Cuidar e ser cuidado!

20/06/2012

Leve, leve, como uma borboleta
A borboleta voa
colorindo um pouquinho
de tudo, espalhando alegria.
Faz a gente ter menos pressa,
faz a gente prestar atenção
no que é importante de verdade,
na VIDA.


Agosto se aproxima e mais uma vez lembramos da Semana Nacional da Pessoa com Deficiência. Tempo de refletirmos como igreja e como sociedade assuntos relacionados à Pessoa com Deficiência Física ou Mental. Diante disso eu pergunto: o que foi feito com e pelas pessoas com deficiência em sua comunidade desde o último ano? Houve melhorias? Houve inclusão ou ficou tudo como está? O que foi feito pelos familiares cuidadores que no dia a dia estão com as pessoas com deficiência? Houve acompanhamento?

Nos últimos anos, tem se falado na IECLB como a “Igreja do Cuidado” e se tem enfatizado a frase “Cuidar bem do bem da IECLB”. Quem é o bem da IECLB? São os membros com suas limitações e deficiências ou, por vezes, são os bens materiais? Até que ponto podemos nos identificar como a igreja do cuidado? Quando se pensa no cuidado com a Pessoa com Deficiência, não podemos esquecer de suas famílias. Será que estão amparadas, protegidas e fortalecidas na fé? Ou, por vezes, se encontram à margem e esquecidas de receber amparo, força, estimulo e cuidado? Não tenho dúvidas de que estas pessoas também precisam ser cuidadas e necessitam de um acompanhamento especial. Mais do que isso, precisam ser ouvidas, para que percebam que sua igreja caminha ao lado delas. A família da pessoa com deficiência precisa ter um espaço para falar das suas dores, dos seus medos, das suas alegrias e de seus anseios. Um momento para ouvir, falar, agir, cuidar e ser cuidada. Vamos olhar com carinho para as pessoas com deficiência e suas famílias. Vamos atender ao chamado de Jesus quando Ele diz: “Sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes” (Mt 24.40). As pessoas com deficiência e suas famílias são “pequeninos irmãos” que necessitam do nosso cuidado e da nossa atenção.
Os obstáculos para uma pessoa com deficiência sempre serão maiores, afinal, elas dependem, e muito, daqueles que a cercam. Somos chamados a trabalhar pela “participação plena e igualdade” para as pessoas com deficiência e seus familiares. Muito se diz que a Teologia da Inclusão tem como propósito o trabalho com as pessoas com deficiência e a edificação de uma igreja inclusiva, na qual todas as pessoas tenham um lugar e uma contribuição a dar. Será mesmo? Será que isso, na prática, está mesmo acontecendo em nossas comunidades? Todos nós, com ou sem deficiência, somos parte da Igreja. Cada pessoa tem dons e talentos para contribuir no ser Igreja. Dons e talentos sem os quais a Igreja de Cristo não é completa. Quando alguns de nós ou um grupo é excluído por causa da falta de alguma habilidade, somos impedidos de usar os dons recebidos de Deus para tornar o corpo de Cristo mais completo. Toda criança e todo adulto, com ou sem deficiência, contribuirá com dons e talentos específicos e especiais para a Igreja. Cada um de nós nasceu com dons e também com fraquezas, a fim de que a obra de Deus seja em nós revelada.
Portanto, não esqueça que estas pessoas com deficiência física ou mental, que são assim, como crianças e como gente grande, nos ensinam a conviver com todas as pessoas do jeito que cada um é. Elas não tentam nos mudar e nós, também, não precisamos mudá-las. Só precisamos amá-las e receber o seu amor. Que é sempre verdadeiro e cheio de pureza. Pense nisso e que Deus te abençoe!

Carla Tais Krüger Bersch
Pastora da IECLB em
Boa Vista do Buricá/RS
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COMUNICAÇÃO
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Ninguém pode louvar a Deus a não ser que o ame.
Martim Lutero
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