Amados irmãos, amadas irmãs,
mãe! Uma única palavra! Uma multidão de sentimentos; três letras! Profundo significado; palavra pequena! Grande mulher. Hoje é o dia delas: daquelas que nos carregaram em seus corpos com dedicação, amor e carinho; daquelas que nos carregaram em seus braços amorosos com cuidado e ternura; daquelas que nos deram a educação, a memória e o respeito – cada uma ao seu tempo e cada uma da sua maneira.
Mãe! Quantas lembranças. Quantas emoções! Quantas recordações! Existem mães de sangue; existem mães de coração; existem mães presentes; existem mães que nos deixaram imersos em saudades; existem mães que estão perto de seus filhos; existem mães que passam o dia de hoje distante de seus filhos; e não podemos esquecer também dos tantos pais que por diversos motivos precisam ser pai e mãe ao mesmo tempo; ou as avós que também são como mães para muita gente.
Mães! Palavra carinhosa que nos remete ao próprio Deus. “Por acaso uma mulher se esquecerá de sua criancinha de peito? Não se compadecerá ela do filho do seu ventre? Ainda que as mulheres se esquecessem, eu não me esquecerei de ti” (Isaías 49.15), diz o Senhor. Deus sofre pelo seu povo tal qual uma mulher sente as dores do parto: “tive dores como as dores da mulher que está dando à luz; contorço-me de dores e não posso ouvir, desfaleço e não posso ver” (Isaías 21.3); sim! A Bíblia fala de Deus também em linguagem feminina: “Como a águia desperta a sua ninhada e voeja sobre os seus filhotes, estende as asas e, tomando-os, os leva sobre elas, assim, só o Senhor guiou o seu povo” (Deuteronômio 32.11-12a). O amor de Deus é, sim, um amor maternal. Assim diz o teólogo metodista Luiz Carlos Ramos:
O amor materno é nossa primeira experiência com o Sagrado. O choro do bebê, no berço, é o mesmo clamor do salmista que diz: “SENHOR, ouve a minha oração, e chegue a ti o meu clamor. Não escondas de mim o teu rosto no dia da minha angústia, inclina para mim os teus ouvidos; no dia em que eu clamar, ouve-me depressa.” (Sl 102.1-2)
Por isso, toda vez que oramos, é como se estivéssemos no nosso berço, esperando que aquele ser angelical apareça, vindo não se sabe bem de onde, e nos tome nos braços, nos aconchegue em seu colo e nos sacie dizendo maternalmente: “Isto é o meu corpo, tomai e comei.”[1]
Ele é o El Shaddai, o Deus que com seus seios nos nutre e sustenta através do seu amor. Ele sempre está conosco. O texto previsto para hoje nos diz: “– Não deixarei que fiquem órfãos; voltarei para junto de vocês”. (João 14.18). Costumeiramente chamamos a Deus de Pai, assim como Jesus ensinou na oração do Pai-nosso. Porém, não há problema algum em ver Deus também como uma mãe. O dia das mães é dia de lembrar também da maternidade de Deus.
Dinâmica: https://www.youtube.com/watch?v=G0epoBMaiGA
O que mais falar sobre as mães? Em uma folha em branco poderíamos registrar uma variedade de sentimentos, pensamentos e emoções. Mas nem sempre as palavras dão conta de expressar exatamente o que estamos sentindo, pensando e vivendo. Assim, palavras, sentimentos e emoções podem voar como uma pipa que carrega todo o amor das mães ao ponto de tornar o céu da vida muito mais colorido e vibrante.
Mais o que podemos falar? Mães são como um diamante. São um tesouro inestimável – cada uma à sua maneira. São preciosas pela sua força, pela sua resiliência, pelo seu brilho singular, pela sua personalidade única. Mães são uma criação única, preciosa. Assim como o diamante, as mães muitas vezes são formadas sob pressão. Ainda assim, são capazes de brilhar intensamente para iluminar quem está ao seu redor.
Se fôssemos escrever uma carta para as nossas mães, seja as presentes ou as que carregamos em nossa memória, poderíamos dizer o que sempre gostaríamos de dizer e nunca dissemos. Poderíamos declarar a elas o nosso grande amor, respeito e admiração. Poderíamos celebrar a sua vida e a sua memória. Mais que palavras escritas em um papel, a carta seria símbolo e reflexo de amor e gratidão.
Mães que, como pássaros, nos protegem e cuidam com suas asas fortes e firmes. Mães que são refúgio em momentos de tristeza e angústia. Mães que sabem que um dia também os filhos viram pássaros e querem voar alto pelo mundo com seus sonhos e com coragem. Mães que inspiram filhos a seguir seus sonhos e a seguirem suas vidas de cabeça erguida.
Mães! Talvez uma das melhores palavras para se dizer sobre uma mãe seja: amor! Amor expresso na forma do coração. Afinal de contas, no coração de uma mãe sempre há espaço para mais um, não é mesmo? O coração é a morada do amor incondicional. Amor que acolhe, que protege, que inspira, que cuida, que educa, que ajuda, que alimenta. O que seria do mundo sem o coração das mães?
Nesse dia das mães, expressamos a elas a gratidão pelo que são e pelo que fizeram por nós – cada uma do seu jeito. Que as mães também sejam cuidadas, respeitadas e amadas. Elas merecem! E que o amor das mães seja a lembrança do amor de Deus. Deus cuida de nós como uma mãe e nos guarda seguros debaixo das suas asas.
De todo o nosso coração, feliz dia das mães.
6º DOMINGO DA PÁSCOA | BRANCO | CICLO DA PÁSCOA | ANO A
14 de Maio de 2023
P. William Felipe Zacarias
[1] RAMOS, Luiz Carlos. “Bênção do Deus dos seios maternos”. in: RAMOS, Luiz Carlos. Textos & Texturas (Blog). Publicado em: 10. mai. 2015. Disponível em: <https://www.luizcarlosramos.net/bencao-do-deus-dos-seios-maternos/>. Acesso em: 10. mai. 2023.