Ao passear pelo céu, a pequena nuvem observou que certo menino chorava. Então, perguntou: O que é que houve com ele? Ele está triste, pois perdeu o avô! Disse o Senhor. Assim, a nuvem também se entristeceu. Com pouco esforço, ela escureceu uma de suas pontas, lançando minúsculas gotas sobre o nariz do menino, que imediatamente olhou para cima. Em seguida, com a ajuda do vento, a nuvem formou o desenho de um cão. Depois, de um avião. Ao perceber as mudanças repentinas no céu, o menino começou a rir. Logo mais, já havia um pequeno grupo de meninos, os quais começaram a decifrar as imagens estampadas no infinito. Por fim, a nuvem tomou a forma de um coração. Na imensidão azulada, havia um enorme coração branco. Naquele momento, o menino compreendeu que havia alguém que o amava muito, que agora estava junto ao Senhor no céu. Olhando para o lado, percebeu também que não estava só, pois Deus tinha colocado ao seu lado muitos amigos. Não há como negar que, por vezes, a nossa vida se escurece. Diante da morte, violência e solidão, até podemos ficar cabisbaixos e presos às tristezas deste mundo. Contudo, sempre de novo somos desafiados a voltar os nossos olhos ao céu. Como diz o Salmista: Elevo os meus olhos para os céus donde vem o meu socorro” (Salmo 121.1).
De 1974, “Soleado”. Aqui como “A Música do Céu” com Padre Ezequiel.
