Ele saiu para a vida

01/03/2009


A morte de Jesus na cruz é a consequência lógica do seu anúncio do Reino de Deus. Por isso, a morte de Jesus tem de ser entendida no contexto daquilo que foi a vida de Jesus. Desde cedo, Jesus entendeu qual a missão que o Pai lhe confiara: anunciar a Boa Nova aos pobres, sarar os corações feridos, por em liberdade pessoas que sentiam na carne situações de opressão (Lucas 4. 16-21). Jesus andou pela Palestina fazendo o bem e anunciando a possibilidade de um mundo novo, de paz, de liberdade e justiça. Jesus ensinava que Deus era amor e que não excluía ninguém, nem mesmo os pecadores. Jesus ensinava que os doentes – leprosos, paralíticos, os cegos não deviam ser marginalizados, pois não eram amaldiçoados por Deus. Jesus ensinava que os humildes eram os preferidos de Deus e aqueles que tinham o coração mais disponível para acolher o Reino. Jesus exortava os poderosos, de que o egoísmo, a vaidade, a auto-suficiência só podiam conduzir à morte.

Este projeto libertador e salvífico de Jesus entrou em choque com as pessoas poderosas, que não estavam dispostas a renunciar aos mecanismos que lhes asseguravam poder, influência, domínio, privilégios. Este projeto entrou em choque com pessoas que não queriam desinstalar-se e aceitar a conversão proposta por Jesus. Por isso, prenderam Jesus e o mataram com violência. Crucificaram-no numa cruz. Naquela sexta-feira santa, as trevas cobriram a terra. O Filho de Deus, que tanto tinha feito pelas pessoas, foi pendurado vivo numa cruz. Na frente do túmulo, uma grande pedra. Parecia o fim de tudo. Tristeza, luto, lágrimas tomaram conta de muitas pessoas. Toda esperança parecia-lhes desaparecer.

Mas Deus transforma aquele ato de extrema violência em esperança e vida. A própria morte ficou no ridículo. Afinal, Jesus saiu da sepultura. Alegre, Maria Madalena anunciou: Eu vi o Senhor. Maria Madalena viu-o vestido de jardineiro (João 20.15). Foi a Emaús como caminheiro em companhia de outros dois (Lucas 24.13-35). Páscoa é o acontecimento mais surpreendente que existe. A cruz vazia, a pedra removida, o túmulo vazio. O crucificado vive! O impossível acontece. Deus vence o poder da cruz e da morte. A esperança renasce qual broto.

Vivemos e alimentamos a esperança, sempre renovada, da vida que não sucumbe ante os sinais da morte. Sabemos que o sofrimento, a dor e a miséria não mais estão com a última palavra, desde que o sepulcro de Cristo foi encontrado vazio. Este é o milagre do Deus da Páscoa que quer a vida. Deus é amor na sua totalidade. E quando o amor de Deus nos invade e nos conquista, aí ele gera vida nova e introduz na nossa carne os dinamismos da ressurreição. E aí nós passamos a viver altaneiramente, confiante, de olho erguido, olhando com confiança para frente, colocando sinais de vida através de nossas ações. O cristianismo é a única religião do mundo que celebra Natal e Páscoa: o Deus que vem a nós, que se reconcilia conosco e que diz sim à vida. Que beleza! Que coisa linda!

Uma feliz e abençoada Páscoa a todos e todas vocês.

P. Ari Knebelkamp
Par. da Paz


Autor(a): CEJ - Comunidade Evangélica de Joinville - UP
Âmbito: IECLB
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 7912
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Que todo o meu ser louve o Senhor e que eu não esqueça nenhuma de suas bênçãos!
Salmo 103.2
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