O menino era muito fraco quando nasceu. A mãe dele já teve alta, mas ele teve que ficar na pediatria do hospital. Um jovem pediatra cuidava dele. Tempos atrás o médico havia começado a batizar os pequenos pacientes quando não havia mais certeza se estes iriam ver o dia seguinte. Na maioria dos casos não havia mais tempo de pedir autorização aos pais.
Também acontecia que para este pequenos ainda não havia sido escolhido o nome. Ou, pelo menos, não era do conhecimento do hospital. Como era necessário pronunciar um nome no sacramento do Batismo, o pediatra escolhia então os nomes. Eram sempre os mesmos: As meninas ele batizava como Elisabete e os meninos como Cristiano. Se a criança sobreviveria ainda podia mesmo assim ser registrada no cartório com outro nome pelos seus pais. E se a criança não resistiria, então não era nenhum grande problema. A maioria dos pais ficava contente ao saber que seus bebezinhos ainda haviam sido batizados.
Então Cristiano. Ele realmente conseguiu. Após semanas de luta pela vida ele teve alta e sua mãe veio buscá-lo no Hospital. Ao saber que ele havia recebido o nome Cristiano ela ficou brava. Não, Cristiano, ele não podia ser chamado. O nome dele teria que ser Pedro, igual eu tio dele, já que o nome do pai era desconhecido.
Alguns anos mais tarde o jovem pediatra já estava trabalhando num consultório próprio. Perto deste existia um abrigo para crianças que não tinham família o que não podiam mais viver com ela. O médico atendia as crianças do abrigo. Este tinha passado para ele um lista com os nomes e dados das crianças. Desta forma ele descobriu que havia lá um Pedro. E o ano de nascimento também batia.
Quando ele foi da próxima vez ao abrigo atender uma criança ele perguntou a educadora pelo Pedro. Esta o olhou com um expressão de quem não estava entendendo. Não, não havia nenhum Pedro no abrigo. O médico precisou mostrar para ela o nome na lista. Aí ela caiu na risada e disse que o médico tinha, sim, razão, mas que só constava nos documentos o nome de Pedro para o menino, mas que todo mundo o chamava de Cristiano.
Contado por Fulbert Steffensky