Alfredo era um bom cidadão e também um fiel cristão. Os anos foram passando. Agora idoso apenas curtia a vida de aposentado, que era bem regrada. Antes da quarentena, ele tinha por hábito, todos os dias ao entardecer, sentar-se na praça para observar o movimento. Naquele sábado ensolarado à tarde, resolveu dar uma escapada de casa. De máscara no rosto, ele foi à praça para observar as pessoas cruzando à sua frente. Uns mais apressados, outros de olho nas vitrines, trabalhadores, donas de casa, gente chique, de todos os tipos. Havia também pessoas sozinhas e os casais de namorados. Aliás, as pessoas que caminhavam lado a lado sempre chamavam a sua atenção. Mesmo sem querer, alguns seguiam numa mesma “pernada”. Olhando pela lateral, Alfredo percebia que as pernas seguiam num mesmo ritmo: Direita, esquerda, direita, esquerda... Aquele fato sempre lhe servia de lição: Apesar das diferenças entre as pessoas, elas conseguiam caminhar juntas, lado-a-lado, num mesmo ritmo e rumo. Alfredo era por natureza um sujeito pacífico. Ele sempre buscou o entendimento. Refletia constantemente: Como seria salutar se todos os brasileiros, não importando suas diferenças teológicas ou políticas, aprendessem a seguir num mesmo rumo e ritmo. O testemunho cristão ficaria muito mais evidente àqueles que ainda não entenderam o Evangelho. Jesus orou pedindo que “os seus amigos sejam aperfeiçoados na unidade para que o mundo conheça o amor do Pai” (João 17.23).