Devoção e graça na V Assembléia do CLAI

23/02/2007


BUENOS AIRES, 22 de fevereiro (ALC) – A V Assembléia do Conselho Latino Americano de Igrejas (CLAI), que se estende até o dia 25, em Buenos Aires, vem tratando das temáticas centrais propostas por cada uma das cinco regiões do organismo em diferentes instâncias: as sessões plenárias, os fóruns e cafés teológicos, as mesas de trabalho, as mostras, apresentações e oficinas concentram o trabalho próprio para o que um evento desta magnitude foi organizado.

Mas é o momento matutino da reflexão, o louvor, a gratidão e a intercessão a Deus o espaço que cristaliza a expressão da unidade ecumênica que o CLAI persegue como razão de existência. As cores, linguagens e maneiras de encarnar o evangelho confluem num momento de singular profundidade e impacto para a fé dos presentes.

As regiões do CLAI preparam a cada manhã devocionais desenvolvidas na tenda principal instalada no campo de esportes do colégio Ward, local do evento. No luminoso espaço, uma enorme cruz de vidro de diferentes cores destaca-se sobre a mesa com frutos da terra e oferendas do trabalho. A cruz foi cunhada pelas mãos de crianças pertencentes à oficina “Amassando a vida”, da Igreja Metodista de Ing. Budge, em Buenos Aires.

Na terça-feira, 20, este espaço acolheu a teóloga mexicana Elsa Tamez, que envolveu os presentes numa abordagem singular da passagem de Lucas 8, 41-56, que relata o caso de uma mulher enferma que toca o manto de Jesus e é curada. Tamez disse que o fluxo da doença que afligia essa mulher termina sendo a oportunidade para que fluísse a graça de Deus.

Particularmente original foi a reflexão do pastor Nésto Míguez, da Igreja Metodista Argentina, ao propor aos presentes a dinâmica de vivenciar o relato de Lucas 18, 18-30, a partir da apreciação de seus personagens. Neste caso, um fariseu pergunta a Jesus como atingir o Reino. E falando aos presentes, este funcionário público – personificado pelo mesmo Míguez - reclamou: “Por que tive que ficar fora da graça? Vocês fizeram tudo o que Jesus me pediu?”.

O momento terminou com uma emotiva intercessão na qual foram expostas situações de marginalidade, violência e morte nos países da região centro-americana, elevando o canto de 700 vozes na súplica: “Cristo Jesus, solidariza-te não com a classe opressora que espreme e devora a comunidade, mas com o oprimido, com o povo sedento de paz”.


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Por Carolina Britos
Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação 
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