Sua colheita será boa?, pergunta um agricultor a outro, que reponde de pronto:
Não sei, a semente ainda está no saco.
Jesus respondeu: “Chegou a hora de ser glorificado o Filho do homem. Digo verdadeiramente que, se o grão de trigo não cair na terra e não morrer, continuará ele só. Mas, se morrer, dará muito fruto. (Evangelho de João, capítulo 12, versículos 23 e 24)
Aqui Jesus caminha já para o ápice de seu ministério. Sabe aqueles momentos marcantes de filmes, com um discurso proferido por um personagem que define seu rumo no restante da história? É o clímax, o ponto de virada, o momento chave: O Filho do homem vai ser glorificado! Mas quando Jesus fala da semente, de morrer para dar fruto, é o anti-clímax. Que tipo de glorificação é essa? Morrer para dar fruto? Isso não é a imagem de glória que vem a nossa mente, não é mesmo?
A semente precisa morrer, para que germine o broto, e cresça a planta, e venham os frutos. Cristo é a semente que morre por nós, para gerar vida que alcance e redima os pecadores. Há pessoas que consideram que Cristo foi apenas um grande exemplo de ser humano, e que sua morte foi causada pelo seu conflito com os poderes dominantes da época. Mas a palavra de Deus nos afirma que a morte de Cristo na cruz era parte do plano de Deus para redimir e salvar a humanidade.
Contudo, foi da vontade do SENHOR esmagá-lo e fazê-lo sofrer, e, embora o SENHOR tenha feito da vida dele uma oferta pela culpa, ele verá sua prole e prolongará seus dias, e a vontade do SENHOR prosperará em sua mão. (Isaías 53.10)
E quanto a nós? O que Cristo diz a nós como cristãos?
Disso ele fala nos próximos dois versículos, e ainda em outras passagens (João 12.25 e 26):
“Aquele que ama a sua vida a perderá...”; “Quem me serve precisa seguir-me...”.
“O campo é o mundo, e a boa semente são os filhos do Reino”.
(explicação da parábola do joio e do trigo, Mateus 13.24-30, 36-40).
Há um enorme potencial em uma semente; ela carrega em seu DNA todas as características que farão dela uma planta que gera frutos. Imagine o potencial que um saco de sementes carrega! Mas se a semente não for plantada será apenas potencial. Se ela é plantada, cumpre sua vocação.
Será que nós como igreja somos com um saco de sementes? Muitas pessoas parecidas, inúmeras possibilidades de fazer a diferença e abençoar o mundo; mas restrito ao potencial não realizado: todos quietinhos dentro do saco. Se a semente fica no saco, ela está entre iguais, uma enorme energia armazenada indefinidamente; se é plantada, ela se entrega e se abre para a chance de ser algo mais, de multiplicar-se.
Pense em sua vocação: Onde você está colocado(a)? É possível que a essa altura do texto, olhemos para nossa vida, e não enxerguemos essa boa semente do Reino em nós... tantas coisas difíceis, egoísmo, rancores, raiva. Saiba que Cristo é aquele que nos faz novas criaturas (2ª Coríntios 5.17);
Cristo transforma o nosso DNA; apenas peça a Ele que renove sua vida, confesse seus pecados e declare sua necessidade da presença de Deus, e agradeça pela graça e amor derramados em você. Tenha a certeza de que, como semente do Reino, você foi chamado(a) para ser plantado(a) no mundo. Renunciar a vida voltada apenas para si mesmo, e viver na perspectiva de ser parte do que Deus faz, em todos os lugares onde suas sementes estão plantadas. Um horizonte que alcança a eternidade.
Vocês foram regenerados, não de uma semente perecível, mas imperecível, por meio da palavra de Deus, viva e permanente. (1ª Pedro 1.23)
