“Então vi um novo céu e uma nova terra. Ouvi uma voz que vinha do trono, a qual disse: agora a morada de Deus está entre os seres humanos. Ele enxugará dos olhos deles todas as lágrimas. Não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor. As coisas velhas já passaram” (Apocalipse 21, 1- 4).
No Dia dos Finados os pensamentos estão focados no espaço de terra que abriga entes queridos; a paisagem lembra morte. Sepulturas silenciam; quem sabe sejamos tentados a perguntar a quem nelas se encontra: Como estás? Onde estás? Estás bem? Tu me escutas?
Quando caminho em noite escura e olho as estrelas brilhando na vastidão do firmamento, sinto-me motivado a perguntar: Quem sou eu? Quem sou eu, ó Criador, que pensas em mim? Quando estou vagando pelos cemitérios e faço uma parada diante de alguns metros quadrados de terra que abriga o corpo de uma pessoa querida, também tenho vontade de perguntar: Quem sou eu, ser humano mortal, que tu ó Deus onipotente, te lembras de mim e me abraças com o abraço da paz? Em meio a esse emaranhado de perguntas a Palavra de Deus desenha uma paisagem nova; é Boa Notícia que contrasta com a realidade da morte. Face à vitória de Cristo sobre a morte, na Páscoa, o apóstolo Paulo questiona: “Onde está, ó morte a tua vitória, onde está ó morte o teu poder de ferir”? E o visionário João, na ilha de Patmos, traz o anúncio de Deus: eis que faço tudo novo! É a promessa de Deus, cujo efeito ninguém pode barrar. A promessa vem de Deus, ela foge às convicções humanas, porque “vem do céu”. Quando o Evangelho anuncia esperança, então parte da convicção de ser “esperança verdadeira”. Entre o céu de Deus e a realidade humana existe uma enorme distância. Na cruz e na ressurreição de Cristo Deus venceu essa distância. João, o autor do texto do Apocalipse fala de “coisas que ninguém viu ou ouviu”. Chegará o novo tempo, onde a realidade da dor e da morte, da saudade e do sofrimento será superada. É esperança que devolve a alegria de viver! É fonte de consolo!
