O Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos e a Federação Luterana Mundial vão apresentar nos próximos meses um documento conjunto para assinalar 50 anos de diálogo ecumênico, na sequência do Concílio Vaticano II.
De acordo com o serviço informativo da Santa Sé, o trabalho tem como título “Alegria partilhada pelo Evangelho, confissão dos pecados cometidos contra a unidade e testemunho comum para no mundo de hoje” e vai incluir “textos e subsídios para uma oração ecumênica comum”.
A iniciativa está inserida na celebração dos 500 anos da Reforma Protestante, marcada também para 2017, e que está a ser preparada em estreita colaboração por luteranos e católicos.
O Vaticano salienta que nos últimos cinquenta anos foram realizados “grandes esforços” no sentido de “relacionar a teologia dos reformadores às decisões do Concílio de Trento e do Vaticano II, avaliando se as respetivas posições se excluem ou se completam mutuamente”.
Em 2013, a Comissão Internacional de Diálogo Luterano-católica pela Unidade publicou um documento intitulado “Do conflito à Comunhão – Para uma comemoração comum da Reforma em 2017”.
Nesse texto, apresentado em junho último, o organismo descreve detalhadamente o significado de uma celebração ecumênica da Reforma, “dedica dois capítulos à apresentação dos eventos da Reforma, resume a teologia de Martinho Lutero e ilustra as resoluções do Concílio de Trento”.
“A conclusão do documento”, sublinha ainda a Santa Sé, “apresenta um resumo das principais decisões comuns da Comissão de Diálogo Luterano-católico em 1967, particularmente sobre a justificação, a Eucaristia, as Escrituras e a Tradição”.
O objetivo é convidar os cristãos a olharem para a relação com os luteranos “com espirito aberto mas também crítico, para se avançar ainda mais no caminho da plena e visível unidade da Igreja”.
A comemoração da Reforma Protestante, dentro de três anos, vai ser “realizada pela primeira vez, numa época ecumênica, muito diferente do período em que ela foi implementada”, em 1517.
“Assim, católicos e luteranos não pretendem festejar a divisão da Igreja, mas sim, trazer à memória o pensamento teológico e os acontecimentos relacionados à Reforma”, realça o Vaticano.
Fonte: Agência Ecclesia
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