Diversos Tempos da Vida: Quatro Estações

Caderno de Estudos para Mulheres/OASE

04/03/2014

ENCONTRO nº__ Dia __/__/____
Departamento de Mulheres/OASE do Sínodo da Amazônia
Pª Sandra Helena Franzlau
Paróquia Evangélica de Marechal Cândido Rondon - PR

Dinâmica
Colocar no centro do círculo diversas frases que falam sobre o tempo e se possível confeccionar um relógio gigante caracterizando as quatro estações do ano em cada quarto de hora.
Sugestão de frases:
Não tenho tempo.
O tempo voa.
O tempo se arrasta.
O tempo cura todas as feridas.
O tempo nos dirá o quer fazer.
Tudo tem seu tempo determinado e há tempo pra todo o propósito debaixo do céu.
(Iniciar a reflexão conversando sobre estas e possivelmente outras frases.)

O tempo nos questiona. Coloca-nos perguntas que muitas vezes não conseguimos responder. O tempo nos desafia a olhar a nossa vida sob novas perspectivas. O tempo nos coloca em movimento, é precisa caminhar, buscar, vivenciar “os tempos preciosos” que recebemos da mão de Deus.
Deus em sua infinita sabedoria fez a vida um contínuo processo de vai e vem. De forma poética isso nos é dito no capítulo 3 do livro de Eclesiastes. Tudo tem o seu tempo determinado, tempo de nascer e tempo de morrer, tempo de plantar e tempo de arrancar. Na milenar sabedoria bíblica vemos o reflexo do nosso próprio tempo, da nossa própria vida.
Os “tempos” da vida vão se sucedendo numa seqüência natural. Não há mal sem fim, e não há alegria que não acabe. O limite dos tempos liga o fim de um ao início do outro. A vida se faz nessa sucessão de tempos. Tempos determinados pelo nascer e o morrer.
O tempo não pára. O relógio, o calendário, o sol, o ciclo da lua nos lembram que a vida se faz e refaz trazendo novos desafios e novas possibilidades.
Como eu vivo e reajo aos diversos tempos que me são presenteados por Deus? De que maneira eu experimento o tempo de plantar? Como vivencio o tempo de prantear?
O tempo passa... Passa rapidamente na companhia de boas amigas, ou na experiência de uma tarefa interessante.
O tempo escapa... Quando criança temos a impressão que o tempo é infinito e que o temos infinitamente, mas logo percebemos que não conseguimos segura-lo. É como areia em meio aos dedos.
O tempo pára... Na experiência da paixão e da dor.
O relógio mecânico e incansável nos mostra que o tempo poder ser cruel e nos tornar escravas dos minutos. O tic-tac das horas nos engessa de tal forma que perdemos a oportunidade de experimentar o tempo da vida que não é possível ser medido sob milésimos de segundo.
A criação maravilhosa de Deus nos mostra que o tempo da vida se refaz a cada nova situação, a cada nova experiência com as pessoas ao nosso redor e com o próprio Deus. As quatro estações do ano, primavera, verão, outono e inverno, nos mostram que Deus marcou o tempo certo para cada situação, para cada ocasião.
Primavera é o tempo da explosão das cores, do verde, da vida. A natureza se renova, se regenera. É tempo de renascimento! É assim também em nossa vida, na primavera da vida experimentamos a alegria, damos lugar a transformação, nos abrimos a novos desafios, deixamos nossos dons florescerem e produzir boas sementes para posteriormente serem semeadas e germinarem. Usando as palavras do sábio do livro de Eclesiastes é o tempo de nascer, de curar, de saltar de alegria, de edificar. É viver intensamente os momentos de comunhão e de transformação. No hemisfério norte a primavera é o tempo da Páscoa, ou seja, tempo da vida nova que nos é dada por Deus através de Cristo.
No verão não é muito diferente, a luz do sol brilha intensamente, o calor aquece aos corações. É tempo de luz. O verão da vida é marcado pela caminhada da luz, as trevas são dissipadas e com muita clareza enxergamos o caminho a seguir. Tempo novo de nascimento. O verão é marcado pelo nascimento do Deus menino. É tempo de lançar das sementes no solo... Tempo de plantar. Plantar sem se preocupar com a colheita. Tempo de buscar novas possibilidades. Tempo de anunciar a paz e a reconciliação. Tempo de tranqüilidade.
Mas ‘os tempos’ não são só cores e flores.
O outono anuncia a despedida do verão. É tempo de transição. E para que a transição aconteça é necessário entrega, é necessário doação. Observando as árvores vemos as suas folhas caindo, se entregando ao chão, à podridão, para que assim novas possam nascer. Na vida é tempo de abrir mão de sonhos frustrados, de lutas perdidas e tempo de se engajar em novas fontes. Sonhar novos horizontes. Abrir novas janelas. É tempo de hibernação. Pois logo chega o inverno... Tempo de recolhimento.
Inverno tempo de frio. O cinza ocupa o lugar das cores e das flores. No tempo da vida é tempo de morrer e perder. Tempo de prantear, sofrer... Tempo de rasgar e calar. Tempo de lágrimas.
As estações do ano nos mostram que dias de luz e de trevas estão presente no tempo da vida. O tempo não é estanque. Nada dura para sempre. O tempo passa. O tempo pára. O tempo escapa. Mas em cada destas estações a certeza da presença constante de Deus. A certeza plena, que chega pela fé, que nas cores das flores Deus planta, cultiva, edifica com seu Santo Espírito as sementes lançadas. A certeza plena que no cinza do sofrimento e das trevas o abraço misericordioso do Deus da vida.
Em Eclesiastes o que nos é dito de forma poética, é que Deus é o Senhor do tempo. Nesta seqüência dos tempos da vida, as pessoas não podem interferir. Deus determina, ele decide e assim acontece. O que Ele dá é a compreensão, a consciência do que está acontecendo. O Senhor dos tempos dá às pessoas a capacidade de decidir como vão viver os tempos que ele vai distribuindo e organizando para cada uma. Ele capacita as pessoas a compreender, aceitar e superar, se for necessário, aquilo aconteceu pelo nascimento ou pela morte.
Os tempos se renovam. A cada ano, tudo aquilo que parecia morte e sem vida, volta a florir, brotar e brilhar. O sol passa a ter outro brilho, a noite traz uma brisa agradável. A vida é um processo contínuo. Assim não ficamos no inverno, não paralisamos no luto, não choramos eternamente pelo mesmo motivo. As quatro estações, dia e noite, chuva e sol nos ensinam o ritmo do tempo da vida. É preciso reaprender com a natureza que Deus criou deixar o sol brilhar, o verde nascer. É necessário impedir que o inverno congele o renascimento do novo em nós. É preciso sempre de novo nos abastecermos da esperança que renasce com a primavera, semear pequenas e grandes sementes de vida para nós e para toda a criação de Deus. É preciso cuidar do projeto que Deus entregou a nós. E cuidando estaremos semeando coisas boas que brotam sempre de novo na nossa vida e na vida das outras pessoas. É necessário permitir que Deus intervenha em todos os tempos da nossa vida. Pois nas estações do ano, nas estações da vida vivemos e renovamos a vida com suas marcas. Em cada tempo somos chamados a buscar a comunhão e presença constante de Deus.

Para refletir:
Como nós recebemos a afirmação de que tudo tem seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu?
Como mulheres, da OASE, o temos plantado e edificado na realidade onde estamos inseridas?
Quais os desafios que o tempo atual nos tem colocado? Olhando para a vida da nossa comunidade e da nossa sociedade que tempo estamos vivendo?

Sugestão de canto: 431(HPDII) Sabor e brilho

Bênção
Que a bênção de Deus te renove e regenere no tempo colorido e alegre da primavera.
Que a bênção de Deus te alegre e te ilumine no tempo quente do verão.
Que a bênção de Deus te transforme e te faça sonhar no tempo ameno do outono.
Que a bênção de Deus te faça renascer no tempo frio do inverno.
Que assim te abençoe o Deus da vida e do tempo. Amém.
 


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Autor(a): Pª Sandra Helena Franzlau
Âmbito: IECLB / Sinodo: Amazônia
Título da publicação: Caderno de Estudos para Mulheres/OASE 2014-2015 / Ano: 2014
Natureza do Texto: Educação
Perfil do Texto: Estudo
ID: 27065
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Quando eu sofro, eu não sofro sozinho. Comigo sofrem Cristo e todos os cristãos. Assim, outros carregam a minha carga e a sua força é também a minha força.
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