É na comunidade que ficamos bem!

05/07/2016

Quando alguém está doente e é curado, deveria sempre ter alegria dos outros como reação, seja a doença psíquica ou orgânica. O que chama atenção é que nem sempre isto ocorre. Tem doenças que podem estar prestando um serviço doentio, seja ao paciente, seja ao grupo ao redor dele.

Na medicina é conhecida a Síndrome de Münchhausen onde uma doença é inventada ou provocada pela própria pessoa ou por pessoas próximas a ela. A doença neste caso serve para conseguir mais atenção e reconhecimento. Estes são casos bem graves.

Conhecemos isto talvez de famílias ou de grupos onde é notável que alguém é tratado como doente e incapaz o que faz com que os membros da família ou do grupo sentem-se menos mal, menos incapaz. Se esta pessoa de repente resolve melhorar, pode acontecer que isto não é visto com bons olhos, por incrível que pareça.

Em Lucas 8,26-39 encontramos uma história bíblica sobre este assunto. Aqui Jesus cura um homem de uma doença psíquica grave. Não sabemos que doença é esta. Naquele tempo este tipo de enfermidade recebia o título demônio. Pode ser que o homem já melhora só pelo acolhimento de Jesus.

Problemas de saúde mental são estigmatizados até hoje. Falamos sem problemas dos dodóis do corpo a vamos ao médico. Mas quando ataca aquela loucura básica ficamos em silêncio e recorremos a tudo primeiro, menos ao médico especializado. Admitir que está se tratando com um psiquiatra iguala-se a uma confissão de pecado, e transforma facilmente a pessoa em alguém que não é considerado de confiança. Porque, hein??

Mais facilmente pessoas recorrem a remédios de tarja preta as escondidas, inflando a corrupção no setor farmacêutico e pondo a saúde em risco. Para quem não consegue acesso nem a isto, resta ainda a igreja do espetáculo onde pessoas com problemas de saúde mental são expostas na frente quase todos os dias.

Enxergamos na postura de Jesus o diferencial que leva a cura: É preciso acolhimento pessoal da pessoa doente. A comunidade cristã vem a ser um ambiente privilegiado que por si só já é terapêutico porque acolhe, protege e não julga.

O melhor ambiente não é a grande exposição da pessoa no culto. Esta serviria mais para a projeção publicitária da igreja, mas prejudica a pessoa que é usada para este fim. Jesus prefere o ambiente íntimo ou de pequeno grupo para criar situações terapêuticas.

De qualquer forma as pessoas da cidade não ficam contentes ao presenciar o homem curado e sensato. Pelo contrário, eles ficam apavorados e pedem Jesus para ir embora. Desconhecemos as exatas razões para esta estranha reação. Mas podemos suspeitar de relações altamente tóxicas naquele lugar.

E nós? É desconhecido, este fenômeno? Ou já o observamos em grupos, comunidade ou famílias? Ou na sociedade. Lá, pelo menos, dá para observar que nem sempre todos se alegram quando pessoas saem da doença, da miséria, da calamidade. As vezes o status da alguns depende do mal-estar de outros.

A bíblia chama isto de pecado e oferece a fé em Cristo que é a única força que nós confere status sem precisar de comparações doentias, pois ele nos liberta para a liberdade das filhas e dos filhos de Deus!


Autor(a): P. Guilherme Nordmann
Âmbito: IECLB / Sinodo: Sudeste / Paróquia: Santos (SP)
Testamento: Novo / Livro: Lucas / Capitulo: 8 / Versículo Inicial: 26 / Versículo Final: 39
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 38569
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