Dia Internacional da Mulher

08/03/2017

Mulher
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Dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, está às portas. Há muita incompreensão com o significado deste dia. Oferecem-se flores, presentes, homenagens e muitas palavras bonitas retiradas de contextos que não tem nada a ver com o dia 8 de março. Para as pessoas adeptas da comemoração precisamos perguntar: o que comemorar? O que enaltecer nesta data?

Sem dúvida, há motivos para celebrar e nos alegrar. Convido vocês a me acompanharem. Caminhamos para a casa de mulheres que não tem sua dignidade respeitada. Exercem dupla ou tripla jornada de trabalho. Em casa e fora dela. Entrando em casa observamos que sofrem violência em nome do amor. Quem pode amar alguém quando este não reconhece a relação entre iguais em dignidade? Que amor é este que está tão distante daquele descrito por Paulo em 1Co 13.4-7: Quem ama é paciente e bondoso. Quem ama não é ciumento, nem orgulhoso, nem vaidoso. Quem ama não é grosseiro nem egoísta; não fica irritado, nem guarda mágoas. Quem ama não fica alegre quando alguém faz uma coisa errada, mas se alegra quando alguém faz o que é certo. Quem ama nunca desiste, porém suporta tudo com fé, esperança e paciência.???

O Estado de Santa Catarina é um dos estados em que se cometem mais crimes contra mulheres. Acompanhamos estarrecidos mais uma vez o assassinato de uma mulher de 23 anos e duas meninas de 15 e de 12 anos no município de Cunha Porã, tendo como autor o ex-companheiro de uma delas. Até quando vamos ficar indiferentes a estas situações de barbárie? Como Igreja de Jesus Cristo não podemos calar. Não concordamos que relações de escravidão e de “coisificação” de pessoas persistam em nossas relações que foram abençoadas por Deus. Uma comunidade que prega valores como cumplicidade, respeito, fidelidade, amor e cuidado para que ambas sejam felizes integralmente no casamento, vê estas atitudes como contráras à vontade de Deus. A nossa responsabilidade aumenta porque somos co-testemunhas da promessa feita no altar pelo casal. Desta forma somos também corresponsáveis pela boa convivência, respeito e valorização de marido e mulher.

O dia 8 de março, antes de ser um dia de comemoração, é dia de reflexão e de luta na busca por dignidade. É dia de repudiarmos atitudes que diminuam as mulheres em sua dignidade e respeito como seres humanos. Jesus nos convoca a nos negarmos a pagar salários menores a mulheres em postos iguais aos dos homens. Como pessoas cristãs não aceitamos estas e outras discriminações contra mulheres por causa da sua condição de mulher. Antes de comemorar precisamos meditar, unir-nos e denunciar as situações que ainda teimam em matar mulheres e lhe diminuir a vida e a alegria da vida. A comunidade cristã recebeu o mandato de anunciar e promover vida em abundância, pois foi esta vida abundante para a humanidade que Cristo trouxe ao morrer por nós na cruz. (Jo 10.10)

O tempo da Quaresma nos desafia a refletir sobre nossas ações que continuam fazendo Cristo sofrer. Com certeza, o sangue de Cristo vertido por nós na cruz, contemplou a extinção da violência de toda ordem, especialmente contra as mulheres. Violência esta que nós mesmos nos impomos, porque a partir da cruz ela não tem nenhum sentido. Dia da Mulher é um dia de conscientização e de reafirmarmos nosso compromisso com a vida integral.

Já percebemos ações que melhoraram a vida das mulheres como a lei Maria da Penha, licença Maternidade, direito a votar e ser votada entre outras. Mesmo assim, ainda estamos às voltas com o velho machismo que está impregnado em nossa educação e cultura. Não podemos descuidar. Precisamos estar vigilantes. Diante de Deus somos iguais em dignidade. Assim essa igualdade precisa ser visível em nossas comunidades e sociedade. Esta convicção nos impulsiona a darmos testemunhos diferentes na família e na sociedade, começando em casa na reflexão sobre a divisão das tarefas, por exemplo.

Convictos de que no Jesus da cruz está encerrado toda a forma de violência, somos desafiados a construir relações que promovam a vida e a dignidade de todos os seres humanos. Esta convicção e comprometimento nos autorizam a sonharmos com o profeta Isaías que diz: Nunca mais se ouvirá de violência na tua terra, de desolação ou ruínas, nos teus limites; mas aos teus muros chamarás Salvação, e às tuas portas, Louvor.Is 60.18. Que assim seja na tua casa e na nossa sociedade. Amém.
 


Autor(a): Pastor Sinodal Jair Luiz Holzschuh
Âmbito: IECLB / Sinodo: Uruguai
ID: 41477
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Louvem o Senhor pelas coisas maravilhosas que tem feito. Louvem a sua imensa grandeza.
Salmo 150.2
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