E a paz se faz...

Artigo

01/07/2003

Nunca na história o clamor pela paz foi tão intenso como recentemente face a guerra no Iraque... Milhões de pessoas em todos os continentes saíram às ruas, clamando por paz... As Igrejas locais e também em grandes manifestações ecumênicas celebraram e oraram pela paz. Renovou-se, em sua diversidade, o sonho pela paz. A paz é uma busca permanente! Ainda é uma utopia! A paz é uma busca ética de todo movimento ecumênico, profundamente engajado pelo cuidado da vida.

Nas esquinas de nosso cotidiano, nos países e nos povos dominados, a gente se depara bem mais, com o contrário da paz. Diariamente, ouvimos, presenciamos e até somos vítimas da violência e da guerra. Muitos são os sinais desta falta de paz em nosso mundo: jovens drogados, gangues disputando espaços nos bairros, corrupções, fome, desemprego, migração, prostituição... Quando nos deparamos com a nossa realidade nua e crua, então, a paz vira um sonho. Resulta em coisa fora do normal. Quando a experimentamos, parece surpresa, fantasia, poesia... A vida parece brotar novamente entre as pessoas!

Como é bom sonhar! Até é preciso sonhar! Dizem que quem não sonha, não vive. Na Bíblia, temos belos sonhos. O profeta Isaías chega a prometer paz sem fim (Isaías 9.7). Ele continua, dizendo que virão dias, em que as criancinhas brincarão com as serpentes, em que o lobo habitará como cordeiro (lsaias 11.6). Então, já não haverá crianças para viver poucos dias (Isaias 65.20). Inclusive, o salmista 85.10 em sua oração poética nos diz: Encontraram-se a graça e a verdade, a justiça e a paz se beijaram.

Estes e tantos outros são sonhos bons. Eles reacendem a fé, a esperança e a confiança em Deus. Sem eles a vida fica curta, seca e sem espaços. Desaparecem os horizontes e a esperança se esvai. Mas urge sermos práticos. Aliás, é preciso ser muito prático. Ninguém pode viver só de sonhos. Viveria dormindo! Também é preciso ir fazendo. A paz se faz... E há muitos jeitos de fazê-la. aí na nossa vida, dia após dia.

Nesses dias de clima de guerra, muitos jovens se sentiram impelidos aos brinquedos de guerra. Em seus jogos, querem imitar os grandes, fazendo, nas suas brincadeiras, suas guerrinhas! É preciso dialogar sobre isso com os jovens e as crianças, nas comunidades e na Igreja toda. Porque não é brincando de guerra que vamos promover a paz. É necessário se empenhar numa educação pela paz!

Cada um para si! Isso também é uma forma de guerra. Nesse mundo de incertezas e de desemprego que programaram em cima de todos nós, não basta que cada qual queira só cuidar de si. Também isso é preciso. Mas é necessário sermos solidários entre nós, nessa crise, nesse desemprego.... do contrário, não há jeito! É preciso que nos juntemos e convivamos ecumenicamente. Porque só a união traz solução! É preciso ampliar a visão e aprofundar a ação. Todos temos que cuidar da criação. Sim, a paz se faz! Isso de cada um ficar para si é uma forma de guerra

Firmado nas promessas de Deus Criador, no seu Filho Jesus Cristo, que diz: Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou (Jo 14.27). Desejo a bênção da Paz!

Carlos Luiz Ulrich
pastor da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB)
em Jaraguá do Sul - SC
Diocese Informa - 07/2003
 


Autor(a): Carlos Luiz Ulrich
Âmbito: IECLB / Sinodo: Norte Catarinense
Área: Missão / Nível: Missão - Sociedade
Natureza do Texto: Artigo
ID: 8687
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