Dia das Mães - Um Dia de Encantamento

07/05/2021

 

Os contornos do que nos era familiar - que acolhia, sustentava e conduzia a vida - foram fragilizados nos quatro cantos da Terra nos dias atuais.

Momento oportuno para, de forma redobrada, lembrarmos dos contornos iluminados do rosto suave e belo de nossa mãe. Além de nos devolver a abrangência do Quarto Mandamento: “Honrarás os seus pais! Honrarás a sua Mãe!”

O que significa honrar? Honrar não significa mera concordância ou submissão. Não é o mesmo que obedecer. Como seria possível desenvolver autonomia e maturidade se tivéssemos de nos sujeitar a nossos pais?

O ato de honrar não é feito por conformidade, mas por encantamento que considera o detalhe. Pois as coisas pequenas “amarram” as grandes.

Abrir a porta, dar passagem ou ficar em pé são exemplos, aparentemente menos importantes, desses pequenos atos de admiração. Pode parecer “etiqueta” ultrapassada, mas nos pormenores também se escondem expressões dessa reverência saudável. Outro exemplo de coisas cotidianas: “Mãe! Pega pra mim!” Entre tantas solicitações e cobranças, a possível conotação de um pretenso direito adquirido.

Também não se trata de um direito natural e hierárquico dos pais, mas de um exercício de civilidade que se manifesta nos pequenos/grandes gestos que enaltecem e cultivam corações e mentes.

Toda formação e educação depende desse “honrar” a que se refere o Quarto Mandamento.

Honrar é, portanto, um verbo que exercita, cultiva e promove vínculos. Nossas relações se manifestam na capacidade de escutar, de surpreender e no estar presente de uma maneira efetiva na vida do outro.

A honradez surge nos pequenos detalhes e ganha dimensão inestimável. Esse legado não se limita a um mero sentimentalismo relacionado às mães. Ele se espraia nos detalhes com que encaramos a vida e nossas relações com os semelhantes. É, especialmente, no embate e nos desdobramentos da vida e do dia a dia que honramos o amor e a dedicação de nossas mães.

Honrar é cuidar, é ornamentar as ações. É tratar de forma diferenciada o tempo e as relações com todos os seus detalhes. Cuidados que honram e revelam o poder favorável e irrestrito das nossas afeições.

Deus nos deu a vida mas o que nos torna humanos são os talentos que produzem encantamento. “O pão nosso de cada dia” sustenta a vida; os afetos são, na verdade, a nossa essência. Desencontros e o amor são antagônicos, mas ambos dependem da atenção que damos aos detalhes. São valorosos, o suficiente, para evocar o senso da delicadeza, atenção e plenitude da vida.

Ao dar importância ao que é frágil e aparentemente irrelevante, descortina-se uma dimensão extraordinária das pequenas ações e gestos permeados pela capacidade de encantamento graças às nossas mães.

Feliz dia das mães e de todas as mulheres, indistintamente!

P. Hermann Wille
 

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