“Cuspir no prato em que comeu” é um ditado comum àquele que despreza ou não dá valor ao que já lhe foi útil antes. É ser ingrato, sem noção da própria história. Ao “pé da letra” é aquele que vai ao restaurante para encher a barriga e depois sai reclamando da comida. Mas, também, pode ser mais trágico, referindo-se ao filho que despreza seus pais na velhice. Na esfera religiosa é uma expressão extremamente comum. Após a descoberta de um “novo” sentido à fé, a pessoa despreza e faz questão de desmerecer aquilo que cria antes, dizendo: Agora sim... Eu sei a verdade! A aparente maturidade revela, de fato, muita imaturidade. O apóstolo Paulo jamais negou sua linhagem judaica. Ele valorizou sua educação aos pés de Gamaliel. Também, Jesus não nasceu com as Escrituras na memória. Quando menino, ouviu salmos no colo de Maria. Quando adolescente, se sentou aos pés de rabinos, como os demais garotos da sua idade. Ele fez questão de ouvir e aceitar o sermão de João, submetendo-se de maneira “exemplar” ao rito de purificação. Por tais razões sensatas é que o Escritor Sagrado faz questão em destacar: Lembrem-se dos guias que lhes ensinaram a Palavra de Deus. Acrescentou ainda um desafio: Imitem a fé que tiveram (Hebreus 13.7). Olhando ao passado, lembro-me com carinho da minha vizinha convidando-me à EBF (Escola Bíblica de Férias) na Comunidade Batista Alemã, do missionário recolhendo as crianças à Cruzada Evangelística e da professora do Culto Infantil pegando minha mão para ir ao encontro. Mas, de fato cheguei à fé um pouco mais tarde através da dedicação dos meus professores de Ensino Confirmatório (Edith Fertsch e Carolina Schulz). Deus vai aos poucos construindo a nossa história. Glória a Ele!
