Dia dos Pais 2023

Recursos, Reflexões e Provocações

07/08/2023

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Conferência Ministerial - Núcleo Vale dos Sinos – Sínodo Rio dos Sinos – IECLB

Comunidade Vida Nova – Paróquia Evangélica de Confissão Luterana Ferrabraz – Sapiranga/RS

08 de Agosto de 2023

P. William Felipe Zacarias

 

Introdução: Inquietações e Provocações sobre o Dia dos Pais

 

Vivemos em um mundo quebrado pelo pecado. Obviamente, isso afeta diretamente as relações humanas entre homens e mulheres. Vivemos em um mundo onde rapazes e homens ainda são induzidos a acreditar que são superiores às mulheres e que suas vidas são mais importantes que as vidas delas. Inclusive, muitos acreditam consciente ou inconscientemente que tem o direito de maltratar fisicamente sua esposa e seus/suas filhos/as.

A perícope de Mateus 14.22-33, indicada para o 11º Domingo após Pentecostes, é provocadora. Algumas perguntas nortearam já a algum tempo atrás a reflexão agora trazida. Geralmente, quando falamos de justiça de gênero, apontamos corretamente para que as mulheres sejam cada vez mais as protagonistas das suas próprias histórias. Porém, tenho me perguntado: qual é o papel dos homens na justiça de gênero dentro do lar? Como o esposo e pai pode colaborar para a paz no lar? Como os homens podem ser usados por Jesus para a promoção da reconciliação?

Segundo a Política de Justiça de Gênero da IECLB,

A reconciliação não admite que relações sociais injustas permaneçam tal como estão. Ela implica no reconhecimento de erros, na confissão, no arrependimento, na conversão e na transformação das pessoas e das relações a partir da fé em Cristo.[1]

 

Outra pergunta realizada no processo de reflexão foi: é possível abordar a justiça de gênero, a missão do homem no lar e, enfim, o dia dos pais a partir da perícope de Mateus 14.22-33 sem forçar o texto bíblico? Como podemos pensar em soluções para que o texto bíblico não perca a sua voz e para que, ao mesmo tempo, possa ser uma luz para esse dia tão importante do calendário civil? Certamente, o equilíbrio entre ambas as partes é bastante difícil e tênue – mas não impossível!

Há uma frase, cuja autoria é desconhecida, que diz: “O melhor presente que um pai pode dar para os seus filhos é amar a mãe deles”. Nesse sentido, qual é o papel do homem em meio às tempestades do lar? Os homens têm reconhecido a Jesus como agente de reconciliação no lar ou, tal qual os discípulos, o confundem apenas como um “fantasma” no sentido de alguém distante, histórico (preso ao passado) e que em nada pode ajudar hoje? Perguntas e mais perguntas. Dúvidas não faltam!

Buscando algumas respostas, recorri ao livro de um palestrante que ouvi em Porto Alegre/RS no ano de 2019. Trata-se do pastor e médico congolês Denis Mukwege, ganhador do Prêmio Nobel da Paz em 2018. Seu livro se chama “A Força das Mulheres” e é uma “distopia da vida real”.

Denis atua como ativista do direito das mulheres na República Democrática do Congo onde a violência sexual é usada como arma de guerra, principalmente para retirar famílias inteiras de suas terras ou aldeias. O objetivo dos perpetradores é a mineração nestes territórios que estão repletos de metais – muitos, usados no Ocidente em equipamentos eletrônicos, como o nosso smartphone. Em seu livro, Denis nos concede uma visão realista, chocante e detalhista da violência contra as mulheres em seu país. Nesta introdução, pouparei os detalhes que podem ser encontrados em uma resenha disponibilizada AQUI ou nos anexos abaixo. Como médico ginecologista, Denis viu de tudo e várias vezes teve sua própria vida ameaçada – por defender o direito das mulheres.

Não! Não vamos (ou vou) falar de violência sexual no culto do Dia dos Pais que é um momento celebrativo e festivo. A proposta é, então, a partir de Mateus 14.22-33, refletir como os pais podem ser agentes de transformação, pacificação e transformação da realidade para que se tornem colaboradores eficazes na luta das mulheres. Também isso pode ser uma forma de, com a ação primeira do próprio Deus, “acalmar tempestades antes que todos afundemos”.

Um bom começo está na educação. Especialmente os meninos podem ser educados pelos pais para que não desumanizem as mulheres e também para que contribuam com suas mães nas tarefas domésticas (com o pai ajudando também, claro). As crianças imitam as referências que têm. Se os pais batem nas mulheres e nos filhos, aumentam a probabilidade de os filhos virem a ter comportamentos violentos para com outras pessoas no futuro. Esse assunto por si só já é polêmico, eu sei.

Denis também diz:

Os rapazes interiorizam a lição de que o uso da força é, de alguma maneira, um traço característico da masculinidade, uma forma aceitável de exercer a disciplina e o controle. Chegados à idade adulta, recorrem à força ou à intimidação sempre que são confrontados com oposição ou obstáculos. Além do reforço constante da mensagem de que as suas vidas são mais importantes, os pais e a sociedade em geral consolidam nos rapazes, de forma explícita, a mensagem de que ser homem e másculo tem que ver com força e dureza: encorajamo-los a não chorar, convencemo-los de que revelar sinais de fraqueza ou sensibilidade significa ser de alguma maneira “feminino”; dizemos-lhes para não mostrarem medo ou receio.[2]

 

Nesse sentido, os pais têm uma função primordial, segundo o médico congolês:

Temos de educar os rapazes sem as ideias preconcebidas de virilidade assentes na força, poder e dominação. Temos de lhes dar liberdade para exprimirem uma ampla variedade de emoções e não para reprimir as que são consideradas “femininas”, como a compaixão, a bondade e a sensibilidade.[3]

 

Enfim, talvez seja propício refletirmos sobre o papel dos pais na “tempestuosa” sociedade em que vivemos. Denis diz: “A causa dos direitos das mulheres não é em exclusivo para as mulheres. Os homens têm de associar-se a ela”[4]. Logo, a justiça de gênero precisa da participação ativa de homens e mulheres. Ele diz que “este é um problema que diz respeito a toda a humanidade e não a metade dela”[5].

Eu sei! Talvez sejam informações demais para um culto do dia dos pais. Esse texto é uma provocação para a nossa Conferência Ministerial presencial. Com criatividade, cada ministro/a poderá ampliar, alterar para aquilo que será propício para o seu contexto comunitário. E, obviamente, abandonar esse tema e abordar outros igualmente relevantes também é uma possibilidade.

Enfim, acredito que para esse dia o melhor seria uma abordagem tangenciada do tema, não negando e não focando (apenas) nos aspectos negativos. Por isso, pergunto: como os homens podem ser usados por Deus como agentes de transformação em seus próprios lares? Nos nossos lares e nos lares dos nossos membros Jesus é verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem ou apenas um “fantasma”? Que recursos podemos usar para abordar o assunto de um modo que não constranja as famílias em pleno dia dos pais? Que outros textos bíblicos poderíamos usar para abordar o tema? E, enfim, no que você tem pensado para esse dia? Vamos conversar.

 

1    O Texto Bíblico: Mateus 14.22-33

 

1.1   Tradução

 

22Καὶ εὐθέως ἠνάγκασεν τοὺς μαθητὰς ἐμβῆναι εἰς τὸ πλοῖον καὶ προάγειν αὐτὸν εἰς τὸ πέραν,

E de imediato ele forçou[6] os discípulos (a) embarcar em o barco e (que) precedessem ele para o outro lado

 

ἕως οὗ ἀπολύσῃ τοὺς ὄχλους.

até que ele dispensasse as multidões.

 

23καὶ ἀπολύσας τοὺς ὄχλους ἀνέβη εἰς τὸ ὄρος κατ’ ἰδίαν προσεύξασθαι. ὀψίας δὲ γενομένης

E tendo dispensado as multidões, subiu para a montanha privadamente para orar. Porém, ao anoitecer tornou-se

 

μόνος ἦν ἐκεῖ.

sozinho (ao) estar lá.

 

24Τὸ δὲ πλοῖον ἤδη σταδίους πολλοὺς ἀπὸ τῆς γῆς ἀπεῖχεν βασανιζόμενον ὑπὸ τῶν κυμάτων,

Porém o barco já estava (a) muitos estádios longe da terra, sendo atormentado por ondas,

 

ἦν γὰρ ἐναντίος ὁ ἄνεμος.

porque o vento estava contrário.

 

25τετάρτῃ δὲ φυλακῇ τῆς νυκτὸς ἦλθεν πρὸς αὐτοὺς περιπατῶν ἐπὶ τὴν θάλασσαν.

(Então), na quarta vigília da noite, (Jesus) veio para eles caminhando sobre o mar.

 

26οἱ δὲ μαθηταὶ ἰδόντες αὐτὸν ἐπὶ τῆς θαλάσσης περιπατοῦντα ἐταράχθησαν λέγοντες ὅτι

Os discípulos, porém, vendo ele caminhando sobre o mar ficaram perturbados[7] dizendo que

 

φάντασμά ἐστιν, καὶ ἀπὸ τοῦ φόβου ἔκραξαν.

é um fantasma[8] de medo eles gritaram.

 

27εὐθὺς δὲ ἐλάλησεν [ὁ Ἰησοῦς] αὐτοῖς λέγων· θαρσεῖτε, ἐγώ εἰμι· μὴ φοβεῖσθε. 

Imediatamente, porém, [Jesus] falou para eles: Tenha coragem, sou eu. Não tenham medo[9].

 

28Ἀποκριθεὶς δὲ αὐτῷ ὁ Πέτρος εἶπεν· κύριε, εἰ σὺ εἶ, κέλευσόν με ἐλθεῖν πρός σε ἐπὶ τὰ ὕδατα.

Respondendo, porém, para ele Pedro, disse: Senhor, se és tu, ordene (que) eu vá para ti sobre a água.

 

29ὁ δὲ εἶπεν· ἐλθέ. καὶ καταβὰς ἀπὸ τοῦ πλοίου [ὁ] Πέτρος περιεπάτησεν ἐπὶ τὰ ὕδατα καὶ

Ele, porém, disse: Venha. E descendo de o barco, Pedro andou sobre a água e

 

ἦλθεν πρὸς τὸν Ἰησοῦν.

veio/foi para/até Jesus.

 

30βλέπων δὲ τὸν ἄνεμον [ἰσχυρὸν] ἐφοβήθη, καὶ ἀρξάμενος καταποντίζεσθαι ἔκραξεν λέγων·

Vendo, porém, o vento [forte] e começando (a) afundar, gritou dizendo:

 

κύριε, σῶσόν με.

Senhor, salve-me[10].

 

31εὐθέως δὲ ὁ Ἰησοῦς ἐκτείνας τὴν χεῖρα ἐπελάβετο αὐτοῦ καὶ λέγει αὐτῷ· ὀλιγόπιστε,

Imediatamente, porém, Jesus, estendendo a mão, agarrou ele e disse para ele: ó (homem) de pouca fé[11],

 

εἰς τί ἐδίστασας;

por que você duvidou?

 

32καὶ ἀναβάντων αὐτῶν εἰς τὸ πλοῖον ἐκόπασεν ὁ ἄνεμος.

E subindo eles para o barco, o vento (se) acalmou.

 

33οἱ δὲ ἐν τῷ πλοίῳ προσεκύνησαν αὐτῷ λέγοντες· ἀληθῶς θεοῦ υἱὸς εἶ.

Os do barco, porém, (se) curvaram a ele, dizendo: verdadeiramente Filho de Deus és.

 

1.2   Contexto Histórico-Literário

 

O texto se situa no bloco das parábolas do Reino de Deus e do preparo para o sofrimento de Jesus[12]. Aqui Jesus está entre a rejeição em sua terra natal e a fé dos discípulos[13]. Diante do milagre da multiplicação de pães e peixes, a multidão quis fazer com que ele se tornasse rei – no sentido de um líder político (cf. João 6.14-15). É por isso que Jesus se retira para o monte enquanto seus discípulos vão para o mar.

A perícope indicada para o 11º Domingo após Pentecostes está na primeira metade (teológica) do Evangelho que apresenta a autoridade de Jesus por meio dos seus ensinamentos e dos seus milagres. É importante lembrar que o Evangelho de Mateus foi escrito após 70 d. C. (a destruição do Templo), provavelmente entre 80 e 100 d. C.[14] A intenção do autor foi a de apresentar Jesus aos judeus como o Messias Prometido; ou seja: Jesus como o cumprimento das profecias do Antigo Testamento.

Na sequência do texto, Jesus e seus discípulos chegam à terra de Genesaré onde as pessoas reconhecem a Jesus e levam a ele as pessoas enfermas que pediam para tocar na borda das suas vestes, sendo, assim, curados.

 

1.3   Comentários Históricos

 

1.3.1.  Crisóstomo

 

“Para que propósito ele sobe as colinas na montanha? Para nos ensinar que a solidão e o isolamento são bons, quando vamos orar a Deus. Com isso em vista, você vê, nós o encontramos constantemente se retirando para o deserto. Lá ele muitas vezes passa a noite inteira em oração. Isso nos ensina a buscar fervorosamente tal quietude em nossas orações conforme o tempo e o lugar possam proporcionar. Pois o deserto é a mãe do silêncio; é um calmo e um porto, nos livrando de todos os tumultos.”[15]

 

1.3.2.  Agostinho

 

Enquanto isso, o navio que carrega os discípulos, isto é, a Igreja, é agitado e abalado pelas tempestades da tentação; e o vento contrário, isto é, o diabo, seu adversário, não descansa e se esforça para impedir que ela chegue ao descanso. Mas maior é Aquele que intercede por nós. Pois nesta nossa agitação em que labutamos, Ele nos dá confiança ao vir até nós e nos fortalecer; só não devemos, em nossa angústia, nos jogar fora do navio e nos lançar ao mar. Pois embora o navio esteja em apuros, ainda é o navio. Ela sozinha carrega os discípulos e recebe Cristo. Há perigo, é verdade, no mar; mas sem ela há perecimento instantâneo. Mantenha-se, portanto, no navio e ore a Deus. Pois quando todos os conselhos falham, quando até o leme é inútil, e o próprio içamento das velas é mais perigoso do que útil, quando toda ajuda e força humanas se foram, resta apenas para os marinheiros o grito fervoroso de súplica e o derramamento de oração a Deus. Aquele então que concede aos marinheiros alcançar o porto, Ele abandonará sua própria Igreja, a ponto de não levá-la ao descanso?[16]

 

 

2      O Culto: Recursos e sugestões litúrgicas

 

2.1. Sugestões de Saudação

 

Maridos, que cada um de vocês ame a sua esposa, como também Cristo amou a igreja e se entregou por ela.” Efésios 5.25.

Disse Jesus: “Coragem! Sou eu. Não tenham medo”. (Mateus 14.27).

A fé é a certeza de que vamos receber as coisas que esperamos e a prova de que existem coisas que não podemos ver.” (Hebreus 11.1).

 

2.2. Oração de confissão de pecados

 

Amado e paterno Deus, estamos hoje reunidos e reunidas para celebrar a importância do Dia dos Pais. Obrigado que teu Filho Jesus Cristo, por meio de quem criaste todas as coisas, caminhou sobre as águas, ensinando-nos a mantermos firme e viva a nossa fé, mesmo em meio às tempestades da vida.

Amado e paterno Deus, confessamos que, muitas vezes, como teus discípulos e discípulas, temos medo e duvidamos da tua presença em nossas vidas e em nossas famílias. Confessamos também que muitas vezes os homens falham em ser pais e maridos, não cumprindo o teu chamado em suas vidas. Sim, ó Deus, muitas vezes pais e maridos falham na construção da paz nos lares e na sociedade. Por isso, pedimos-te perdão por todas as vezes em que omissos ou até com piadas, permitimos a coisificação e a violência contra mulheres e crianças.

Amado e paterno Deus, reconhecemos que, como homens, temos um papel essencial na construção de um lar e de uma sociedade onde todas as pessoas são respeitadas, valorizadas e lembradas como imagem e semelhança do Senhor. Ajuda aos pais, maridos e a todos os homens a serem como Jesus que, amou, respeitou, ouviu e caminhou com tantas pessoas – mesmo aquelas de pequena fé.

Amado e paterno Deus, ajuda-nos a sermos homens de fé, que confiam em ti mesmo em meio às tempestades da vida. Ajuda, ó Deus, aos pais no ensino do amor, do respeito e da igualdade para os seus filhos e suas filhas – especialmente através do seu próprio exemplo para com as suas respectivas esposas, para que os esposos amem as suas esposas, tal qual teu Filho Unigênito Jesus Cristo amou a nós, tua Igreja, entregando-se por nós.

Neste dia dos pais, ajuda-nos, ó Deus, a renovarmos o nosso compromisso de seguirmos o exemplo de teu Filho Jesus Cristo em nossas vidas. Tem piedade de nós, Senhor. Amém.

 

2.3. Oração do Dia

 

Obrigado, Senhor, por tua amada Palavra. Que neste dia dos Pais, tua Palavra nos inspire a conhecer melhor do teu amor. Que nesse Dia dos Pais, tu mesmo, através do agir do teu Espírito Santo, nos inspire a compreender a tua Palavra de maneira profunda e significativa. Dá que não sejamos apenas ouvintes da tua Palavra, mas também praticantes. Isso, ó Pai, nós te pedimos em nome de teu Filho Unigênito Jesus Cristo a quem, contigo e com o Espírito Santo, seja a glória, agora e sempre, amém.

 

2.4. Oração Geral da Igreja

 

“Senhor, fazei de mim um instrumento da Vossa paz.

Onde houver ódio, que eu leve o amor.

Onde houver ofensa, que eu leve o perdão.

Onde houver discórdia, que eu leve a união.

Onde houver dúvidas, que eu leve a fé.

Onde houver erro, que eu leve a verdade.

Onde houver desespero, que eu leve a esperança.

Onde houver tristeza, que eu leve a alegria.

Onde houver trevas, que eu leve a luz.

 

Ó Mestre, fazei que eu procure mais:

consolar, que ser consolado;

compreender, que ser compreendido;

amar, que ser amado.

Pois é dando que se recebe.

É perdoando que se é perdoado.

E é morrendo que se vive para a vida eterna.” (Francisco de Assis).

 

2.5. Bênção

 

Sugere-se ser feita com algum grupo da comunidade/paróquia que se posiciona no altar, com as mãos estendidas, cantando o hino LCI 287 – Cuida bem, Senhor.

 


[1] MICHEL, Carmen (Org.). Política de justiça de gênero. São Leopoldo: Sinodal, 2023. p. 14.

[2] MUKWEGE, Dr. Denis. A força das mulheres: Como a resiliência feminina me ensinou a acreditar num mundo melhor. Lisboa: Penguin Random House Grupo Editorial Portugal, 2021. p. 306. Edição do Kindle.

[3] MUKWEGE, 2021. p. 308.

[4] MUKWEGE, 2021. p. 315.

[5] MUKWEGE, 2021. p. 315.

[6] Forçar, obrigar, compelir, convidar insistentemente, obrigar. cf. WILBUR, Giengrich. Léxico do Novo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 2007. p. 19. NAA: “Jesus fez com que os discípulos”; NTLH: “Jesus ordenou aos discípulos”; FREDERICO LOURENÇO: “Jesus obrigou os discípulos”; CAVALLARI: “Ele forçou os seus discípulos”. A resposta para a insistência de Jesus é encontrada em João 6.14-15: “Quando as pessoas viram o sinal que Jesus havia feito, disseram: - Este é verdadeiramente o profeta que devia vir ao mundo. Jesus ficou sabendo que estavam para vir com a intenção de fazê-lo rei à força. Então ele se retirou outra vez, sozinho, para o monte”. “As massas simplesmente não compreendiam um Messias sem interesses políticos”, cf. CHAMPLIN, Russel Norman. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. v. 1: Mateus e Marcos. São Paulo: Milenium, 1987. p. 423.

[7] Aoristo passivo de ταράσσω: Agitar, promover distúrbios, tumultuar, criar confusão, cf. WILBUR, 2007. P. 203.

[8] ““Fantasma” é quase uma transliteração da palavra grega Φάντασμα (phánstasma). Ligada à raiz do verbo φαίνω (phaíno) significa “imagem, aparição”, mas não necessariamente tem, nem no grego clássico nem na LXX, o sentido da aparição da alma de um morto que vai ter posteriormente. Há no Talmude da Babilônia uma curiosa passagem que ajuda a entender o tipo de reação que os discípulos de Jesus, pescadores habituados à navegação, tiveram: “Rabbah disse: Navegantes me disseram: que a onda que afunda um navio aparece com uma franja branca de fogo em sua crista e, quando tocada com clavas nas quais está gravado “Eu sou que Sou, Yah, Senhor dos Exércitos, Amen, Amen, Selah’ ela se desfaz”, cf. MUSA CAVALLARI, Marcelo. Os Evangelhos: uma tradução. Cotia: Ateliê Editorial; Araçoiaba da Serra: Mnêma, 2020. p. 180.

[9]Não temais” ou “não tenham medo” é uma frase comum no Novo Testamento e que aparece geralmente em aparições de anjos ou em eventos fora da ordem natural das coisas.

[10] Segunda pessoa do singular no tempo aoristo (um tempo verbal grego usado para expressar ação sem especificar a duração ou a conclusão) do modo imperativo do verbo grego “σῴζω” (sōzō), que significa “salvar”, “curar”, “preservar”, ou “manter seguro”. Aqui, é uma súplica diante de uma situação mortal.

[11]ὀλιγόπιστος” (oligopistos) é uma palavra grega que literalmente se traduz como “de pouca fé”. É uma combinação de duas palavras: “ὀλίγος” (oligos), que significa “pouco”, “pequeno”, ou “breve”, e “πίστις” (pistis), que significa “fé”.

[14] Cf. HÖRSTER, 2008. p. 40.

[15] Translated by George Prevost and revised by M.B. Riddle. From Nicene and Post-Nicene Fathers, First Series, Vol. 10. Edited by Philip Schaff. (Buffalo, NY: Christian Literature Publishing Co., 1888.) Revised and edited for New Advent by Kevin Knight. <http://www.newadvent.org/fathers/200150.htm>. Acesso em: 07. ago. 2023.

[16] Translated by R.G. MacMullen. From Nicene and Post-Nicene Fathers, First Series, Vol. 6. Edited by Philip Schaff. (Buffalo, NY: Christian Literature Publishing Co., 1888.) Revised and edited for New Advent by Kevin Knight. <http://www.newadvent.org/fathers/160325.htm>. Acesso em: 07. ago. 2023.


Autor(a): P. William Felipe Zacarias
Âmbito: IECLB / Sinodo: Rio dos Sinos / Paróquia: Sapiranga - Ferrabraz
Testamento: Novo / Livro: Mateus / Capitulo: 14 / Versículo Inicial: 22 / Versículo Final: 33
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Auxílio homilético
ID: 70981
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