
Nós cremos em Deus e “Deus é orientação garantida que restaura a alma e dá sabedoria, alegrando o coração.” Salmo 19
Foi nos anos noventa que um avião de passageiros se desnorteou, se desorientou. O piloto não sabia mais em que direção estava voando, e teve que, depois de horas, fazer um pouso forçado no interior do estado do Mato Grosso.
Um passageiro notara o equívoco, tentando informar que, pela posição do sol a essa hora, não estavam voando em direção norte como planejado, mas, sim, em direção oeste.
Este passageiro estava ‘orientado’, quer dizer, ele sabia que o sol nasce no Oriente (leste) pondo-se no Ocidente (oeste). Observando o sol, sentia-se orientado.
Se o piloto, além disso, tivesse dado atenção à sua bússola, cuja agulha aponta sempre em direção norte, onde quer que a pessoa esteja, ele estaria tranquilamente ‘norteado’.
É difícil entender, como um piloto não dera atenção nem à posição do sol (para orientar-se) nem à sua bússola (para nortear-se). É tão fácil hoje em dia caminhar (voar) orientado e norteado pela vida. Para dias de sol temos o Oriente e para dias de chuva temos a bússola.
Só que não é o suficiente saber, onde fica o Leste ou o Norte. Saber isso é importante, importantíssimo até para tantas situações da vida, mas não é o suficiente. O que fazer, quando o amor não funciona mais? O que fazer, quando a esperança está prestes a morrer? O que fazer em tantas situações da vida, em que o mero saber do Oriente e do Norte nem orienta nem norteia?
Em tais momentos é bom lembrar o Salmo 19, que aponta para Deus, como real Oriente e como bússola perfeita. Olhando para Deus é fácil orientar-se, é fácil nortear-se.
Gostei de um artigo numa das revistas mensais. Falava da Espanha que estava barrando a entrada de brasileiros na Europa e das muitas vozes Brasil afora exigindo, que nosso País respondesse com reciprocidade, entendendo que deveríamos dar o troco com a mesma moeda, barrando agora a entrada de espanhóis no Brasil. No artigo, porém, se sugere que retribuamos como brasileiros que são hospitaleiros, abertos e prestativos. Tive a impressão que o autor estava se orientando não no que o povo estava exigindo, mas estava se orientando – talvez até sem estar ciente disso – em Deus. Deus não dá o troco. Ele dá o que é típico dele. Dá seu amor, sua tranqüilidade e paciência. Perdoa e abre novos caminhos.
É bom nortear e orientar-se nisso! E funciona bem em todas as situações – em todas mesmo – da vida.
Helmut Burger, P.em. – Joinville-SC