ELE PRECISAVA DE MIM

19/03/2014

No quarto do hospital, a dedicada enfermeira, sobrecarregada com tantos pacientes a atender, viu um jovem entrar, inclinou-se sobre o paciente idoso em estado grave e disse-lhe em voz alta: Seu filho está aqui.
Com grande esforço, o velho moribundo abriu os olhos e, a seguir, fechou-os outra vez.
O jovem apertou a mão envelhecida do enfermo e sentou-se ao lado da cama. Por toda a noite, ficou sentado ali, segurando a mão e sussurrando palavras de conforto ao velho homem que veio a falecer ao amanhecer com uma expressão de paz no rosto sulcado pelo tempo.
Em instantes, a equipe de funcionários do hospital foi ao quarto para desligar as máquinas e remover as agulhas. A enfermeira aproximou-se do jovem e começou a lhe dizer palavras de conforto, mas ele a interrompeu com uma pergunta: Quem era esse homem?
Assustada, a enfermeira respondeu: Eu achei que fosse seu pai!
Não. Não era meu pai, falou o jovem. Eu nunca o havia visto antes.
Então, porque você não falou nada quando o anunciei para ele?
Eu percebi que ele precisava do filho e o filho não estava aqui. E como ele estava por demais doente para reconhecer que eu não era seu filho, resolvi segurar a sua mão para que se sentisse amparado. Senti que ele precisava de mim.
Nesses dias em que as pessoas caminham apressadas, sempre com muitos problemas esperando solução, não têm tempo sequer para ouvir o desabafo de um coração aflito, um jovem teve olhos de ver e ouvidos de ouvir o apelo mudo de um pai no leito de dor.
É tão triste viver na solidão... É tão triste não ter com quem contar...
Nesta época da quaresma e sempre, faça uma visita a alguém que precisa de apoio. Ofereça-se para lhe fazer companhia, ainda que por alguns minutos. Fique em silêncio ao seu lado para ouvir o que só os ouvidos do coração conseguem captar.
Seja uma presença amiga, sincera, que proporcione segurança.
Há tantos enfermos solitários precisando de um gesto qualquer de afeto para sentir que viver ainda vale a pena. Às vezes estão bem próximos da gente.
Podemos não conseguir eliminar os sofrimentos, mas diminuí-los, com certeza.
Pense nisso e procure ser a companhia de alguém que precisa de você neste exato momento, pois, “ninguém deve se afligir sozinho ou chorar sozinho; rir sozinho ou celebrar sozinho”.
Fique com a graça e a benção de Deus. Amém.

Paróquia Evangélica de Erval Seco
 


Autor(a): Diácono Dirceu Quinot
Âmbito: IECLB / Sinodo: Uruguai
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 27338
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Martim Lutero
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