História de vida de Alice Paulina Petry Loesch

15/01/2016

Nome: Alice Paulina Petry Loesch

Tempo de participação na IECLB: Desde o Batismo

Comunidade: Evangélica de Confissão Luterana em Rincão dos Ilhéus - Estância Velha - RS

Sínodo: Nordeste Gaúcho

Data nascimento: 13/ 06/1945

Naturalidade: Linha Nova - RS

 



A história aqui registrada é de Alice Paulina Petry Loesch, filha de Nilo Petry e Hilma Bender Petry. Foi batizada em 29/07/1945 em Linha Nova/RS. Alice tem 69 anos de idade. É membro da Igreja Evangélica de Confissão Luterana desde o seu nascimento. Quando criança, participava da escola dominical na Comunidade Evangélica de Confissão Luterana em Linha Nova. Na época, Linha Nova pertencia ao município de São Sebastião do Cai/RS. Frequentou o Ensino Confirmatório e também o grupo de jovens de Linha Nova.

Desde pequena não teve uma vida fácil. Ela conseguiu estudar somente até a 5ª série do ensino fundamental. Seu irmão, Frederico Luiz, era uma pessoa com deficiência. Para os pais poderem trabalhar na roça, ela ficava em casa cuidando do irmão. Aos sete anos, já assumia a responsabilidade de soltar o gado, limpar a estrebaria, dar água para os porcos, tratar as galinhas, deixar milho preparado para dar a refeição aos porcos de noite. Além disso, precisava levar lenha e gravetos para acender o fogo no fogão. Lembra que uma vez se esqueceu dos gravetos e acordou às 5 horas da manhã para buscar. As roupas eram lavadas em um riacho, pois a água da cisterna era usada somente para beber e cozinhar. Com essa experiência de vida, aprendeu muito. Acima de tudo, aprendeu a valorizar a vida e tudo o que se tem.

Alice Paulina Petry Loesch lembra que, na época do Ensino Confirmatório, aprendeu a orar e cantar em alemão. Para fazer a confirmação, tinha que fazer uma prova final. Essa prova era feita durante o culto de domingo. Sua prova foi realizada no dia 8 de dezembro de 1957. A igreja estava cheia. As perguntas foram feitas pelo pastor Daniel Kolfhaus. As respostas deveriam ser bem corretas e os acertos valiam pontos. A bíblia não podia ser consultada. Neste culto também estavam presentes os padrinhos e as madrinhas.

Aos 20 anos, foi morar e trabalhar em Esteio/RS. Seu primeiro emprego foi em uma casa, cuja família possuía uma padaria. Na parte da manhã, ela fazia os trabalhos domésticos e, à tarde, ajudava na padaria. Trabalhando com o público da padaria, conheceu outra família, com a qual, mais tarde, foi morar e trabalhar. Essa família tinha uma malharia. No novo emprego, Alice continuou fazendo os trabalhos domésticos e aprendeu a lidar com as máquinas industriais da malharia. Posteriormente, esta família foi morar em Porto Alegre. Alice permaneceu com a família até o seu casamento.

Alice casou-se no dia 09 de outubro de 1976, com Inácio Loesch, que também era da Comunidade de Linha Nova. O Pastor que oficializou o casamento foi Manfref Acob. Neste mesmo ano, foram morar em Novo Hamburgo, bairro Rincão. O casal tornou-se membro da Comunidade de Rincão dos Ilhéus. Mesmo morando em Novo Hamburgo, ela continuou trabalhando durante dois anos na malharia em Porto Alegre. Mas disse que não foi nada fácil, pois saía de manhã e voltava à noite. Na época, não tinha ônibus que fazia a linha da rodoviária para seu bairro. Em 1978, quando nasceu seu filho Daniel, a família para quem trabalhava lhe deu uma máquina de tricô industrial para poder trabalhar em casa. Mais tarde, trabalhou para uma malharia de Novo Hamburgo, onde permaneceu até 2005.

Como participava ativamente nos cultos, integrantes da OASE lhe convidaram, em 1990, para fazer parte do grupo. Desde o tempo em que ingressou na OASE, ocupou vários cargos na diretoria. Foi tesoureira, presidente (mandato de dois anos e reeleição para mais dois anos: 2003 a 2006) e vice-presidente. Atualmente, ocupa o cargo de vice coordenadora da OASE. Alice considera todo o trabalho da OASE importante. Quando assumiu o cargo de Presidente, todas as senhoras disseram que iriam ajudá-la e apoiá-la nessa função. Um dos momentos difíceis enfrentados durante a gestão foi quando houve vacância no ministério pastoral da Comunidade. Neste período, aprendeu a elaborar e conduzir estudos sem a presença do Pastor. Este exercício lhe proporcionou um maior crescimento na fé. Sobre o grupo de OASE, Alice afirma: “Somos um grupo bem organizado, e deixo as senhoras mais jovens trazer ideias novas, mas se tiver que opinar, eu falo o que penso ser melhor para o grupo, pois nunca é tarde para aprender.”

Atualmente Alice participa em vários grupos dentro da comunidade do Rincão dos Ilhéus: grupo de canto, terceira idade, liturgia, diaconia e OASE. Ela ajuda em tudo que pode. Sente-se bem em ajudar o próximo, conforme o dom que Deus lhe deu. Por diversas vezes, acompanhou o Pastor Edemar Zizemer em visitas para as pessoas doentes da comunidade de Rincão dos Ilhéus, que não podiam mais vir aos cultos.
Alice sempre procurou incentivar sua família a participar da comunidade, levando o filho Daniel e a filha Ellen ao Culto Infantil. Um dos momentos marcantes que a deixou feliz foi quando os dois filhos casaram na Igreja de Confissão Luterana.

Depois do falecimento de sua mãe, em 2000, seu pai foi morar com ela. Durante oito anos Alice cuidou de seu pai. No seu ultimo mês de vida, vivenciaram momentos muito difíceis. Mas sempre colocou toda a preocupação nas mãos de Deus, procurando manter a calma e não desesperar. Ela tem a certeza que Deus estava presente em sua vida naqueles momentos difíceis, assim como durante toda a sua vida.
Sobre a importância da fé, afirma: “Quando temos fé, amor e responsabilidade a vida torna-se mais fácil para seguirmos em frente.”

Em relação a seus sonhos, sua esperança, Alice diz acreditar que um dia o mundo vai melhorar e que as pessoas poderão viver com paz, sem medo.


História de vida coletada e escrita por Eliane Maria Koch


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