Cruz - comunicação sem IBOPE

Artigo

01/04/2010


No Brasil, a popularidade das pessoas e o interesse por assuntos são medidos por índices determinantes na mídia. Para tanto, há institutos especializados; um dos órgãos é o conhecido IBOPE.

A cruz, símbolo fundamental no mundo cristão, desde os primórdios, é logomarca conhecida, porém, pouco atraente. Lembra derrota, luto, morte, cemitério. Não é por menos que o mercado ambicioso, desde o início da Quaresma, tem forrado os centros comerciais com artigos de Páscoa. Os coelhos, sinais da Páscoa, já estão em toda parte.

Impressiona, igualmente, quando vamos às livrarias, inclusive às nossas, e nos deparamos com farta literatura voltada à auto-ajuda. Há ofertas literárias em larga escala, que prometem o bem estar, paz de espírito, vida boa, vida feliz.

Grande é a disposição humana de construir a sua própria felicidade fruto de energias positivas. Suspeito que este vírus está rondando as comunidades luteranas. A arte de viver sem sofrimento, isenta de dificuldades tornou-se uma tentação.

O grande filósofo grego, Aristóteles, ensinava que o bem maior do indivíduo é a vida feliz, sem máculas, bem vivida; a vida humana deve ter como alvo maior a plenitude de vida, cuja felicidade é sem limites.

Séculos mais tarde, Lutero sublinhou a Cruz do sacrifício de Cristo. Sendo fonte e eixo central da fé, a cruz de Gólgota dá um novo sentido à existência humana. O Reformador afirmava: “vida que se esgota em favor da auto-realização, em busca da felicidade própria é sinal do poder do pecado”. Lutero questionou o mito de que o ser humano é autosuficiente, capaz de tudo, até de promover a salvação, por conta própria.

O reformador da Igreja não foi avesso à vida intensa; repartiu muita alegria; gostava da vida prazerosa, vida cheia de humor. No entanto, era crítico diante de quem apostava em felicidade como mérito pessoal. Cristãos são livres para levarem vida feliz. Vale a pena viver, por causa do Cristo que se sacrificou na cruz por toda a humanidade. Vida feliz, dizia Lutero, “será sempre um espelho do amor e da graça do Deus bondoso”.

O Jornal “O Caminho”, no seu Jubileu de Prata, requer reconhecimento e gratidão pelos serviços que prestou a este Deus, “forno de amor”, de tantas iniciativas bondosas! Parabéns e abençoada Páscoa.

Manfredo Siegle
Pastor Sinodal do Sínodo Norte-Catarinense
da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB)
em Joinville - SC

Jornal O Caminho - 04/2010

 


Autor(a): Manfredo Siegle
Âmbito: IECLB / Sinodo: Norte Catarinense
Natureza do Texto: Artigo
ID: 8199
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O verdadeiro arrependimento inicia com amor à justiça e a Deus.
Martim Lutero
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