No auge de seus nove anos de idade, Bruno levantou-se mais cedo. Ele estava disposto a preparar uma boa surpresa para os pais. Queria fazer o café da manhã naquela manhã de sábado. Então, pegou o bule e uma colher, puxou uma cadeira, abriu o armário, onde havia uma lata de café. Acabou derramando pelo chão. Com as mãos, ele recolheu um pouco do café e jogou no bule, misturando uma xícara de leite e acrescentou um pouco de açúcar, enquanto deixava no chão um rastro de todos os seus passos. Ao lado dele tinha também seguiam algumas pegadas do Bidú. Por fim, o menino estava todo lambuzado de café e bastante frustrado. Ele queria preparar uma boa surpresa para seus pais, mas estava estragando tudo. Ele não sabia o que fazer em seguida, se colocava tudo no micro-ondas ou no fogão. Pior, ele sequer sabia como fazer o fogão funcionar. De repente, ele viu o Bidú lambendo a tigela com a mistura e o expulsou da cozinha, mas acabou derrubando a cesta de frutas no chão. Freneticamente tentou arrumar aquela bagunça, mas escorregou sujando o seu pijama. Foi aí que ele viu o pai parado à porta da cozinha. Assustado, Bruno arregalou os olhos. Tudo que ele queria fazer era preparar uma boa surpresa, mas o que ele conseguiu mesmo foi uma terrível bagunça. Ele estava certo de levar uma tremenda bronca, talvez até mesmo uma surra. Mas, o pai apenas o olhava. Então, atravessando cuidadosamente aquela bagunça, ele apanhou o filho, abraçou e acariciou, sujando também seu próprio pijama. É assim que somos tratados por Deus. Algumas vezes tentamos fazer algo de bom, mas erramos em algum ponto e provocamos uma tremenda bagunça. Pode ser o casamento arranhado, ou um amigo machucado, ou um trabalho mal-acabado, ou relaxo na saúde. Às vezes, acaba pesando o coração por tanta besteira. É aí que Deus nos coloca em seu colo, amando e perdoando, apesar de nossas bagunças. Deus é amor (1ª João 4.16).