DEUS ACEITA A TODOS

“Agora eu sei que Deus trata a todos igualmente, pois aceita a todos os que respeitam e fazem o que é direito, seja qual for a raça deles.” Atos dos Apóstolos 10. 34-35.

16/10/2014

 O apóstolo Pedro havia recebido a missão de levar o Evangelho. Ele o deve fazer não aos judeus, mas, ao mundo pagão. Isto é uma novidade. Até aquele momento, o Evangelho estava sendo pregado apenas aos judeus. “Agora eu sei...” diz Pedro, diante desta missão, dando a entender que a sua descoberta mudaria as relações entre as pessoas, especialmente no convívio com aquelas que são diferentes, aquelas que são de outra raça. Ele descobre que o que pode aproximar as pessoas é a certeza de que o amor de Deus é para todas as criaturas. O sinal visível, a resposta a este amor, será o temor a Deus, a prática da justiça e uma fé firme.

 Esta descoberta de Pedro lembra a história de um jardineiro muito dedicado. Um jardineiro com muito cuidado e dedicação preparava a terra, selecionava as sementes, separava as mudas, fazia as podas, arrancava o inço do seu jardim. Com orgulho dizia: “não existe outro jardim mais bonito!” Mas certo dia, já cansado do trabalho, inclinou-se sobre o muro que separava seu jardim de um terreno baldio. Ficou maravilhado. Havia ali flores de todos os tipos, cores vivas, uma imagem linda. O perfume das flores ultrapassava os enormes muros ao seu redor.

 Assim, poderíamos dizer, a descoberta de Pedro nos lembra de uma forma decisiva que o amor de Deus não é limitado a espaços bem definidos por nós. Nossas doutrinas e nossos ritos não devem nos separar dos outros. Ao contrário, devem nos comprometer no amor, mesmo sendo diferentes uns dos outros.
É hora de lembrar que o perfume da fé é a marca que nos identifica, em casa, no trabalho, na comunidade. O perfume da fé une diferentes na comunidade de fé e entre irmãos e irmãs que sonham com um mundo melhor.

 O amor de Deus cresce e floresce onde e como ele quer e não onde nem como nós queremos! É necessário que todos e todas se deem conta disso. Ignorar esta descoberta de Pedro leva ao fechamento em si mesmo e passa-se a ver o outro como ameaça, como inimigo. Para manter seus princípios valem-se dos mais diferentes recursos e exatamente aquilo que deveria ser motivo de união acaba sendo o fruto da compreensão errada do amor de Deus.

 Que Deus nos ajude a entendermos nossa tarefa no grande e maravilhoso jardim. Que Deus nos ensine a ver o outro a partir daquilo que nos une: a certeza de que o amor de Deus é para todas as criaturas. E que o sinal visível, a resposta a este amor, seja o temor a Deus, a prática da justiça e uma fé firme. É isso que une diferentes. É isso que deveria nos unir sempre. Amém.


Autor(a): Pastor Cristian R. Donat
Âmbito: IECLB / Sinodo: Uruguai
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 30283
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