DEUS NÃO QUER SOBRAS!

25/10/2013

Frases tão comuns nos dias de hoje: “Se eu tiver um tempinho de sobra acho que vou ao culto neste domingo.” “Tomara que sobre dinheiro para a contribuição.” “Vou ter que ter paciência de sobra com aquela pessoa para não perder a cabeça.” “ Vou ver, se depois de tudo o que tenho para fazer essa semana ainda me sobrar ânimo, vou ajudar no almoço da comunidade.” Vou parar por aqui, pois vamos falar apenas da nossa vida comunitária, sei que usamos também muitas sobras em nossa vida familiar, em nosso ofício, em nossas amizades. Usamos, eu me incluo também e para mim também serve o título deste artigo. Deus não quer as tuas sobras, as minhas sobras, a sobra da sociedade. Deus quer mais, não me refiro ao melhor. Deus não quer o nosso melhor, Deus nos quer por completo.

Nós somos filhos e filhas de Deus. Sabendo disso, não devemos nos comportar como se estivéssemos dando esmolas para Deus. Como se viver nossa fé fosse um fardo pesadíssimo. Fardo pesado é a vida sem Deus, esse sim é um fardo pesado demais. Viver a fé é ter o auxilio e a manutenção daquele que foi, que é e que será o Senhor de todo o universo, de toda a criação, de toda a vida é graça e paz, perdão e força, exemplo e sabedoria. Então me pergunto: Por que dar as sobras para este Deus que nos dá a vida? Que injustiça é condicionar uma sobra de tempo para ir ao culto comunitário. Não é a sobra que devo dar a Deus, todo o tempo é dele, inclusive o tempo de minha vida. Ir ao culto e celebrar a vida em comunidade não pode ser parte do que sobra de nossa vida. Deve ser onde eu ganho toda a vida que ocupo no decorrer dos dias seguidos ao culto. Na comunidade eu ganho tempo, no dia-a-dia eu gasto o que sobra desse tempo. Sem ir ao culto eu nunca terei tempo de sobra.

Deus também nos dá riquezas, inclusive riquezas materiais, embora essas não sejam as riquezas mais importantes. Antes vem a família, a fé, os amigos. Se Deus nos dá toda a riqueza que temos, por que devolver a ele uma migalha que eu não vou ocupar, uma sobra. Para que a palavra seja pregada e o evangelho seja conhecido mais e mais devemos colocar nossos bens a serviço, nossas riquezas. Começando pela família, depois pela fé, convidando os amigos para a vida comunitária e também contribuindo com recursos financeiros. Mas em nenhuma dessas riquezas servem as sobras, pois Deus não nos deu sobras. Por que Ele deveria recebe-las? Eu não contribuo se sobrar ou com o que sobrar. Eu contribuo com agradecimento, com alegria por tudo o que Deus já me deu e continua me dando. Eu contribuo com gratidão. Nossa gratidão não pode ser o que sobrou de nossos gastos durante o ano. 

Deus nos perdoa e tem misericórdia infinita para conosco. Ele tem paciência com seu povo que tem uma fé tão pequena. Agora por que nós não podemos ter paciência com os outros? Por que não aceitamos ser ofendidos e não conseguimos perdoar as faltas dos nossos semelhantes. Por que cada vez temos menos paciência? Que dirá então esperar que nos sobre paciência para aplicarmos essa paciência que sobra com os irmãos da comunidade. Não temos nem paciência com nossos próprios erros. Deus também quer a nossa paciência, perdão e paz para ser aplicada com os irmãos. Não o que sobra, mas o que Ele nos deu em plenitude e abundância no Cristo.

Deus nos ajuda para que nos possamos ajudar as outras pessoas. Deus nos serve para que possamos servir. Devemos assim destinar nossos serviços e esforços à cristandade. Não é correto que auxiliemos nas atividades comunitárias apenas quando não temos nada para fazer ou quando não estamos cansados de nossas tarefas semanais. Deus cuida de nós de segunda a sexta e não diz que está cansado para nos guardar no sábado e domingo. Imagine se Deus dissesse para nós: “Essa semana trabalhei de mais, por isso não vou olhar por você no domingo, estou muito cansado.” O que seria de nós?

Agora eu peço, amigo leitor, reflita um pouco: Deus está te servindo com sobras? Não. Você está devolvendo o que sobra para Deus? Espero que não.

Paróquia de Mondaí / SC


Autor(a): P. Jeferson Rusch
Âmbito: IECLB / Sinodo: Uruguai
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 25406
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