Diaconia e a promoção da justiça - Dia Nacional da Diaconia - 05 de maio de 2019

Liturgia

29/04/2019

 

Diaconia e a promoção da justiça

Dia Nacional da Diaconia

05 de maio de 2019

(Para descarregar a celebração e/ou ler digitalmente, vá até o final da página.)

Saudação

Com este culto celebramos o Dia Nacional da Diaconia. Este dia foi criado com o objetivo de dar oportunidade às comunidades luteranas de refletir sobre temas importantes da diaconia. Neste ano, o tema é “diaconia e promoção da justiça”. No contexto de desigualdade social, de intolerância e violência em que vivemos, como lidar com a questão da justiça? Sobre esse tema queremos refletir neste culto.

O Dia Nacional da Diaconia tem data fixa, sendo sempre comemorado no 3º Domingo da Páscoa, que também tem o nome de “Misericordias Domini” = a misericórdia do Senhor.

Existe ainda uma outra data enfocando a diaconia, que se repete mensalmente: é o dia 26 de cada mês, que chamamos de “Dia Mundial de Oração pela Diaconia”. Uma proposta de oração vem da organização mundial da DIAKONIA, da qual a nossa Igreja também faz parte.

Acolhida

Celebramos este culto em nome do Trino Deus: Pai, Filho e Espírito Santo.

O Deus que invocamos é compassivo e justo. Sua graça, seu amor e sua justiça brilham como a luz do sol. É deste sol que fala o hino do qual queremos cantar (ou ler) as estrofes 1,3,4, 6 e 7.

C. (HPD I, nº 92, ou Livro de Canto/LC nº 493):

Sol da graça, luz do amor, da justiça o resplendor, vem ao povo teu raiar, toda a terra iluminar, ó vem Senhor!

Vê a desunião, Senhor! Tua grei, ó Bom Pastor, separada, em dispersão, só em ti terá união! Ó vem Senhor!

Eis os povos, a clamar, por teu Reino a esperar; toda a terra em trevas jaz, aguar- dando a tua paz. Ó vem, Senhor!

Tua luz nos faze ver; que sintamos teu poder! Faze-nos em fé lutar, o inimigo derrotar! Ó vem, Senhor!

Toda a santa multidão rende glória e adoração. Ao triuno e eterno Deus dão louvor a terra e os céus: Amém, Senhor!

Confissão

Bondoso e misericordioso Deus. Queremos que haja justiça no mundo: entre os povos, na convivência das pessoas. Mas, ao olhar para mim mesma, devo confessar que também não consigo ser uma pessoa justa em pensamentos, palavras e ações. Perdoa-nos e ilumina com tua luz nossos corações para reconhecermos onde devemos e podemos mudar. Por tua graça. Amém.

C. Ó Deus, teu mar é tão vasto e tão pequeno meu barco. Tem misericórdia de mim. (LC nº 201)

Palavra da graça

“Compassivo e justo é o Senhor; o nosso Deus é misericordioso”. Sl 116.5

Um hino que expressa bem a esperança por um mundo mais justo é o de nº 522 do LC (Se o texto não está disponível para a comunidade, uma pessoa, ou um pequeno grupo de pessoas poderá cantar as estrofes e a comunidade o estribilho):

C. “Um pouco além do presente, alegre o futuro anuncia”.

Pregação

Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. Mt. 5.6

O ser humano nasce com um forte senso de justiça. Isto se mostra desde a infância, quando os filhos querem que todos recebam a mesma atenção dos pais. Na escola, o professor deve ser justo quando dá as notas. Na comunidade, cada membro deve pagar o mesmo valor da contribuição. Aliás, é justo isso? Não deveriam as pessoas que têm maior poder aquisitivo pagar uma contribuição maior? – Pensando assim, há paróquias que instituíram a contribuição espontânea, segundo a qual cada membro avalia o quanto pode pagar.

Queremos igualdade de direitos e oportunidades. E aí nos revoltamos quando vemos as enormes desigualdades na sociedade e no mundo, resultado da lei do mais forte, que permite que uns dominem sobre os outros, valendo-se de todos os privilégios, sem se importar com as carências dos seus semelhantes.
Mas não é só a desigualdade que incomoda. Existe uma insensibilidade humana que leva à brutalidade e à violação dos direitos e da dignidade do próximo.

Exemplos para estas situações não faltam.

O que fazer diante deste quadro de injustiças? Jesus diz que as pessoas que têm fome e sede de justiça são bem-aventuradas, porque serão saciadas.
Isto significa que Deus se importa com quem sofre injustiças e está pronto para intervir. Mas é certo que Deus não age necessariamente da forma como nós imaginamos.

No tempo em que Jesus viveu sobre a terra, esperava-se o Messias como alguém que iria agir com poder, destronando os poderosos e, assim, estabelecendo a paz, o “shalom”. Talvez os discípulos de Jesus também não podiam imaginar que o Reino de Deus se estabelecesse de outra forma do que pela força. O evangelista Lucas conta uma história interessante (Lc 9.54 s): Os discípulos Tiago e João se decepcionaram com os samaritanos numa aldeia, porque estes lhes negaram a pousada. Quando relataram isto a Jesus, perguntaram: “O senhor quer que mandemos descer fogo do céu para os consumir”? Jesus repreendeu seus discípulos, por pensarem assim.

Deus se revela na Bíblia como o justo e também como aquele que quer justiça. Mas a sua justiça está vinculada à compaixão. É como lemos no Salmo 116.5: “Compassivo e justo é o Senhor; o nosso Deus é misericordioso”. A vontade de Deus é a salvação dahumanidade e a sua justiça consiste em continuar fiel a este propósito, apesar do pecado humano. Sua justiça se revela de forma mais clara em Jesus Cristo.

Há alguns anos, Irmã Hildegart Hertel, já falecida, desafiou as suas colegas Irmãs a anotarem uma vez como Deus as chamou para o caminho da Irmandade e da diaconia. O que surpreende nestes depoimentos é ver como Deus agiu na vida de cada uma, de forma diferente, mas colocando em todas o desejo: Quero servir ao Senhor.

Em muitos casos, as jovens nem conheciam irmãs e também não podiam imaginar como seria sua vida como irmã diaconisa. Mas sabiam que servir a Jesus Cristo seria dispor-se a cuidar de quem precisa ser ajudado. Concretamente escreveram: “Quero cuidar de doentes”, “quero fazer algo em favor dos ‘fracos’”; “Quero trabalhar para o Reino de Deus, estando ao lado do meu próximo, caminhando com ele”. A motivação para o serviço não fora a mesma. Uma tinha observado no ancionato vizinho as carências físicas, afetivas e financeiras dos idosos. Uma outra tinha na sua vizinhança crianças com paralisia muscular. E mais uma outra tinha sido informada de que no Brasil só existia 1 enfermeira para cada 20 mil pessoas.

Servir a Jesus seria, então, ficar atenta/o àquilo que a pessoa reconhece como vontade de Deus. Em Mateus 25 lemos que Jesus deu exemplos de serviço: dar de comer ao que tem forme, dar de beber ao que tem sede, vestir o nu, visitar o enfermo e o preso, hospedar o forasteiro. E concluiu: “Em verdade lhes digo que, sempre que o fizeram a um destes meus pequeninos irmãos, foi a mim que o fizeram”. Jesus dá a entender que pequenos gestos têm o seu grande valor. Mas ele também pode nos motivar a apoiar projetos maiores que resultam em justiça para um maior número de pessoas. Mas observemos bem: Jesus exclui a vingança como meio para fazer justiça (ver Mt 5.38-42).

A missão de Jesus foi servir, e, por isso, a missão de quem quer seguir a Jesus também será servir. É como Jesus mesmo afirmou: “Quem quiser tornar-se grande entre vocês, que se coloque a serviço dos outros (...), tal como o Filho do Homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos”(Mt 20.28).

Se nossos gestos de diaconia nos parecerem pequenos e insignificantes, Deus saberá multiplicá-los, para aumentar a justiça no mundo.

Queremos um mundo mais justo. Ele vai se tornar mais justo, quando cada seguidor, cada seguidora de Jesus cumprir a sua missão, de acordo com o chamado de Deus. Isto não quer dizer que Deus não possa também usar outras formas de fazer justiça, independentes da ação humana. O seu reino de justiça virá da forma como ele quer e também quando ele quer. Nós pedimos: Venha a nós o teu reino, Senhor. Amém.

Dinâmica

Alguém conta um exemplo de tratamento injusto e todos refletem sobre o que fazer.


Oração de intercessão

(Poderíamos usar as palavras do hino 207 do LC // HPD I nº 287, como segue:)

Ó Deus onipotente, a tua mão clemente governe nosso lar!
A pátria estremecida, a Igreja em ti unida benigno queiras amparar!

Dá mestres abençoados e ouvintes dedicados, que cumpram tua lei! Pastores dá que, crentes, fiéis e obedientes, conduzam bem a tua grei.
Justiça e fieldade, amor e honestidade governem a nação!
Ao crente verdadeiro e a todo fiel obreiro concede tua orientação!

Humildes suplicamos, as almas elevamos à tua santa luz.
Confiamos, Pai amado, em teu amor sagrado. Amém, em nome de Jesus.

Oração do Pai Nosso

Bênção

“O Senhor te abençoe e te guarde; o Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti. O Senhor levante o seu rosto sobre ti e te dê a paz”. Nm 6. 24-26

Hino final

“Jesus Cristo é Rei e Senhor” (HPD I nº 95 // LC nº 519)

Ou: “Tua é a glória” (LC nº 74)


Diaconisa Ruthild Brakemeier

Veja também: Retrospectiva Dia Nacional da Diaconia
 


Autor(a): Ruthild Brakemeier
Âmbito: IECLB
Área: Missão / Nível: Missão - Diaconia
Natureza do Texto: Liturgia
Perfil do Texto: Celebração
ID: 51713
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