Contra o uso e a fabricação de minas terrestres antipessoais - 1998

Manifesto da IECLB

22/12/1998

Desde há algum tempo, o Conselho Mundial de Igrejas e a Federação Luterana Mundial, com sede em Genebra, lideraram uma campanha internacional contra o uso e a fabricação de minas terrestres. Pois as Igrejas e seus departamentos de serviço, juntamente com a Cruz Vermelha, são confrontadas diretamente com as conseqüências nefastas das minas terrestres, que continuam fazendo vítimas ainda anos depois do cessar-fogo das guerras, especialmente no sudeste da Ásia, em países da África e, mais recentemente, na antiga Iugoslávia. Esta campanha, que teve a adesão de entidades pacifistas em todo o mundo, resultou no “Tratado de Ottawa”, firmado em dezembro de 1997, pelo qual inúmeras nações concordam em proibir totalmente o uso de minas terrestres antipessoais.

Em resposta a esse compromisso que começou a ser assumido pelas nações, o Conselho Mundial de Igrejas, a Federação Luterana Mundial e a Federação Mundial Reformada elaboraram um documento com o título “A campanha internacional pela proibição de minas terrestres também no futuro quer contar com as Igrejas”.

Esse documento serve de subsídio e orientação para que cada vez mais Igrejas e nações continuem se empenhando pela erradicação total do fabrico e uso dessa arma terrível. Pois se queremos atingir esse objetivo, que o tratado seja apoiado e cumprido por todas as nações, as Igrejas devem continuar apoiando todas as ações nesse sentido. Precisam estar vigilantes e ao mesmo tempo expressar sua solidariedade, através de suas Igrejas locais, aos países diretamente atingidos.

No espírito acima colocado, o Conselho Diretor da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) propôs ao seu Concílio uma moção, que foi aprovada por essa instância máxima da IECLB nos seguintes termos:

“1 - Que a IECLB manifeste ao povo dos países de fala portuguesa na África, especialmente Moçambique e Angola, através da Igreja luterana local, a solidariedade com todas as pessoas atingidas diretamente por minas antipessoais ou que sofrem de alguma forma pela presença destas armas nestes países.

2 - Que a IECLB assuma o compromisso de continuar pressionando o governo brasileiro para que cumpra todos os acordos já firmados e os que ainda venham a ser firmados e que visem qualquer ação preventiva contra o uso e fabricação de minas antipessoais.

3 - Que a IECLB apoiará todas as campanhas de conscientização sobre o assunto, bem como ações concretas contra o uso e fabricação de minas antipessoais.

Rodeio 12/SC, 15 de outubro de 1998.”

Em cumprimento à decisão do Concílio, rogo às instâncias da própria IECLB, bem como às Igrejas-irmãs e suas entidades, aos representantes eleitos do povo nos Governos, aos órgãos governamentais e não-governamentais, para que se empenhem por esta causa em favor da paz e do bem-estar dos povos.

Porto Alegre, 22 de dezembro de 1998

Huberto Kirchheim

Pastor Presidente
 


Autor(a): Huberto Kirchheim
Âmbito: IECLB / Instância Nacional: Presidência
Natureza do Texto: Manifestação
Perfil do Texto: Manifestação oficial
ID: 12599
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