos a chegada do Messias, o nosso Salvador. Há muitos e muitos anos, os profetas do Antigo Testamento anunciavam a chegada de um salvador que viria para libertar o povo de Israel. Os profetas diziam que o povo estava vivendo numa profunda escuridão e que o nascimento de Jesus traria de volta a esperança para o povo.
 
No Livro do profeta Isaías capítulo 9.2 diz: o povo que andava na escuridão viu uma forte luz; a luz brilhou sobre os que viviam nas trevas, pois já nasceu uma criança, Deus nos mandou um menino que será o nosso rei. Ele será chamado de “Conselheiro maravilhoso”, “Deus poderoso”, “Pai Eterno príncipe da paz”.
 
Filha Madalena: Que história bonita! Eu quero sempre me lembrar que Jesus é a nossa verdadeira luz.
 
Catharina: Por falar em luz, Martim, vê se você encontra a caixa com as velas para serem colocadas na árvore de natal.
 
Filho Martim: Sim, mamãe. (revira um pouco as caixas). Acho que encontrei. Aqui estão. (fica pensativo e depois pergunta)
 
Filho Martim: Mamãe, por que montamos a árvore de natal? O que isso tem a ver com o nascimento de Jesus?
 
Catharina: Como você sabe meu filho Martim, aqui onde moramos, o natal acontece sempre na época do inverno. A única árvore que permanece com os galhos verdes são os pinheiros. Certo dia seu pai Lutero voltando para casa, depois de um dia cheio, ele estava andando pelo caminho e avistou a floresta toda coberta de neve e olhou para cima para ver as estrelas e as enxergou por entre os galhos dos pinheiros. Então seu pai trouxe um pinheiro para casa e o enfeitou com velas.
 
Filho Paulo: Mas eu não entendi o que o pinheiro tem a ver com o natal!
 
Lutero: Meu filho, Deus afirma que Ele é como o cipreste que mantém suas folhas sempre verdes. Em Oseias 14.8 está escrito: “Eu sou como um pinheiro verde, eu lhes dou abrigo e de mim recebem todas as bênçãos”. Mesmo diante da falta de esperança, da seca ou do inverno, Deus faz nascer o verde de uma nova esperança (Is 11.1, 53.2; Jr 33.15).
 
Filha Margareth: Que bonita explicação sobre o pinheiro! Deus é como um pinheiro verde que nos dá abrigo e nos protege a cada dia. Mas e as velas? Para que servem?
 
Lutero: A vela simboliza a luz que veio ao mundo com o nascimento de Cristo, como lemos no profeta Isaías 9.1: “O povo que andava na escuridão, viu uma forte luz; a luz brilhou sobre os que viviam nas trevas”. Consumindo-se completamente para gerar luz, a vela simboliza a doação em favor da vida. Cristo também se doou em favor de nós na cruz, assim como a vela se doa para iluminar as pessoas que estão na casa.
 
Narrador 2: Nas suas origens, as árvores de natal eram bem simples. Eram enfeitadas somente com velas, conforme vimos na explicação de Lutero e Catharina. Com o passar dos anos, as árvores foram ganhando novas decorações e ficaram cada vez mais sofisticadas.
 
Catharina: Também podemos enfeitar nossa árvore com uma estrela.
 
Filho Joãozinho: Estrela? Conta mais sobre isso mamãe...
 
Catharina: A estrela de Natal tem um papel determinante na história, pois indica o caminho para os magos. Orientados pela estrela, os magos chegaram ao lugar exato onde o menino Jesus e seus pais estavam (Mt 2.2).
A estrela tornou-se o símbolo desse acontecimento maravilhoso naquela noite. A estrela aponta para o local do nascimento do menino Jesus e aponta para a plenitude de vida que representa esta vinda de Deus ao mundo em
Cristo.
 
Filha Madalena: E os outros enfeites, o que significam?
 
Lutero: As bolas coloridas, que adornam o pinheirinho querem significar os frutos daquela árvore viva que é Jesus. Jesus diz em João 15.5: “Eu sou a árvore verdadeira e vocês são os ramos. Quem está unido comigo e eu com ele, esse dá muito fruto, por que sem mim nada podem fazer.” Ou seja, os enfeites coloridos representam a diversidade de dons com que fomos presenteados. Devemos usar os nossos dons para produzir bons frutos de amor, solidariedade e perdão.
 
Filho Martim: Olha como a nossa árvore está ficando bonita! Já está quase pronta. Mas onde estão os presentes?
 
Catharina: Meu filho, antes de se preocupar com os presentes, vamos descobrir quem é o nosso verdadeiro presente no natal?
 
Filha Margarete: sim, mamãe. Queremos saber.
 
Catharina: A ideia de trocar presentes no Natal está relacionada, entre outros motivos, aos magos que trouxeram presentes para o menino Jesus (Mt 2.11). O grande e imerecido presente mesmo é Deus quem nos oferece em Cristo: uma vida abundante e repleta de alegria. A troca de presentes entre as pessoas é uma forma de lembrar que a oferta generosa de Deus em Cristo é para todos. O simbolismo do presente não é que, cada um acumule um monte de presentes ou presenteemos com segundas intenções. O simbolismo do presente é a partilha que permite que pessoas excluídas tenham acesso à vida boa e abundante que Cristo trouxe para todos. Presentear o necessitado é abrir as portas para o Senhor nascer!
 
Lutero: Venham aqui crianças, eu preparei uma surpresa para vocês.
 
Filha Margarete: Eu adoro surpresas papai...
 
(Lutero traz para o centro uma manjedoura) e entram os personagens do presépio: Maria e José se colocam atrás da manjedoura. Entram os anjos cantando (estrofes 1-5 do hino),pastores e magos (entram na estrofe 06). Todos cantam a estrofe 06. As estrofes 07 a 12são cantadas pelas crianças. A estrofe 13 é cantada por todos. Quando cantam as estrofes14 e 15 todos se dão as mãos em volta do presépio. Os acordes deste hino podem serencontrados no site luteranos.
 
1 – Eu venho a vós dos altos céus, / Trazendo anúncio bom de Deus; Da
boa nova hei de cantar, /Quero exaltar e jubilar.
 
2 – Menino lindo vos nasceu, / Maria foi que à luz o deu;
É tão pequeno, terno e bom! /Cantai louvor em claro tom!
 
3 – É Cristo, Deus, nosso Senhor, / Liberta-vos de toda dor;
Vem mesmo para vos salvar / E do pecado vos livrar.
 
4 – Felicidade singular/ O Pai vos soube preparar:
No Reino podereis entrar, / Conosco sempre lá morar.
 
5 – Atentem! este é o sinal: / No cocho, em fraldas, muito mal
Deitado está o que mantém /O céu e a terra, e os sustém.
 
6 – Ó vinde todos jubilar, / Com os pastores adorar
Olhai o que Deus Pai nos deu / O bem-amado Filho seu.
 
7 – Vem, olha bem: que vês ali / Nesta lapinha pobre aqui?
Criança linda, nosso irmão,/ Jesus menino, em quem tu crês. (Jo 20.17).
 
9. ó do universo Criador, / quiseste ser humilde assim; por ser profundo
teu amor,/ baixaste qual menino a mim. (Jo 1.3).
 
10. Se a terra em sua imensidão / só ouro fosse a reluzir, indigno berço,
ainda então, / terias para ali dormir.
 
11 – O teu veludo e sedas são / Fraldinhas, palha em duro chão. São tua
pompa, o reino teu, / Como se fosse o próprio céu.
 
12. Isso fizeste, Rei sem par, / Para a verdade nos mostrar
Que toda glória, bens, poder / Perante ti não têm valor.
 
13. Oh! Vem a mim, meu bom Jesus, / a ti meu coração darei, e,
descansando em tua luz, / de ti jamais me esquecerei.
 
14. Cantando, quero celebrar / teu grande amor num festival. Amor
infindo, amor sem par! / Sublime canto de Natal!
 
15. Eterna glória ao nosso Deus, / que em Cristo tanto nos amou! O santo
coro lá dos céus / gracioso tempo proclamou. (2Co 6.1-2).
 
Narrador 2: Lutero viu uma oportunidade de falar do amor de Deus não apenas por meio dos seus escritos e sermões. Ele compôs vários hinos que são cantados nas igrejas cristãs do mundo todo. São atribuídos a ele 37 hinos, sendo o mais conhecido Ein feste Burg ist unser Gott – traduzido para o português como “Deus é Castelo Forte e Bom”. A obra foi composta em 1529 e é considerado um dos hinos evangélicos mais bonitos e mais significativos de todos os tempos. Outro cântico natalino infantil atribuído a Lutero é “Num berço de palhas dormia Jesus”. Além de compor hinos, Lutero também era um músico e em várias gravuras aparece ele tocando o alaúde, um antigo instrumento de cordas.
 
Narrador 1: Lutero não apenas ensinou “o amor a Deus e o amor ao próximo”. M as o ingrediente fundamental do amor foi vivenciado e fez parte do lar que edificou, na companhia da sua esposa Catarina. Junto à sua família, aos amigos, estudantes e as crianças órfãs que acolhia e hospedava em sua casa, realizavam-se conversas alegres ou sérias, e com muita frequência, sérias e alegres ao mesmo tempo.
 
Narrador 2: Catharina e Lutero viam a sua família, de fato, como bênção de Deus. Percebemos uma família que dialogava, que sentava junto. Percebemos um esposo e esposa que sabiam se respeitar e demonstravam amor um pelo outro. Vemos um pai e uma mãe preocupados com a educação dos seus filhos e filhas. Vemos Lutero e Catharina exercendo a paternidade e a maternidade com disciplina e ensinamentos cristãos.
 
Catharina: (se dirigindo à comunidade)
E a sua família, como vai?
O que pode ser feito para melhorar o relacionamento e a convivência com
os membros da sua família?
O que está faltando nas nossas famílias hoje?
 
Lutero: (se dirigindo à comunidade)
Não podemos substituir a família à qual pertencemos. Mas podemos pedir a Deus para iluminá-la e guiá-la pelo caminho do amor que tudo supera, que tudo suporta, que perdoa e que mantém forte os vínculos do amor. Que Deus nos cubra com o seu manto de proteção e nos abençoe, para que possamos ser uma bênção em nossas famílias.
 
Catharina: Vamos orar por nossas famílias: Vamos todos nos dar as mãos.
Bondoso Deus! Agradecemos-te pela família que nos deste. Que em nossos lares habite a paz, a união, o diálogo e o respeito. Que orientados por ti, maridos e esposas, filhos e filhas, irmãos e irmãs se aceitem e se entendam.
Que encontrem um no outro o apoio, o encorajamento e o consolo nos momentos difíceis. Que busquem não ser uma família perfeita, mas sim uma família feliz, firmada nos ensinamentos que tu nos dás. Dê-nos uma família que sonha, sorri, chora e que brinca junto. Ampara também aquelas pessoas que não tem lar verdadeiro, que sentem o gosto amargo do abandono, da ausência do pai, da mãe, dos irmãos e irmãs. Olha por todos os órfãos, pelas crianças de famílias destruídas pelo alcoolismo, drogas, violência e falta de diálogo. Não permita que tomem este caminho que ceifa a vida com dignidade. Livra-nos dos perigos e do mal. Abençoa e cuida de cada um de nós e de toda a nossa família, assim como uma mãe e um pai ama e cuida dos seus filhos e filhas. Tudo isso e o que ainda permanece silenciado em nossos corações colocamos na oração que Jesus Cristo nos ensinou a orar dizendo: Pai nosso que estás no céu...
 
Lutero: Vamos cantar juntos o hino: Num berço de palhas dormia Jesus.
 
(partitura pode ser encontrada no site luteranos).
 
1. Num berço de palhas dormia Jesus
O meigo menino que veio à luz.
Num rude presépio, de noite, em Belém,
Enquanto as estrelas brilhavam além.
 
2. Acorda o menino o gado a mugir
Mas ele não chora, se põe a sorrir!
Eu Te amo, querido menino gentil:
Vem, guarda também o meu berço infantil.
 
3. Criança, tu foste nascida em Belém:
Por isso às crianças atendes também.
Desejo ter sempre a meu lado, Senhor,
A tua presença tão cheia de amor.
 
FIM.
 
Elaboração: P. Valdeci Foester
Santa Maria de Jetibá, ES. Agosto de 2017.
Adaptação dos textos da Pa. Fernanda Pagung Reincke e P. Erni Reincke, Caderno de
estudos da Reforma do SESB ano 2011 e escritos do P. Dr. Valério Schaper, site luteranos.


Autor(a): Valdeci Foester
Âmbito: IECLB
Área: Celebração / Nível: Celebração - Ano Eclesiástico / Subnível: Celebração - Ano Eclesiástico - Ciclo do Natal
Natureza do Texto: Apresentação
Perfil do Texto: Peça teatral
ID: 45195
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Ser batizado em nome de Deus é ser batizado não por homens, mas pelo próprio Deus.
Martim Lutero
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